Alan Wake 2 é um jogo do gênero terror de sobrevivência em terceira pessoa desenvolvido pela Remedy Entertainment, empresa responsável pelo antecessor e outros jogos, como Control e os dois primeiros títulos da franquia Max Payne). O game conta com o diretor Sam Lake na produção da sequência, que também interpreta um personagem do jogo, assim como já realizou em Max Payne.
O jogo foi lançado em 27 de outubro de 2023 com distribuição pela Epic Games, e está disponível para a nova geração Xbox Series X | S, PlayStation 5 e PC.
O elenco de vozes e modelos conta com os retornos da dupla Ilkka Willi e Matthew Porretta, como rosto e voz de Alan Wake, além de Melanie Liburd, intérprete da nova personagem Saga Anderson. Também fazem parte do game James McCaffrey, David Harewood e Shawn Ashmore, que não participava de um jogo desde The Dark Pictures Anthology: Man of Medan (2019).
Após o seu lançamento, Alan Wake 2 foi amplamente premiado, sendo escolhido como Jogo do Ano pela Revista TIME pelos críticos votantes do Golden Joystick Award 2023. Também foi vencedor das categorias Melhor Direção de Arte, Melhor Narrativa e Melhor Direção no The Game Awards 2023
A história de Alan Wake 2 se passa 13 anos após o final do primeiro jogo com o personagem homônimo desaparecido desde a utilização do Click, em 2010, para salvar sua esposa, Alice. Enquanto Alan tenta escrever a sua saída da dimensão escura, a investigadora do FBI Saga Anderson desvenda uma série de assassinatos conectados à sua história e os acontecimentos passados em Bright Falls.
Confira nossa análise sem spoilers.
Análise de Alan Wake 2
Alan Wake 2 definitivamente não é um jogo para players que entendem este tipo de entretenimento apenas como apertar botões, ignorar cutscenes e não ler os arquivos coletados, obtendo-os apenas para conseguir mais uma platina, porque tudo é devidamente conectado no que considero o melhor projeto já realizado pela Remedy até o momento.
As melhorias de jogabilidade em relação ao antecessor são evidentes, com mais fluidez em mecânicas de combate e exploração, além de uma novidade que considero imprescindível para um jogo cujo cerne está na avaliação dos acontecimentos: ter um lugar para pensar.
O protagonismo é dividido entre Saga e Alan. Ambos têm o palácio mental e a sala do escritor, respectivamente, sendo locais para que o jogador conecte as evidências necessárias para avançar ao próximo passo da investigação ou reescrever o cenário, a fim de saber os fatos que virão a seguir que, mesmo em dimensões diferentes, são conectados.
Cada protagonista tem o seu próprio arsenal, tendo como ponto em comum a utilização de itens que fornecem luz, algo imprescindível para superar os inimigos que surgem no caminho em qualquer jornada que escolher para ambos personagens.
Eu considero a exploração livre quando comparo a experiência do anterior, e os quebra-cabeças não surgem apenas para seguir na história, mas para desbloquear as caixas de seita que fornecem suprimentos ou as cantigas de roda que fornecem bônus especiais para Saga.
Além dos quebra cabeças, as investigações para conectar os fatos e gerenciar seus suprimentos também são importantes para evoluir os atributos do seu personagem, seja pelos fragmentos de manuscrito para Saga, como através das palavras de poder para Alan, permitindo encarar da melhor forma os inimigos que surgem.
Ainda sobre as mecânicas da jogabilidade, em geral é possível ter um desafio relevante principalmente nos combates com os chefões nas justaposições, sendo cada confronto de uma forma diferente e com uma conexão bastante expressiva relacionada ao papel deste inimigo na história. Assim, utilizando estes elementos, Alan Wake 2 também garante uns bons sustos com jumpscares muito bem inseridos ao longo das fases do jogo.
Experiência imersiva com excelentes gráficos
Visualmente o que mais gostei no título é a melhoria gráfica e textual, combinados com a excelente interpretação real dos atores e a captura de movimentos, tanto durante o jogo, quanto nas cenas em que literalmente vemos os acontecimentos como se fosse um filme.
Essas justaposições de cenas tornam a experiência como um todo imersiva a ponto de se pensar sobre o quanto Alan Wake 2 é um jogo cinematográfico, como por exemplo God of War Ragnarök ou The Last of Us, ou se na verdade é um filme que é possível interagir com os personagens principais.
Em harmonia com todo o espetáculo visual e de jogabilidade, Alan Wake 2 é uma narrativa que ressignifica o gênero de jogos de terror por utilizar diferentes tipos de arte para sua construção como história. Aqui não temos o famoso escritor apenas como o condutor para o universo onírico da presença escura, mas também como diferentes formas de arte servindo como maneiras de acessá-lo e combater o seu desejo de ser presente no mundo real.
E tratando-se de arte é difícil só inserir este jogo em recorte do terror, pois também é um thriller policial, uma aventura de ação e, por incrível que pareça, até um musical. E tudo isso nos é dado apenas em uma narrativa.
Por fim, conceitualmente isso dialoga com algo que acredito que é o trabalho de um artista, seja ele um músico, um ator, pintor, escultor ou até um desenvolvedor de jogos que é trazer esse universo criado a partir das inspirações que surgem do inconsciente para realidade através de um determinada janela, seja filme, pintura, escultura, jogos, música, entre outras manifestações.
Alan Wake 2 também é sobre o poder destes criadores de mundos e como isso de alguma forma toca a realidade de forma a mudar quem compartilha a experiência como espectador.
Veredito
Com melhorias visuais, nova jogabilidade e uma proposta completamente diferente para o gênero terror e games como um todo, Alan Wake 2 é um dos melhores jogos de 2023 e um dos raros pontos fora da curva quando se trata da construção narrativa de jogos.
5,0 / 5,0
Assista ao trailer de Alan Wake 2:
Ficha técnica de Alan Wake 2
Lançamento: 27 de outubro de 2023
Desenvolvido por: Remedy Entertainment
Publicado por: Epic Games
Plataformas: PC, PlayStation 5 e Xbox Series X | S
Número de jogadores: 1
Gêneros: Terror de Sobrevivência, Tiro em Terceira Pessoa
Idiomas: Inglês, alemão, francês, espanhol (Espanha), espanhol (América Latina), japonês, italiano, chinês simplificado, chinês tradicional, russo, ucraniano, polonês, coreano, português (Brasil)
Preço: Jogo base a partir de R$ 225,00 (PC via Epic Games), R$ 270,90 (PlayStation e Xbox)