Um Lugar Silencioso: Dia Um é um filme dirigido por Michael Sarnoski. O longa está disponível para alugar nas plataformas digitais e conta com Lupita Nyong’o e Joseph Quinn no elenco.
Sinopse
Uma mulher luta pela sobrevivência durante uma invasão alienígena na cidade de Nova York.
Análise de Um Lugar Silencioso: Dia Um
Para uma franquia como Um Lugar Silencioso, não é tão importante saber as origens dos monstros que colocaram o mundo em completo silêncio, nem mesmo criar narrativas lineares com os mesmos personagens; este é um universo que cresce por si só. Mas, uma coisa é partir desse conceito apocalíptico, onde o menor som pode te matar, outra é apostar em uma história insossa que não leva a lugar nenhum.
Um Lugar Silencioso: Dia Um não surpreende, e fica evidente que, desde o começo, o objetivo é tratar das relações humanas.
No entanto, nem mesmo a dupla de estrelas do filme, Lupita Nyong’o e Joseph Quinn, consegue salvar a falta de significância do longa.
Samira (Lupita Nyong’o) é uma jovem em estado terminal de câncer, e tudo o que ela deseja é ir para a cidade, acompanhada de seu gato Frodo, para comer uma pizza. Porém, ao sair de um teatro em Nova York, ela se depara com meteoros caindo na Terra, trazendo com eles alienígenas sensíveis ao som.
O filme abraça o caos, e tudo acontece rápido demais. A própria personagem demora alguns minutos para absorver a atmosfera que foi instaurada. Mas, ao recuperar os sentidos, Samira segue com seu plano de comer pizza.
É interessante que o filme aposte em uma personagem alheia aos acontecimentos; para ela, o mundo ter virado de cabeça para baixo não importa.
Essa construção apática é bem-vinda, mas um tanto desanimadora, pois, querendo ou não, o destino de Samira já está traçado desde o começo do filme.
Sempre que um longa apocalíptico surge, espera-se que os personagens principais sejam heróis ou, pelo menos, pessoas com grandes motivações que desejam viver.
Esse sentimento transpõe-se para o espectador, que passa a se engajar mais no longa. Samira não deseja viver, e isso pode ser um tropeço na saga.
Por outro lado, Eric (Joseph Quinn) é um rapaz que está na cidade para estudar direito. É o gato Frodo que o leva até Samira, e os dois criam uma dupla estranha, mas que, até certo ponto, funciona.
Eric deseja viver; ao contrário de Samira, ele teme pela própria vida e encontra, na companheira de apocalipse, um certo alento.
Enquanto os dois personagens são postos à prova, e o filme trabalha a relação mútua entre eles, fica evidente que Um Lugar Silencioso: Dia Um deixou de lado o suspense e a tensão para criar um filme sobre personagens, mas que, infelizmente, não tem peso narrativo.
Dirigido por Michael Sarnoski, com uma história dele e de John Krasinski, o longa deseja ser poético e, por muitas vezes, é: Samira e Eric fazem um show de mágica para uma plateia invisível. Até mesmo a cena final evoca um sentimento de liberdade; o filme ressalta a vida, por mais triste que ela possa ser.
No entanto, esquece o porquê de essa franquia ter feito tanto sucesso anteriormente. Como sobreviver em um mundo silencioso? Há muito para se explorar, mas, com certeza, não será em Dia Um.
Por outro lado, o filme faz um belo trabalho de direção e ambientação; desde as aparições dos alienígenas até as pessoas vagando pelas ruas destruídas de Nova York, há uma sensação gélida e opressora no ar, que vem desde o começo da franquia, o que mostra que nem tudo está perdido para Um Lugar Silencioso.
Veredito
Um Lugar Silencioso: Dia Um busca ser significativo, mas não se expande no universo do filme. Com dois ótimos atores, Lupita Nyong’o e Joseph Quinn, o filme traz uma dinâmica interessante enquanto debate sobre as relações humanas e motivações para permanecer vivo em um mundo tomado pelo caos e por criaturas mortais. No entanto, é raso no terror e suspense, temas que levaram seus antecessores ao sucesso.
3.0/5.0
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Confira o trailer:
