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    CRÍTICA – Sense8 é um universo de empatia que faz falta na cultura pop

    O início da era dos streamings e as produções exclusivas começa com o surgimento do serviço Netflix, lar de uma diversidade de séries com um público fiel e produções de diversos gêneros e  locais do mundo.

    Nesta fase inicial surgiu o seriado Sense8 que, mesmo não tendo uma vida tão longa quanto se esperava, foi um fenômeno que marcou a era inicial dos streamings e conquistando uma infinidade de fãs.

    A idealização deste show foi por parte das irmãs Lilly e Lana Wachowski que já haviam marcado época no final dos anos 90 e inicio de 2000 com a trilogia Matrix e seu universo maravilhoso e complexo e J. Michael Straczynski que foi produtor de séries como Babylon 5.

    A exibição da primeira temporada ocorreu em 5 de junho de 2015 contendo 12 episódios, um especial de natal lançado em dezembro de 2016 e a chegada do novo ano da série em 5 de maio de 2017 e o anúncio de seu cancelamento ocorreu um mês depois.

    Após uma grande mobilização de fãs o serviço de streaming Netflix anunciou um episódios especial que serviria como um encerramento da série que mesmo não tendo não tendo uma vida tão longa alcançou a totalidade de 24 episódios.

    O elenco regular era formado por Jayme Clayton (Noomi Marks), Tuppence Middleton (Riley Blue), Brian J. Smith (Will Gorski), Doona Bae (Sun Bak), Max Riemelt (Wolfgang Bogdanow), Tina Desai (Kala Dadenkar), Miguel Angel Silvestre (Lito Rodriguez)  e Aml Ameen (Capheus ‘Van Damme’ Onyongo) na primeira temporada sendo substituído por Toby Onwumere até o final do seriado.

    Além do robusto elenco principal contava com as participações de Naveem Andrews (Jonas), Alfonso Herrera (Hernando), Freema Agyeman (Amanita) e Daryl Hanna (Angelica) cujo o personagem é a responsável pelo elo que conectou os 8 protagonistas.

    Sinopse

    Um grupo de oito pessoas de diferentes partes do mundo estão mentalmente conectados, e precisam encontrar uma maneira de sobreviver enquanto são caçados por aqueles que os veem como uma ameaça para a ordem mundial.

    Análise de Sense8

    Amor Vincit Omnia

    Particularmente considero Sense8 uma das melhores séries de sua década, não apenas pela sua coragem em existir dialogando com temas tão amplos no auge de um contexto social tão toxico como era e em diversos aspectos ainda é. Mas por ser uma produção tecnicamente excelente, que consegue harmonizar contextos e visões de mundo tão distintas que conseguem dialogar entre si.

    Geralmente quando se analisa uma série que encerrou-se a um tempo considerável é natural pensar sobre ela em seu recorte temporal. Entretanto acredito que Sense8 conseguiu mesmo que em sua tão breve existência ser atemporal conversando diretamente com o espectador e sua visão de mundo.

    O mais interessante em Sense8 acredito que esta na sua proposta narrativa que levanta o questionamento em torno da humanidade e a sua empatia com o semelhante independente de sua localidade cultura, condição social ou afeto utilizando o conceito do homo sensorium.

    O grupo de 8 pessoas divide conhecimento, habilidades sociais, físicas, mentais, profissionais além do idioma podendo visualizar um ao outro sendo apenas as pessoas do grupo a enxergarem-se e, diversas vezes, protagonizam cenas muito engraçadas.

     Além deste compartilhamento eles podem substituir um ao outro em alguma situação como Sun lutando contra bandidos e protegendo Capheus originando a alcunha de Van Damme.

    Neste núcleo habita a narrativa mais dinâmica com o vilão Sussurros que busca destruir os grupos sense para PBO, uma organização que pretende destruir esta evolução humana que vinha em crescimento.

    Mas o que torna realmente Sense8 um marco é sua narrativa e dinâmica entre seus protagonistas que além de compartilhar tudo citado anteriormente também o fazem com seus sentimentos.  

    Ao longo dos episódios todos os membros do grupo interagem entre si compartilhando  suas vivências,  encontrando  conforto, coragem, acolhimento, afeto e suporte em diálogos que são emocionantes, reflexivos e contemplativos.

    Todos os personagens individualmente são excelentes, diversificados tanto em aspectos culturais quanto étnicos, sexualidade e gênero acrescentando suas subjetividades tão únicas um coletivo que torna-se um lugar seguro.

    Além das emoções o prazer também é algo compartilhado entre o grupo, protagonizando cenas  quentes que chamam a atenção de um publico geral acostumado a estas  relações dentro do espectro heteronormativo.

     Acredito que elas fazerem parte da série indicam uma perspectiva adulta aos temas que aborda, pois o amor é um sentimento que manifesta-se e demonstra-se de muitas formas.

    E assim como o prazer a dor é compartilhada entre o grupo. algo simbolizado na primeira temporada quando Sun e Lito compartilham o ciclo da coreana com direito as variações de emoção e cólicas. No encerramento eles vivenciam a experiência de morte a dor mais profunda que pode ocorrer em um grupo.

    É interessante tentar fazer um exercício mental de como seria a vida em um grupo de sense8, cujo critério de conexão é aleatório exceto a data de nascimento, imaginar quem seriam essas pessoas, as trocas que ocorreriam e como ter essa conexão tão profunda afetaria a você como um individuo, sua subjetividade e visão de mundo.

    A série tinha um potencial para ir muito além do que alcançou e abordar de forma mais complexa o conceito do homo sensorium e todas as suas nuâncias. Entretanto mesmo que não tendo uma vida útil tão longa consegue deixar a mensagem mais importante de sua história que o amor vence tudo.

    Veredito

    Particularmente não gostaria de deixar uma nota para Sense8 e se o fizesse seria a nota máxima de nosso score. Mas que este show seja uma dica de série que traz uma excelente experiência narrativa e discussão ampla sobre temas atuais e necessários para o mundo moderno que luta contra os fóbicos e todos os preconceitos que trazem a sociedade.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Confira o trailer:

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