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    REVIEW – Tales of Kenzera: Zau traz uma experiência marcante

    Tales of Kenzera: Zau é um jogo lançado no dia 23 de abril de 2024 para PlayStation 5 via compra direta ou assinatura da PS Plus, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC via Steam e Epic Games Store, tendo um de seus primeiros trailers exibido durante o The Game Awards 2023.

    O jogo é desenvolvido pelo estúdio transmedia Surgent Studios fundado pelo ator Abubakar Salim, responsável por dar a voz a Bayek no jogo Assassin’s Creed Origins, também desempenhando o papel de diretor criativo de Zau.

    A inspiração para o título de estreia do estúdio veio da experiência de luto vivida pelo próprio Salim ao perder o seu pai e encontrando referências culturais dos Bantu, povos que habitavam a região central do continente africano hoje compreendendo territorialmente alguns países como Angola, Gabão e Congo.

    A publicação acontece através da Eletronic Arts conhecida pelos jogos de esporte da franquia EA Sports FC e outros títulos como Star Wars Jedi: Survivor tendo classificação indicativa para maiores de 10 anos.

    O enredo de Tales of Zenzera: Zau é sobre a jornada do jovem xamã que dá o nome ao título do jogo que faz um acordo com o Deus da Morte para trazer o seu Baba (pai), tendo que se aventurar nas belas e perigosas terras de Zau agora repleta de espíritos ancestrais perdidos além de três seres muito poderosos.

    Análise de Tales of Zenzera: Zau

    O jogo é bem longo para o que geralmente se espera de um indie que, na maioria das vezes, em até 8 horas é possível completá-lo em sua totalidade. Neste caso são necessárias em torno de 12 a 14 horas para o 100% podendo estender esse tempo de acordo com a progressão de cada jogador em relação a exploração mesmo que não tenha muitas missões secundárias.

    Zau é um excelente cartão de visitas da Surgent Studios que traz uma combinação de uma ótima mecânica de jogabilidade com uma história sensível, densa tanto em aspectos simbólicos quanto emocionais e uma excelente expressão artística da cultura africana.

    Falando nisso visualmente Zau é um jogo apaixonante pela sua beleza, algo que já era bem evidente quando o conhecemos através do trailer de lançamento e testemunhar isso como uma experiência de jogo confirma essa impressão seja pelo design dos personagens, inimigos, a estética do mapa, os visuais para os menus de gestão de habilidades do personagem.

    A escolha de cores também achei excelente e chama muita atenção trazendo um aspecto místico e fantasioso que agrega muito a proposta do jogo como um todo principalmente em relação a sua proposta narrativa.

    Em questão de desempenho, o jogo também impressiona, não tendo bugs, quedas de frame ou falta de texturas nos cenários. Outro ponto muito interessante é a ótima transição de câmera ao se aproximar para o combate ou cenas específicas e ao afastar-se para mostrar o ambiente como um todo.

    As mecânicas de combate e movimentação são excelentes, fluídas e em harmonia com os efeitos de som e vibração do controle dual sense do playstation 5 tornam o combate muito divertido. Para enfrentar os espíritos perdidos, Zau utiliza as máscaras da Lua e do Sol que funcionam para ataques à distância e próximos respectivamente.

    Essa mescla é interessante porque durante um ataque é possível alternar entre as máscaras para formar combos, ficando algo adaptável ao estilo de cada jogador a forma como se deseja enfrentar de uma forma geral.

    Ambos os artefatos herdados de seu pai podem ser melhorados ao longo do jogo através de uma árvore de habilidades que são evoluídas através dos pontos xamânicos conquistados adquirindo uloji sendo muito indicado evoluir ambas proporcionalmente para que se tenha muito mais recursos para o combate e também pela diversão proporcionada pela experiência.

    Nisso o jogo segue essencialmente o que já conhecemos do gênero metroidvania que, além do combate tem uma exploração de mapa e algumas outras tarefas secundárias e colecionáveis não se diferenciando do que já vem sendo lançado. Entretanto, não é nenhum demérito apegar-se ao básico para construir um jogo, principalmente por ser um estúdio iniciando sua jornada e fazer o essencial, com qualidade e causando uma ótima impressão já é excelente.

    A narrativa do jogo é primorosa pelas escolhas criativas que foram realizadas para a sua construção utilizando uma abordagem muito lúdica para se falar sobre luto, um tema muito delicado que temos como experiência. A ideia de usar um conto para uma metáfora desse processo torna a história muito mais delicada, emocionante e sensível.

    Outro ponto a respeito da narrativa são as referências culturais tão bem inseridas, buscando afastar-se de uma visão estereotipada de personagens negros oriundos do continente africano. Isso reflete também na trilha sonora e na localização que tem a opção de diálogos em Suaíli que indico realizar a experiência de jogo nesse idioma devido a sua maior imersão.

    Veredito

    Tales of Kenzera: Zau pode ser definido como algo muito mais amplo que apenas um jogo metroidvania limitado a apertar botões e vencer inimigos , mas uma experiência completa pela suas qualidades técnicas e uma grande narrativa que é emocionante e muito contemplativa.

    Nossa nota

    5.0 / 5.0

    Confira o trailer:

    Ficha técnica de Tales of Kenzera: Zau

    Lançamento: 23 de abril de 2024

    Desenvolvido por: Surgent Studios

    Publicado por: Eletronic Arts (EA)

    Plataformas: PC, Nintendo Switch, Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PS Plus

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Metroidvania 2.5D

    Idiomas: Alemão, Chinês (simplificado), Espanhol, Espanhol (México), Francês (França), Inglês, Italiano, Japonês, Português (Brasil)

    Preço: R$ 109,00

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