More

    CRÍTICA – Matéria Escura coloca Joel Edgerton no foco de sci-fi intenso

    Matéria Escura (Dark Matter) chegou ao Apple TV+ no último dia 8 de maio. Protagonizada por Joel Edgerton, Alice Braga e Jennifer Connelly, a série semanal é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por Blake Crouch.

    Crouch é também o criador e roteirista do seriado, fazendo uma adaptação direta de seu material base.

    Confira nossa crítica sem spoilers da produção.

    Sinopse de Matéria Escura

    Jason Dessen (Joel Edgerton), pai de família, é sequestrado em outro mundo onde sua vida não é sua vida. Sua jornada para voltar para casa o leva a mundos que ele nunca poderia ter imaginado

    Análise

    Matéria Escura tem um ótimo e intenso início de temporada. Esse ano tive a oportunidade de assistir a diversas produções de sci-fi e penso que esse seriado tem uma excelente introdução, tanto de personagens, quanto de problemática.

    Jason, interpretado por Joel Edgerton, tem uma vida simples, mas feliz. Um professor de universidade, ele tem uma rotina tranquila com sua esposa Daniela (Jennifer Connelly) e seu filho Charlie (Oakes Fegley).

    Ao receber a notícia de que seu amigo Ryan (Jimmi Simpson) ganhou o prêmio Pavia por sua contribuição para o avanço da ciência mundial, Jason é convidado a comparecer à celebração em um bar próximo. É na volta para casa que ele acaba sendo sequestrado por um homem de máscara.

    Depois do ocorrido, Jason acorda em um cenário onde nada que ele conhece existe. Ele não é professor de uma universidade, não é casado, não possui filhos e namora Amanda, personagem de Alice Braga.

    CRÍTICA - Matéria Escura coloca Joel Edgerton no foco de Sci-fi intenso
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    A partir desse arco, acompanhamos o desenrolar da trama de suspense intrigante e que conta com ótimos nomes em seu elenco principal. Você realmente se sente atraído pela problemática dessas variáveis, torcendo para que o personagem principal consiga se reencontrar com sua família.

    Por se tratar de uma série que precisa, o tempo todo, balancear dois lados de uma mesma narrativa, Matéria Escura possui um grande desafio: condensar essas informações de uma maneira objetiva e sem grandes rodeios, enquanto mantém o mistério acontecendo ao longo dos episódios.

    Quando olhamos por essa perspectiva, o seriado se sai muito bem em sua proposta. Com um grande investimento do Apple TV+, a produção é visualmente interessante e bem montada.

    Você não sente que há informações sobrando desnecessariamente, e a série também evita perder um tempo precioso com subtramas que pouco agregam para a história – o que não quer dizer que não aconteça.

    Quando falamos da parte voltada para a ação e sci-fi, há determinado ponto da história em que desejamos que as situações tomem logo um caminho de colapso, trazendo algo novo para a mesa e agitando as dinâmicas familiares apresentadas na narrativa.

    Por outro lado, quando pensamos no subtexto sobre a jornada existencial, o autoconhecimento, o luto e os desejos, Matéria Escura é mais densa e interessante, criando bons laços afetivos entre a audiência e seus personagens. Não existem pessoas 100% boas ou 100% ruins, o que acrescenta boas camadas aos dilemas morais apresentados.

    CRÍTICA - Matéria Escura coloca Joel Edgerton no foco de Sci-fi intenso
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Entretanto, após alguns episódios, é difícil não sentir que estamos caminhando para uma direção um pouco óbvia. Alguns acontecimentos acabam se repetindo, só que em contextos diferentes, sendo provavelmente um efeito colateral da longa duração dos episódios (todos possuem entre 50 e 60 minutos).

    Apesar de algumas derrapadas, Matéria Escura possui bons episódios e que realmente conseguem potencializar o talento de Joel Edgerton. O ator emprega características únicas e sem cair no caricato, o que acredito ser um grande ponto positivo.

    Digo isso porque vemos outros personagens na ficção que também lidam com essas questões de múltiplas representações e que, algumas vezes, acabam se tornando paródias de si mesmos. Aqui, Edgerton entrega uma atuação consistente e com boas nuances, mas sem pesar na caracterização.

    Mesmo com Jason sendo o grande protagonista da história, as personagens de Alice Braga e Jennifer Connelly também possuem espaço para mostrar suas várias facetas ao longo da trama. Destaque também para Amanda Brugel como Blair Caplan que tem um arco bem interessante.

    Veredito

    O Apple TV+ traz mais uma boa opção de série sci-fi em seu catálogo com Matéria Escura. Com uma trama interessante e divertida, e em grande parte bem conduzida, a produção traça um caminho sólido para que o elenco entregue ótimas atuações. Alice Braga, Joel Edgerton e Jennifer Connelly criam laços efetivos com a audiência ao longo da temporada, gerando um bom entretenimento.

    Nossa nota

    3,9 / 5,0

    Assista ao trailer:

    spot_img

    Artigos relacionados