Only Murders in the Building é uma série da Hulu, mas no Brasil está disponível no streaming da Disney+. O elenco principal conta com Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez.
Sinopse
Charles, Oliver e Mabel são levados para Los Angeles, onde um lendário estúdio de cinema pretende adaptar seu podcast. No entanto, o brilho de Hollywood é ofuscado por uma pista surpreendente sobre o dublê e amigo de Charles, Sazz Pataki.
Análise da quarta temporada de OnlyMurders in the Building
Entre todas as mortes de Only Murders in the Building, certamente assistir a Sazz Pataki (Jane Lynch) dar seus últimos suspiros foi mais dilacerante do que poderíamos imaginar. Como dublê de Charles (Steve Martin) em Brazzos, Sazz esteve presente desde o início, com aparições sempre enérgicas, como um velho amigo que, vez ou outra, surge para saber como você está. Isso se deve à Jane Lynch, uma atriz que consegue capturar a atenção do público no momento em que aparece em cena. Por isso, sua morte traz um tom de saudosismo que também é sentido pelo trio do Arconia. Afinal, estamos na quarta temporada, e se há espaço para revisar furos de roteiro, também há espaço para a nostalgia.
Nesta nova trama, Mabel (Selena Gomez), Oliver (Martin Short) e Charles (Steve Martin) vão para Hollywood — ou melhor, Hollywood vem até eles. O novo arco deixa de lado o drama teatral da terceira temporada, que, embora tivesse seus méritos, não teve tanto impacto. Agora, um filme sobre as personalidades do Arconia está sendo produzido, e isso abre espaço para a participação de um elenco de peso, com nomes como Molly Shannon, que vive a produtora Bev Melon, além de astros como Zach Galifianakis, Eugene Levy e Eva Longoria, que interpretam a si mesmos.
Essas participações são bem-vindas e representam uma tradição da série em trazer celebridades para papéis divertidos. Enquanto muitas séries investem no “hype” de famosos, Only Murders faz isso de forma tão natural que nenhum momento parece destoante ao ver um ator conhecido interagindo com os personagens. Isso se deve ao fato de a série da Hulu saber que não precisa disso para se destacar, já que seus protagonistas carismáticos já dão vida à trama.
A quarta temporada também revisita questões inacabadas dos personagens. Mabel começa a entender o que realmente quer da vida — seja como produtora de podcast ou detetive; Oliver precisa confrontar seu egoísmo para ficar com Loretta (Meryl Streep, que faz mais uma participação brilhante); e Charles, além de lidar com a perda de Sazz, enfrenta sua solidão. O sentimento de isolamento, que uniu o trio no início, retorna, com Mabel se conectando aos “Oestes”, moradores do Arconia menos favorecidos.
E mais uma vez, temos ótimos personagens, como um homem com tapa-olho (Richard Kind), um ator obcecado pelo Natal (Kumail Nanjiani) e uma família que passa o dia fazendo molhos — todos morando na ala oeste do prédio, onde formam uma relação familiar um tanto peculiar. É claro que eles são acusados de envolvimento na morte de Sazz, mas como é costumeiro na série, Only Murders nos faz questionar as aparências. O interessante desses novos personagens é a capacidade do show de se adaptar às novas narrativas, como se os “Oestes” sempre estivessem lá, apenas esperando para que a câmera os encontrasse.
Isso mostra que, além de ser uma série de grande escala, que conta com um elenco extenso a cada temporada, Only Murders também sabe ser micro e intimista ao explorar as histórias pessoais de seus personagens. A própria Sazz ganha motivações e desejos que fazem com que a personagem se torne ainda mais adorada.
Não à toa, Only Murders in the Building está em sua melhor forma. Sempre inventiva, a série ousa em episódios disruptivos, como o sexto desta temporada, em que a narrativa se desenrola inteiramente através das câmeras usadas pelos próprios personagens, como se fosse um documentário. Essa abordagem criativa destaca a série como uma verdadeira ode ao cinema e ao teatro, capaz de ser cômica e poética ao mesmo tempo, algo único na televisão atual.
Veredito
A quarta temporada de Only Murders in the Building coloca o trio do Arconia em uma nova trama repleta de mistério e emoções, onde eles precisam enfrentar a perda de uma amiga. Com um equilíbrio entre o cômico e o melancólico, a série permanece fiel à sua essência, aproveitando grandes participações de celebridades e mantendo o foco nas histórias pessoais de seus protagonistas. Isso reafirma o show como uma das melhores séries de comédia da atualidade.
5.0/5.0
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