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    REVIEW – Atlas Fallen é inconsistente, mas talvez você goste

    Atlas Fallen é um RPG de ação fantástico desenvolvido pela Deck13 e lançado pela Focus Entertainment para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X | S em 10 de agosto de 2023. O novo jogo pode ser jogado tanto em modo solo, como cooperativo online.

    Em Atlas Fallen controlamos um personagem da casta mais baixa da sociedade, cujas pessoas são chamadas de inomináveis. É preciso navegar pelas areias de uma terra intemporal cheia de perigos ancestrais, mistérios e fragmentos do passado, a fim de libertar a humanidade da tirania de um deus corrompido.

    O mundo do jogo é repleto de areia, um recurso que molda a locomoção e o combate. Durante a aventura é preciso caçar monstros lendários usando poderosas armas mutantes e refinar o controle de areia, a fim de derrotar inimigos e coletar a essência para aprimorar equipamentos e habilidades.

    Confira a seguir o review de Atlas Fallen jogado no PC.

    Análise de Atlas Fallen

    Atlas Fallen oferece a possibilidade de jogar em três níveis de dificuldades (fácil, médio e difícil), podendo ser alterado a qualquer momento da gameplay.

    O jogo começa com um breve tutorial que serve como um gostinho do que é controlar um personagem com as habilidades desenvolvidas.

    Após passar os comandos mais básicos, o jogo nos transporta para o controle do personagem principal, a fim de que os primeiros pilares da história e os recursos iniciais sejam apresentados.

    Pouco depois, o Capitão Monrath nos desafia a ir em busca de um ladrão que o roubou e, no caminho, ocorre o encontro com a manopla. É a partir desse artefato raro que as habilidades do protagonista se desenvolvem, e pelo qual ele se comunica com o misterioso Nyaal.

    As habilidades do protagonista de Atlas Fallen são desenvolvidas a partir da manopla
    Créditos: Emerald Corp

    A perseguição ao ladrão acontece, mas o combate propriamente dito se dá contra os calibãs, monstros terrestres ou aéreos que habitam as zonas abertas de Atlas Fallen. Essa primeira hora inicial é uma continuação do tutorial em que, pouco a pouco, obtemos novas habilidades e recursos.

    Superada essa etapa inicial de apresentação da história, das habilidades e de como a progressão irá ocorrer, acredito que é o suficiente para o jogo te fazer questionar: Será que eu estou gostando mesmo de Atlas Fallen?

    Digo isso porque boa parte da experiência envolve velocidade, especialmente a possibilidade de “surfar” para se locomover mais rapidamente pela areia. No entanto, o combate é uma constante quebra de ritmo. A esquiva, a defesa e os golpes básicos são ágeis, mas os ataques carregados e especiais são mais lentos.

    Além disso, os adversários atacam em ritmos pré-definidos, e cabe a você compreender o ritmo exato para defender e ganhar ímpeto (a energia necessária para usar os ataques especiais), ou então se esquivar. Há um aviso visual na cor vermelha que indica o momento exato para bloquear ou desviar do ataque.

    Ou seja: O que é ágil funciona como um convite a testar diferentes combinações rápidas de botões para ter um combate digno de hack and slash, mas a experiência quebra o ritmo e exige também atenção ao timing dos seus movimentos e dos adversários também.

    Isso me causou um grande estranhamento no começo. O que também me deixou em dúvida se estava gostando de Atlas Fallen é a mobilidade da câmera.

    Não consegui encontrar uma sensibilidade para a experiência ser boa usando o mouse, e demorei um pouco para me acostumar com o controle. A câmera é problemática, mas com um gamepad é possível encontrar a configuração certa para você se acostumar à intensidade dos combates.

    Atlas Fallen oferece uma boa progressão de habilidades

    Se há quebra de ritmo nos combates, o mesmo não podemos dizer do progresso de habilidades. O avanço é relativamente rápido nesse jogo cuja história principal tem potencial para durar entre 15 e 20 horas, e em torno de 30 para quem quer completar tudo.

    São três ataques básicos que envolvem equipamentos diferentes. Cada um conta com mais três slots desbloqueáveis ao longo da jornada para acrescentar habilidades passivas e/ou ataques carregados.

    Fato é que o ritmo de desbloqueio dos ataques básicos e dos primeiros slots é bastante agradável. Não tem enrolação.

    A experiência se mantém positiva conforme o avanço da história, de modo que Atlas Fallen nunca te deixa com a sensação de que os recursos da manopla não são páreos para os inimigos que encontra, mas ao mesmo tempo é capaz de oferecer uma boa dose de desafio em encontros com os calibãs colossais.

    O jogo oferece também a possibilidade de salvar builds para alternar facilmente, mas não consegue ser convincente como o que Diablo IV (2023) faz, por exemplo. A verdade é que Atlas Fallen não é exigente a ponto de ser praticamente obrigatório alternar suas habilidades em diversas partes da jornada.

    Bons inimigos, mas experiências repetitivas

    Existem poucos calibãs em Atlas Fallen. Todos são bons e agradáveis de enfrentar, mas a variedade é pequena. Isso torna os confrontos um tanto repetitivos, diferenciando apenas a dificuldade do confronto.

    Particularmente eu gostei porque considero o avanço da dificuldade algo bem positivo. Sempre há um bom desafio, independente do momento do jogo, principalmente porque um grande calibã está sempre acompanhado de inimigos menores.

    No entanto, é inegável que os combates são repetitivos. Portanto, se você não gostar do que enfrentar logo cedo no jogo, não terá nenhuma grande surpresa ao longo da aventura.

    Outra repetição em Atlas Fallen é a exploração. Coletar itens é algo automático, pois não parece fazer grande diferença, de modo que não há um estímulo para ir atrás de recursos a não ser o que for essencial para uma missão principal.

    As zonas abertas do jogo também contam com breves puzzles, que consistem em desenterrar uma espécie de totem que apontará para outro, num total de cinco, que devem ser interligados antes do tempo acabar para selar diferentes áreas do mapa. Embora uns sejam mais fáceis do que outros, a experiência acaba sendo sempre a mesma.

    Qualidade gráfica e performance

    À primeira vista, Atlas Fallen é um jogo belíssimo. Há lindas paisagens para ficar contemplando, com biomas e elementos dos cenários que lembraram o belo Xenoblade Chronicles 3 (2022).

    No entanto, A beleza gráfica fica por conta da interface e do horizonte de cada zona. Isso porque olhando mais atentamente você começa a encontrar problemas de textura e personagens pouco polidos. Isso não interfere na gameplay de modo negativo.

    O combate do novo RPG de ação da Deck13 e Focus Entertainment é interessante, mas com inimigos repetitivos
    Combate contra Dromur, um calibã colossal | Créditos: Emerald Corp

    Porém há situações que envolvem bugs visuais como a possibilidade de atravessar paredes e escadas. Atlas Fallen ainda está com alguns problemas técnicos nesse sentido, mas não são cruciais porque não acontecem durante os combates, e como o jogo não é nada punitivo, acaba não sendo um fator determinante para tornar a experiência completamente negativa.

    O game está bem mais redondo no que diz respeito à performance. São raros os casos em que há alguma queda de frames, mesmo durante os combates com ritmo inconstante. Quando acontecem são de modo pontual e por pouquíssimos segundos.

    Modo multiplayer pouco atrativo

    O cooperativo online de Atlas Fallen só é convidativo para quem tem um(a) amigo(a) para jogar junto. Isso porque os combates são repetitivos, então é uma questão de você dominar o timing dos poucos inimigos e será capaz de superar, mesmo que tenha dificuldades.

    Outro fator é que o multiplayer exige que você tenha as informações de outro player para jogar junto. Não há um servidor global que te conecte a uma pessoa aleatória para fazer a jornada em conjunto.

    É algo bem diferente do já mencionado Diablo IV, que acaba oferecendo uma experiência muito mais interessante por já integrar os jogadores em seu vasto mundo aberto.

    Veredito

    Atlas Fallen é um jogo que não é para qualquer fã de RPG de ação ou de games fantásticos. O combate com ritmo irregular e a experiência com um movimento de câmera mais complexo do que deveria tornam um pouco difícil apreciar a experiência logo de cara.

    No entanto, é possivelmente o combate que vai definir se você mantém o interesse pelo jogo ou não. Apesar da pouca variedade de inimigos, para mim o combate se tornou satisfatório após superar o estranhamento inicial, fazendo com que o saldo seja positivo.

    Nossa nota

    3,3 / 5,0

    Assista ao trailer de Atlas Fallen:

    Ficha técnica de Atlas Fallen

    Lançamento: 10 de agosto de 2023

    Desenvolvido por: Deck13

    Publicado por: Focus Entertainment

    Plataformas: PC (via Steam), PlayStation 5 e Xbox Series X | S

    Número de jogadores: 1 (local) e cooperativo online

    Gêneros: Aventura, Fantasia, RPG de Ação

    Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol, Tcheco, Coreano, Polonês, Russo, Chinês simplificado, Chinês tradicional

    Preço: R$ 179,90 (PC), R$ 299,90 (PlayStation 5), R$ 299,95 (Xbox Series X | S)

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