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    CRÍTICA – Prequel de Jogos Vorazes tem seu grande destaque nas atuações

    Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é o novo capítulo de uma franquia amplamente conhecida e prestigiada. Situada anos antes dos acontecimentos da trilogia principal, o filme traz em seu elenco Rachel Zegler, Viola Davis, Tom Blyth, Hunter Schafer e Peter Dinklage.

    Confira nossa crítica sem spoilers da produção.

    Sinopse de Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

    Anos antes de se tornar o tirânico Presidente de Panem, Coriolanus Snow (Tom Blyth), aos 18 anos, vê uma chance de mudança de sorte quando é escolhido para ser mentor de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), uma garota tributo do empobrecido Distrito 12.

    Análise

    Dentre as adaptações teen de grande sucesso, Jogos Vorazes é uma das franquias mais bem aceitas pela crítica. Com uma trilogia muito bem avaliada, e um fandom extremamente apaixonado, era questão de tempo até um novo filme chegar às telonas.

    As obras de Suzanne Collins, autora da série de livros de sucesso que inclui também essa prequel, nunca perderam o apelo quando falamos de temática. Seus livros não envelheceram mal com o tempo, se tornando cada vez mais atuais. E com o atual momento em que estamos vivendo, a ideia de Jogos Vorazes é ainda mais sombria.

    No novo filme, inspirado na obra homônima, acompanhamos a história de Coriolanus Snow. Filho do general Crassus Snow, Coriolanus viu sua família perder tudo ao longo da guerra, o que o fez crescer com um senso de sobrevivência diferente do restante de seus colegas de classe na Capital.

    Estudioso e destemido, o personagem precisa enfrentar outro grande desafio: se tornar mentor de Lucy Gray, um dos tributos do Distrito 12 para os Jogos Vorazes daquele ano. Acompanhado de perto pela tirana Dra. Volumnia Gaul (Viola Davis), Coriolanus passa por uma série de obstáculos para tornar o seu tributo o mais vendável para o público.

    CRÍTICA - Prequel de Jogos Vorazes tem seu grande destaque nas atuações
    Créditos: Divulgação / Paris Filmes

    Lucy Gray é uma cantora do Distrito 12 que acaba sendo mandada como tributo para os jogos. Junto com Coriolanus, ela precisa encontrar uma forma de sobreviver ao desafio para poder voltar para casa.

    Quando falamos do elenco, Tom Blyth e Rachel Zegler funcionam muito bem juntos. Os atores possuem uma boa química e sua aproximação é crível, o que acredito que valoriza muito a condução da trama.

    Jogos Vorazes sempre favoreceu boas atuações, e aqui ambos os personagens possuem espaço para se destacar positivamente nesse sentido, o que é um ponto muito importante da direção de Francis Lawrence.

    A construção do filme, no entanto, possui uma configuração um pouco complicada. Seu ápice de ação está na competição, mas a história dos personagens não pode estagnar nesse ponto – afinal, é uma prequel e Coriolanus é um dos personagens importantes da trilogia. Para além da ação, o filme se movimenta entre romance, drama e suspense, sempre mesclando esses elementos com o próximo grande passo da história.

    Esses últimos segmentos, por fim, acabam sendo menos interessantes do que a primeira parte da produção, desacelerando bastante o ritmo da trama. Para um filme de 100 milhões de dólares, é curioso também que esses arcos sejam tão visualmente pobres, não apostando em uma melhor construção dos espaços.

    CRÍTICA - Prequel de Jogos Vorazes tem seu grande destaque nas atuações
    Créditos: Divulgação / Paris Filmes

    A falta de apelo visual é bem estranha, visto que a trilogia original é bem conhecida pelo design mais apurado. Aqui, tudo parece um tanto quanto genérico, como qualquer outro filme de distopia.

    Mesmo Lucy Gray sendo uma personagem muito amada pelos fãs, é Coriolanus a grande peça central na história. Acompanhar a forma como o personagem vai se moldando ao mundo e sua gradual corrupção é certamente a melhor parte do roteiro, e essas ações contam com a presença de um outro personagem chamado Sejanus Plinth (Josh Andrés Rivera).

    Sejanus poderia ser um personagem bem mais importante, pois sua história em relação aos jogos parece extremamente perturbadora. Entretanto, a necessidade de construção da ligação entre Lucy e Coriolanus acaba tomando um grande tempo, trazendo um resultado bem aquém do esperado na subtrama com Sejanus.

    Apesar da produção ter grandes nomes no elenco, a personagem coadjuvante com um pouco mais de desenvolvimento é a Dra. Volumnia Gaul. Mesmo assim, poucos sabemos sobre ela e suas motivações, ao passo que o personagem de Peter Dinklage parece ter boas motivações, mas amarga o pouco tempo de tela, o que leva a um desenvolvimento simplório.

    Mesmo contando com 157 minutos de duração, a trama de Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes precisava de mais tempo para se desenvolver completamente. Entretanto, o resultado final é divertido e satisfatório.

    Veredito

    Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é um filme com boas ideias e que consegue mesclar de forma efetiva drama e tensão. Entretanto, talvez o melhor formato para essa história fosse uma minissérie, pois mesmo com sua longa duração, muitos personagens poderiam ter um melhor aproveitamento.

    Sem grandes surpresas em suas diversas tentativas de plot twist, Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes entrega uma trama satisfatória, mas que não deixa de ser objetiva, tendo como grandes destaques as atuações da dupla principal.

    Nossa nota

    3,3 / 5,0

    Assista ao trailer:

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