A versão australiana de The Office estreia no Prime Video neste dia 18 de outubro. A série tem no elenco Felicity Ward, Edith Poor, Steen Raskopoulos e Shari Sebbens. A criação é de Julie De Fina e Jackie van Beek.
Confira a crítica sem spoilers de The Office Austrália logo após a sinopse.
Sinopse de The Office (Austrália)
Hannah Howard é a diretora-executiva da empresa Flinley Craddick. Quando ela recebe a notícia da central de que seu escritório vai fechar e todos passarão a fazer trabalho remoto, ela ativa o modo sobrevivência e começa a fazer promessas que não pode cumprir a fim de manter a “família do trabalho” unida.
Análise
A sitcom original de The Office é a prova de que boas ideias podem durar para sempre, seja para o bem ou para o mal. Lançada em 2001 no Reino Unido, a série se tornou um verdadeiro sucesso com a adaptação de 2005 nos Estados Unidos. Desde então, o programa recebeu diversas releituras em diferentes países.
A mais nova versão, australiana e produzida pelo Prime Video, segue à risca o roteiro, mas carece de personalidade – um detalhe que faz toda a diferença.
Os personagens são, em suma, idênticos à adaptação americana, o que eleva a expectativa em relação ao patamar a ser alcançado. Felicity Ward interpreta Hannah Howard, a diretora administrativa de uma empresa de embalagens, que faz de tudo para que seus funcionários se sintam felizes no ambiente de trabalho, o que leva a momentos extremamente embaraçosos.
Ward se sai bem em sua versão de Michael Scott, conseguindo ser absurdamente inconveniente e, por isso, engraçada, assim como Steve Carell. Completam o time de protagonistas Lizzie (Edith Poor), uma versão estilizada de Dwight, Nick (Steen Raskopoulos) e Greta (Shari Sebbens), que são uma versão mais apressada e menos romântica de Jim e Pam.
Nesse sentido, a série busca ao máximo ser fiel a esses personagens já estabelecidos no imaginário da cultura pop, deixando pouco espaço para que o próprio programa seja mais ousado e proponha algo novo e autoral. O primor de The Office como um todo é extrapolar situações em um ambiente profissional, levando os personagens ao extremo da vergonha alheia – e é isso que faz da série um sucesso.
No entanto, na versão australiana, esses momentos são raros, surgindo com mais destaque apenas no quinto episódio, em que uma situação improvisada me arrancou verdadeiras risadas.
E a chave para algo mais bem-sucedido pode estar no próprio uso do falso documentário, um recurso que se tornou marca registrada de The Office e que aparece na versão australiana com menos impacto. Isso é estranho, visto que uma das diretoras do programa, Jackie van Beek, já assinou episódios de sitcoms que utilizam o recurso de forma espetacular, como O Que Fazemos nas Sombras (2014) e Wellington Paranormal (2018).
De fato, a versão australiana de The Office começa de forma um tanto tímida, mas há potencial que precisa ser desenvolvido com mais liberdade, especialmente para os atores, que nesta primeira temporada parecem muito presos a arquétipos. Não é uma série ruim, mas está longe de ser envolvente ou marcante em meio a tantas comédias disponíveis atualmente.
Dito isso, é inegável que The Office é algo atemporal e universal, falando diretamente com todos que já tiveram um chefe no estilo de Michael Scott ou, neste caso, Hannah Howard.
Veredito
A versão australiana de The Office tem potencial, mas falta liberdade para que o programa ganhe uma personalidade própria e se desvincule das outras adaptações do show. O destaque positivo vai para Felicity Ward, que faz um bom trabalho como a chefe super inconveniente Hannah Howard. No mais, a série tem uma primeira temporada morna e vai precisar se reinventar mais o roteiro se quiser ganhar o público.
2,5 / 5,0
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Assista ao trailer de The Office (Austrália):
