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    CRÍTICA – Asteroid City é Wes Anderson na enésima potência

    Asteroid City é um longa de Wes Anderson que conta com um elenco recheado de estrelas como Bryan Cranston, Scarlett Johansson, Tom Hanks e tantos outros.

    Sinopse

    Um grupo de estudantes e seus familiares vão para uma pacata cidade no interior dos Estados Unidos nos anos 50 e agora ficam em quarentena após um evento espetacular, tendo que desenvolver relações peculiares.

    Análise de Asteroid City

    asteroid city

    Wes Anderson é um dos diretores mais incríveis do cinema indie hollywodiano com uma estética única que chama a atenção pela beleza em suas fotografias cheias de vida e com um texto rápido e ácido na composição de seus filmes.

    Asteroid City traz isso tudo aqui com belos figurinos, direção intensa que apresenta muita técnica e diálogos sarcásticos que trazem alguma profundidade aos diversos personagens da trama, mesmo que vários deles tenham pouquíssimas falas ou até mesmo relevância para a história.

    Aliás, talvez seja esse o grande defeito do longa, uma vez que temos personagens demais e história de menos, com muitos diálogos vazios que tem o propósito de preencher o grande evento que Asteroid City proporciona a eles e a nós, espectadores.

    A estrutura do filme é a seguinte: temos uma peça dentro de um longa-metragem e ideias de um escritor que quer entregar um espetáculo peculiar. Por conta disso, seus atores tem que se entregar ao máximo aos seus personagens, se tornando quase um só com eles.

    Não há um protagonista, e sim, muitos coadjuvantes da estrela maior que seria a história, que infelizmente é prolixa demais. Há críticas e reflexões sobre pais que pressionam filhos talentosos, jogando-os em um calabouço antissocial, além de um discurso sobre não querer tê-los também, mostrando adultos frustrados com suas vidas em torno da sua prole.

    Há também uma homenagem dividida entre TV e teatro cinquentista, com um narrador imponente que é quase parte do enredo, além de mostrar os bastidores e vidas de quem é a grande estrela dos bastidores: o diretor.

    A mão forte de um diretor que é engolido por uma ideia aparece aqui também, assim como os medos e receios juvenis de gênios mirins e de pessoas peculiares, tudo mostrado de forma sucinta e até rasa, o que empobrece Asteroid City no que se refere ao roteiro, uma pena para uma obra tão incrível em atuação e direção.

    Veredito

    Asteroid City tem muito a dizer, mas se perde dentro de si mesmo por conta de uma prolixidade de seu brilhante diretor. Se fosse mais assertivo, com certeza seria uma obra memorável dentro do grandioso currículo de Wes Anderson, contudo, fica no quase.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Confira nossa crítica em vídeo:

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