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    CRÍTICA – Creed 3 é brega num excelente sentido

    Creed 3 ou Creed III é o nono filme da franquia Rocky Balboa e tem a estreia de Michael B. Jordan na direção.

    Sinopse

    Adonis (Michael B. Jordan) se aposenta dos ringues após uma carreira bem sucedida. Tudo parece correr bem, até que um amigo do passado surge novamente e traz à tona os problemas que o experiente lutador queria esquecer.

    Análise de Creed 3

    creed III

    A franquia Creed teve dois filmes que consolidaram um novo-velho nome, mas com uma roupagem atualizada, mesmo sendo quase que uma cópia de outros longas protagonizados pelo Garanhão Italiano, Rocky Balboa.

    Pela premissa, acreditava que estaria vendo mais uma vez isso acontecer, já que em Rocky V, a história do experiente lutador aposentado que tenta ajudar uma pessoa complicada que se vira contra ela acontece quase que da mesma forma que em Creed 3, mas, felizmente, só na começo da jornada eles se parecem, pois vão para caminhos bem distintos.

    Aqui, temos aquela estrutura básica do vilão que protegia o herói, contudo, de uma forma nada honrosa, sendo punido por isso e guardando todo o rancor do mundo enquanto o protagonista colhe os louros do sucesso.

    Entretanto, mesmo que brega, o roteiro de Creed 3, assinado pelo excelente Ryan Coogler e dirigido com mãos seguras de Michael B. Jordan, funciona muito bem, uma vez que traz um background maravilhoso ao antagonista e ao nosso herói, que ganha ainda mais camadas construídas nos filmes anteriores.

    Adonis se sente em xeque com Dame (Jonathan Majors) por deixá-lo sozinho na escuridão. Seu sucesso soa quase como a culpa do sobrevivente, visto que seu irmão de vida ficou quase duas décadas preso, o que o consome e o faz duvidar de si mesmo, criando uma dívida que não existe, já que as péssimas escolhas de seu amigo e agora rival também foram ruins.

    Já a magnífica composição de Majors traz algo diferente dos outros dois vilões dos longas anteriores, pois sua história é dolorida e ele tem o porquê lutar de verdade. Sua carreira fora ceifada, seus sonhos destruídos e aquele único ser que ele se importava o deu as costas. O rancor o tornou quase inquebrável fisicamente, mas mentalmente frágil, movido por muito ódio, o que Majors entrega de forma exímia.

    Os dois atores entregam fisicalidade, dor e marra em seus papéis, quase que fazendo uma dança interessante dentro e fora do ringue. B. Jordan entendeu isso muito bem na direção e cria uma montagem que os torna complementares em suas ambições, sem soar forçado. Além disso, esteticamente ele consegue um feito sensacional com lutas cheias de detalhes, mostrando o que será feito com zoom na câmera e dando dinamismo quando a luta está mais acelerada. Os golpes continuam duros como sempre, mas ganham plasticidade com técnicas inovadoras de filmagem, com um momento mágico que acontece na batalha final que é extremamente emocionante.

    De negativo, existem muitas facilitações para que o filme funcione, entretanto, nada que seja uma grande problema na diversão ou no investimento emocional da trama, uma vez que a construção dos personagens é tão legal que tudo passa.

    Veredito

    creed 3

    Emocionante, divertido e cheio de testosterona, Creed 3 é uma composição surpreendente de um protagonista que nos mostrou que tinha ainda mais para dar e um de um excelente vilão. A questão de resolver tudo na porrada é um entretenimento puro, com um longa que a macheza é grande, mas que tem coração. Jordan entra com o pé direito como diretor e Majors apenas se consolida como um astro de Hollywood que merece muito mais trabalhos incríveis.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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