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    REVIEW – MARS 2120 é um cativante metroidvania brasileiro

    MARS 2120 é o mais novo metroidvania brasileiro. Inspirado em clássicos do gênero como Super Metroid (1994), Castlevania: Symphony of the Night (1997) e Guacamelee! (2013), o jogo desenvolvido pela QUByte Interactive foi lançado neste dia 1º de agosto para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.

    No game controlamos a Sgt. Anna Charlotte em uma missão espacial até a primeira colônia humana em Marte. A protagonista pouco a pouco coleta poderes elementais de água, eletricidade e fogo que servem tanto para atacar os inimigos, como para possibilitar a locomoção nos diferentes biomas.

    O jogo mescla o combate clássico do gênero, com armas e habilidades de médio e longo alcance, com ataques corpo a corpo baseados na gameplay de Guacamelee!

    Confira a seguir o review de MARS 2120 jogado no PC.

    Análise de MARS 2120

    Desde que ainda era conhecido como Project Colonies: MARS 2120, e após o lançamento de Metroid Dread (2021), o jogo da QUByte Interactive passou a ser conhecido como o Metroid Dread brasileiro. E, de fato, em vários aspectos a comparação é válida.

    MARS 2120 se destaca pela atmosfera distópica em biomas de Marte e pelos lindos visuais desenvolvidos na Unreal Engine 4, que mesmo não sendo a versão mais atual do motor gráfico ainda é capaz de entregar muita qualidade. Tudo o que envolve fogo no jogo, em especial nos ambientes escuros, mostram o quão bem feito é o trabalho.

    É notável a evolução gráfica do jogo desde o período em que esteve disponível por acesso antecipado no Steam. Cheguei a destacar no meu texto de primeiras impressões que alguns aspectos visuais causavam um certo estranhamento, contrastando com os acertos que já eram notados naquele período, e por isso mereciam um polimento melhor.

    E essa melhoria veio na versão completa para PC.

    A beleza visual é complementada pela ótima ambientação sonora. Tanto a trilha, como os efeitos sonoros são muito bem feitos e contribuem para uma experiência imersiva em todos os momentos da jornada. Isso porque há uma mescla interessante de gêneros musicais que usam desde efeitos synthwave para dar o tom futurista, até trilhas sinfônicas para criar tanto momentos calmos, como mais pesados.

    Ambos fatores aproximam MARS 2120 de Metroid Dread. Mas apesar da qualidade, por vezes a trilha sonora se perde e demora um pouco para iniciar, especialmente na transição entre áreas ou no início de algumas batalhas contra chefes.

    Outros aspectos que motivam essa comparação com o jogo da Nintendo são a bela interface de usuário (UI) no que diz respeito às transições de ambientes e à apresentação dos chefes; a temática espacial; e, claro, o fato da protagonista ser uma mulher.

    Há ainda um outro fator que podemos destacar em termos de qualidade, que são os chefes. Embora os chefes de MARS 2120 não se assemelhem com os presentes em Metroid Dread, é seguro dizer que os bosses são um dos aspectos mais positivos do jogo.

    Nem todos são desafiadores, mas todos exigem atenção e experimentação para superá-los.

    Particularmente gostei muito de enfrentar Gigas Virdis, cuja gameplay é dividida em um momento de rolagem horizontal e outro um misto, com rolagem horizontal, mas contornando uma grande pedra de modo que a subida o caracteriza como um combate vertical.

    Outro chefe que adorei enfrentar foi Vigil Avis, uma espécie de fênix eletrônica que apresenta um desafio que lembrou muito alguns bosses do ótimo Sonic Frontiers (2022).

    Combate contra Vigil Avis lembra chefes de Sonic Frontiers | Créditos: QUByte Interactive / Divulgação

    No que MARS 2120 é diferente de Metroid Dread

    Não espere que MARS 2120 seja uma cópia de Metroid Dread. O jogo possui méritos próprios, como a experiência dinâmica com os chefes que acabei de citar, mas também se diferencia do recente metroidvania da Nintendo principalmente por dois fatores: um positivo, outro negativo.

    O aspecto positivo é a gameplay 2.5D com identidade própria. A direção de arte trabalha muito bem a profundidade 3D, exigindo que se preste muita atenção ao fundo dos ambientes para encontrar uma maneira de chegar ao fundo dos cenários para pegar algum item importante. Destaque também para a mobilidade da câmera que é bem interessante em diversos momentos da rolagem horizontal, tornando a progressão mais dinâmica.

    Por que Metroid Dread é aterrorizante, como o próprio nome sugere? Por causa das súbitas aparições dos E.M.M.I., robôs que perseguem Samus e exigem que a protagonista os destrua em um local específico ou se defenda com um timing perfeito para atordoá-los. Caso contrário, a morte é certa.

    A falta de uma ameaça assustadora é o grande ponto negativo que diferencia MARS 2120 de Metroid Dread. Não me entenda mal: os inimigos do jogo brasileiro são bons e diversos, graças a blindagem elemental que nos obriga a alterar entre os poderes da Sargento Anna para descobrir qual é o mais efetivo em cada caso.

    Mas MARS 2120 não possui inimigos que apresentem um grande risco surpresa ou algo que realmente assuste ao longo da jornada. O elemento surpresa acontece por meio da gameplay plataforma, que por vezes apresenta uma experiência mais dinâmica que te causa um senso de urgência, como pular em plataformas enquanto água, fogo ou o próprio cenário vai subindo ao seu encontro.

    Então nessa comparação direta com os E.M.M.I. de Metroid Dread, MARS 2120 não trouxe uma característica marcante para seus adversários no geral.

    Apesar dos inimigos recorrentes não serem assustadores, há um chefe em especial – Arachnida Glacius – que realmente entrega essa urgência. A gameplay acontece em um bioma escuro com pequenas tochas que você pode acender com a habilidade de fogo e se vale de todo o potencial da ambientação 2.5D. Recomendo essa desafiadora experiência, exceto para quem tem aracnofobia…

    Veredito

    MARS 2120 é um ótimo metroidvania que se soma a jogos brasileiros de diversos gêneros que têm chamado atenção em nível mundial por sua qualidade gráfica e de gameplay. Muito comparado a Metroid Dread nos últimos anos, o game faz jus à comparação em diversos aspectos, mas também se destaca por uma identidade própria e chefes muito bem feitos.

    4,7 / 5,0

    Nossa nota

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    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de MARS 2120

    Lançamento: 1º de agosto de 2024

    Desenvolvido e publicado por: QUByte Interactive

    Plataformas: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Ação, Aventura, Metroidvania, Plataforma

    Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Espanhol (Espanha)

    Preços: R$ 49,95 (Xbox), R$ 59,50 (PlayStation), R$ 59,99 (PC e Nintendo Switch)

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