Paradise, série criada por Dan Fogelman, é a nova produção original do Disney+. Lançada semanalmente desde 26 de janeiro, a produção conta com Sterling K. Brown, James Marsden, Julianne Nicholson, Sarah Shahi, Nicole Brydon Bloom, Aliyah Mastin e Percy Daggs IV no elenco principal.
Confira nosso review da produção.
Sinopse de Paradise
Paradise se passa em uma comunidade serena habitada por algumas das pessoas mais proeminentes do mundo. Mas esta tranquilidade é abalada quando ocorre um assassinato chocante e se inicia uma investigação de alto risco. A série é estrelada por
Análise
Depois do sucesso de This Is Us, série que conquistou uma legião de fãs ao explorar o drama familiar com intensidade, o criador Dan Fogelman e o aclamado ator Sterling K. Brown estão de volta em uma nova parceria. Em Paradise, nova série do Disney+, a dupla resgata algumas de suas marcas narrativas, mas tenta se afastar da produção da NBC. Para isso, aposta em uma premissa ousada: um drama com toques de ficção científica.
A construção inicial é simples, mas eficiente. Brown interpreta Xavier Collins, um guarda-costas de alto escalão com a missão de proteger o presidente dos Estados Unidos, Carl Bradford (James Marsden). Apesar de não ser um ator excepcional, Marsden convence no papel.
O primeiro grande plot twist acontece logo no início: Carl é assassinado de forma misteriosa, e o cenário não é a Casa Branca. A Terra entrou em colapso e apenas um seleto grupo de milionários conseguiu abrigo dentro de uma montanha para sobreviver ao apocalipse.
Agora, cabe a Xavier descobrir quem matou Carl em um lugar que, teoricamente, deveria ser seguro. Sua principal suspeita é Samantha Redmond (Julianne Nicholson), apelidada de “Sinatra”, uma bilionária da tecnologia que financiou a construção do refúgio e, na prática, comanda o local. Mas, assim como todos ali, ela esconde um passado conturbado e está disposta a tudo para proteger sua família. Nicholson brilha no papel, entregando uma personagem fria e dissimulada de forma brilhante.
Narrativamente, Paradise usa um recurso já conhecido: alterna entre presente e passado. Os flashbacks ajudam a aprofundar os personagens, revelando suas motivações e traumas, mas nem sempre funcionam. A série arrasta ao máximo essas histórias, tentando criar surpresas para o espectador, mas, na maioria das vezes, as revelações não têm tanto impacto. Esse ritmo irregular torna Paradise uma série que exige paciência – melhor consumida aos poucos para não perder o interesse.
Fogelman é um roteirista talentoso, mas é evidente que Paradise usa a estética da ficção científica apenas como pano de fundo. No centro da trama, está o drama humano, assim como em This Is Us. Isso fica claro na forma como Xavier se assemelha a Randall Pearson, antigo personagem de Brown.
O problema não está na atuação – Brown já provou sua versatilidade com uma indicação ao Oscar por Ficção Americana –, mas na condução do personagem, que se mantém dentro de uma zona segura e familiar.
Por outro lado, Paradise constrói bem sua dinâmica de personagens. Cada um tem segredos e interesses próprios, criando uma teia de mistérios e confrontos que sustenta a narrativa. No entanto, o efeito não é arrebatador. A série intriga, mas dificilmente mantém o espectador preso até as últimas consequências.
Veredito
Paradise combina drama e suspense no Disney+, sob a condução de um dos roteiristas mais talentosos da TV norte-americana, o criador de This Is Us, Dan Fogelman. No entanto, nem a presença carismática do ator Sterling K. Brown impede a série de tropeçar em suas próprias armadilhas narrativas, resultando em uma história que raramente empolga de verdade.
3,0 / 5,0
Assista ao trailer: