Silent Hill: The Short Message é um jogo desenvolvido pela HexaDrive e lançado gratuitamente pela Konami no dia 31 de janeiro de 2024, atualmente com exclusividade para o PlayStation 5.
O texto a seguir irá abordar temas sensíveis como automutilação, bullying e suicídio. Portanto, caso esteja passando por situações que envolvam esses riscos, procure ajuda de profissional especializado em aconselhamento, apoio e tratamento. É possível entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) através do número 188 e em seu portal, ou ainda procurar por um pronto socorro mais próximo.
O mais novo título da franquia foi anunciado durante a exibição da primeira edição do State of Play em 2024 e lançado imediatamente. Até o momento o jogo alcançou a marca de 2 milhão de downloads.
Silent Hill: The Short Message conta com os retornos de Akira Yamaoka e Masahiro Ito para a trilha sonora e o design das criaturas do jogo, respectivamente. O enredo é sobre Anita, uma garota com uma trajetória de vida difícil e questões de aspecto psicológico.
A protagonista recebe uma mensagem de sua amiga Maya para encontrá-la no prédio habitacional chamado de A Villa, localizado em Kettenstadt, na Alemanha, conhecido por ser um local de grandes tragédias.
Análise de Silent Hill: The Short Message
Retornar a Silent Hill é um misto de sensações pelo carinho que tenho com a franquia e como, na mesma proporção, existe uma intensidade nos temas que aborda a cada história. The Short Message é um retorno ao que considero a essência, aquilo que torna esse universo tão importante para mundo dos games.
O jogo não tem uma duração muito longa, de aproximadamente 3 horas, podendo variar de acordo com o progresso de cada jogador. Isso é um ponto interessante, pois os jogos atuais buscam cada vez mais nos prender por uma longa duração, ao ponto de que muitos chegam a considerar curto um game de 20 horas.
O novo título da franquia já deixa claro em seu nome de que se trata de uma breve história. E falando em mensagens curtas, existem diversas que nos são enviadas através dessa intensa narrativa.
Silent Hill: The Short Message é diferente dos jogos anteriores por não ser um terror de sobrevivência. Dessa forma, Anita está desarmada em todos os sentidos, sendo necessário explorar e fugir da criatura assustadora que irá surgir durante a história.
A utilização de uma perspectiva em primeira pessoa é um grande acerto para a experiência de jogo como um todo pela imersão que naturalmente ocorre, a exibição mais detalhada do cenário e iluminação excelentes. A criatura que surge para perseguir a protagonista também chama muito a atenção pelo seu visual muito bem idealizado por Masahiro Ito, e a transição de cenas em live action para os momentos de exploração são muito bem conduzidas.
Essa alternância entre uma cena real para a experiência de jogo é um recurso que considero excelente para o gênero terror, mostrando-se um recurso que pode ser muito bem realizado, como visto no excelente Alan Wake 2. Em Silent Hill, esse se torna o caminho mais adequado para o futuro da franquia, e espero que seja algo utilizado em títulos futuros.
A trilha sonora é excelente, algo que não me surpreende quando se trata do responsável ser Akira Yamaoka, dando à experiência de jogo um tom sombrio e melancólico que é muito coerente com o universo de Silent Hill.
Silent Hill sempre foi o lar de lembranças altamente dolorosas
Existe um trabalho narrativo e de conscientização em The Short Message que faz muito sentido com a experiência que a franquia traz desde o seu primeiro capítulo, lançado em 1999. A cidade é um local que abriga lembranças tristes, dolorosas e traumáticas. Esse sofrimento o conecta com o universo sombrio de Silent Hill, mesmo que não tenha ido presencialmente lá, como acontece com a personagem principal do jogo.
Anita é uma personagem com uma história de vida com muito sofrimento, colocando-a em um grave estado depressivo, cujos sintomas acabam também se expressando na experiência de jogabilidade, através de sua forma de falar, seus pensamentos, sua movimentação e a simbologia da criatura de Flor de Cerejeira que a persegue por uma razão conectada a tudo isso.
O jogo também nos envia mensagens sobre temas tão pesados e muito atuais como o bullying, abandono parental, suicídio, o lado tóxico que surge das redes sociais, assim como outros que estão mais conectados com o desfecho do jogo. Todos são importantes pela reflexão que trazem, ressaltando a relevância dos cuidados com a saúde mental e a busca por uma rede de apoio.
Particularmente a reflexão que essa experiência traz é um paralelo que acredito ser muito coerente com o universo de Silent Hill: que pessoas passando por este tipo de sofrimento estão presas à sua versão da cidade da névoa, em um pesadelo constante entre um silêncio ensurdecedor e a escuridão que não parece ter um fim.
Mas assim como em toda história da franquia existe uma forma de sair do sofrimento, na realidade também é possível através da sua rede de apoio, buscando ajuda especializada dos profissionais da saúde mental e acreditando que existe uma forma de enfrentar este sofrimento.
Veredito
Silent Hill: The Short Message é breve, porém muito intenso em sua proposta narrativa e de experiência de jogo. Considero esse título um ponto muito positivo para fazer a franquia retornar aos holofotes do universo dos games.
4,5 / 5,0
Assista ao trailer de Silent Hill: The Short Message aqui. Necessário fazer login para confirmar ser maior de 18 anos.
Ficha técnica de Silent Hill: The Short Message
Lançamento: 31 de janeiro de 2024
Desenvolvido por: HexaDrive
Publicado por: Konami
Plataforma: PlayStation 5
Número de jogadores: 1
Gênero: Terror
Idiomas: Alemão, Chinês (simplificado), Chinês (tradicional), Coreano, Espanhol, Espanhol (México), Francês (França), Inglês, Italiano, Japonês, Polonês, Português (Brasil), Russo.
Preço: Gratuito
