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    REVIEW – Metaphor: ReFantazio vai além da fantasia para abordar a luta contra desigualdades

    Metaphor: ReFantazio é um JRPG desenvolvido pelo Studio Zero e publicado conjuntamente por Atlus e Sega. O jogo foi lançado para PlayStation 4, PlayStation 5, PC e Xbox Series X|S no dia 11 de outubro de 2024.

    A nova propriedade intelectual da Atlus e da Sega se originou das mentes criativas dos responsáveis por Persona 3, 4 e 5. Metaphor: ReFantazio é um mundo de fantasia único onde o protagonista viajará com sua companheira fada, Gallica, para quebrar a maldição do príncipe perdido do reino.

    Controle seu destino, enfrente seus medos e desperte os poderes mágicos de “Arquétipo” que estão dormentes em seu coração. Ao despertar um “Arquétipo”, você desbloqueia o poder de canalizar e combinar habilidades de classes únicas. Fortaleça seus laços e monte seu grupo para eliminar inimigos poderosos e descobrir a verdadeira natureza do reino.

    Confira a seguir o review de Metaphor: ReFantazio jogado no PlayStation 5.

    Análise de Metaphor: ReFantazio

    2024 está sendo um ano fantástico para a Atlus. Em fevereiro, tivemos o excelente remake de Persona 3 Reload, que trouxe novos gráficos e uma jogabilidade fluida para um JRPG que já era bom em sua versão original, mas que recebeu melhorias significativas, baseando-se em Persona 5 (2016).

    Com o sucesso de Persona 3 Reload entre os fãs e a crítica, toda a comunidade estava ansiosa pelo seu novo projeto, denominado Metaphor: ReFantazio, que prometeu trazer uma nova abordagem ao gênero JRPG.

    Diante de toda a minha expectativa, garanto que a Atlus acertou em cheio e me surpreendeu completamente em sua nova aventura. Assim como em suas séries principais de Shin Megami Tensei e Persona, nessa nova franquia também há temas profundos e polêmicos sendo destrinchados num mundo de fantasia repleto de reviravoltas e intrigas políticas.

    Em Metaphor: ReFantazio, acompanhamos um rei sendo brutalmente assassinado por um dos membros da corte, que desejam assumir o trono e iniciar uma articulação política com os outros membros para consolidar seu poder.

    No entanto, o que essa corte não sabe é que existe um príncipe em coma, vítima de uma maldição imposta por um grupo misterioso. Diante disso, assumimos o papel de um protagonista sem nome que era amigo do príncipe e corremos contra o tempo para quebrar a maldição e trazer o príncipe de volta para assumir o trono.

    Inicialmente, a história principal é bem simples, mas, conforme o enredo avança, as subtramas ganham mais profundidade, tornando a jornada ainda mais instigante. Apesar de seu mundo ser uma fantasia, o que mais me chamou atenção foi o quão racista e desigual esse mundo é, especialmente em relação ao protagonista e seus aliados. A todo momento em que você explora o mundo, verá diálogos expositivos de NPCs expressando barbaridades e aversão a outras raças.

    De fato, essa exposição preconceituosa é um paralelo ao nosso mundo real, que infelizmente enfrenta os mesmos tipos de preconceitos em relação a raças, crenças, gênero e diferenças de classes sociais.

    O que me chamou atenção nesse tema é que dentro do jogo temos um livro que o protagonista lê e conta a história de um mundo utópico sem preconceito e desigualdade — e esse mundo acaba refletindo o nosso, criando uma metáfora sobre a realidade.

    Desenvolvido pelo Studio Zero, Metaphor: ReFantazio é a nova propriedade intelectual da Atlus e da Sega criada pelos responsáveis por grandes jogos da franquia Persona
    Créditos: Atlus / Sega / Divulgação

    Essa temática da desigualdade sendo combatida no jogo foi um dos pontos que mais me cativou, e a narrativa deixa clara sua metáfora sobre o combate ao racismo dentro dos tributos que encontramos. É muito gratificante formar sua equipe com diferentes classes para lutar por uma causa maior.

    Além disso, esse livro desempenha um papel crucial na jogabilidade e no sistema de habilidades e melhorias dos Arquétipos. Os Arquétipos são manifestações individuais, semelhantes aos de Persona, mas aqui com uma nova roupagem medieval, apresentando traços de cavaleiros e magos, seguindo as classes tradicionais de jogos de fantasia.

    Combate fluido e gameplay bem trabalhada

    Em relação à gameplay, Metaphor: ReFantazio oferece um sistema de combate dinâmico, que mescla tempo real e turnos, tornando a experiência muito agradável. Basicamente, temos uma evolução do que já era excelente em Persona 3 Reload e Persona 5.

    Durante os combates por turno, o jogo apresenta uma fluidez impressionante, quase imperceptível entre os dois estilos, de modo que, se você estiver em um nível mais alto que seus inimigos, eles podem ser derrotados rapidamente, acumulando pontos de experiência e dinheiro.

    Outra grande evolução é que, finalmente, quando o personagem principal morre, o jogo não resulta em game over, pois a batalha continua com os outros integrantes. Isso era um ponto que me desagradava muito em outros jogos da Atlus, pois toda vez que o personagem principal morria, o game over era garantido. Fiquei muito satisfeito que esse ponto foi alterado.

    Um recurso interessante são os vínculos que você cria com os personagens. Conforme você os melhora, pode desbloquear novos recursos e aprimorar as habilidades dos seus Arquétipos. Esse sistema é semelhante ao social link de Persona, mas aqui não é possível desenvolver relacionamentos amorosos.

    Quanto à estrutura das missões, temos dungeons para explorar e avançar na narrativa principal. As dungeons são bem construídas e apresentam pontos-chave para salvar, caso sua equipe esteja em risco. Por sua vez, as side quests são distintas, essenciais para aumentar sua popularidade no mundo e não são cansativas.

    De fato, o mundo de Metaphor: ReFantazio é rico e cruel, sendo o universo mais opressor que a Atlus já criou, além de ser o mais politizado.

    Com relação à arte de Shigenori Soejima, todos os personagens são fantásticos. Destaco também ao estilo gráfico dos monstros, que foram influenciados pelo pintor medieval holandês Hieronymus Bosch.

    Fiquei muito satisfeito com Metaphor: ReFantazio e com o trabalho do Studio Zero. No entanto, inicialmente pensei que, por ser um novo estúdio com a mesma equipe de Persona, o jogo seria algo totalmente diferente, mudando sua estrutura de gameplay. Contudo, percebi que o game é uma nova roupagem de Persona.

    Esse ponto não é um demérito, claro, mas é como esperar uma nova abordagem de um jogo de Hidetaka Miyazaki, da FromSoftware.

    Veredito

    Metaphor: ReFantazio é um jogo com uma narrativa ambiciosa e brilhante, que aborda de maneira criativa questões que enfrentamos em nossa realidade. Além disso, o game traz um frescor a Atlus ao explorar um mundo completamente novo, tornando-se um forte concorrente a diversos prêmios no The Game Awards 2024, inclusive de Jogo do Ano.

    Nossa nota

    5.0 / 5.0

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    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de Metaphor: ReFantazio

    Lançamento: 11 de outubro de 2024

    Desenvolvido por: Studio Zero

    Publicado por: Atlus e Sega

    Plataformas: PC (Steam e Windows Store), PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox Series X|S

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Aventura, Estratégia, JRPG por Turnos

    Idiomas (dublagem): Inglês e Japonês

    Idiomas (menus e legendas): Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol, Japonês, Coreano, Chinês (simplificado e tradicional), Português Brasileiro e Russo

    Preços: Versões a partir de R$ 299,90 (PC) e R$ 349,90 (PlayStation e Xbox)

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