Pikmin 2 foi lançado originalmente para GameCube em 2004 e agora está disponível também no Nintendo Switch. O segundo jogo de Pikmin chegou ao console híbrido da Nintendo no dia 21 de junho, em conjunto com o game de estreia da franquia.
Disponível em HD individualmente ou como parte do bundle Pikmin 1+2, o segundo jogo da série traz a possibilidade de alternar entre os personagens Olimar e Louie durante a expedição para coletar tesouros num planeta distante e vendê-los em sua terra natal.
O motivo da aventura? Pagar as dívidas de seu empregador, The President.
Pikmin 2 também conta com novos personagens (Pikmin roxo e branco), além de modos que não existiam em seu antecessor: Challenge Mode e 2-Player Battle.
Análise de Pikmin 2
A lógica de Pikmin 2 começa com um certo estranhamento em quem jogou Pikmin 1: a ausência de um período específico para completar o jogo.
Os dias continuam passando com duração similar a do game de estreia, exigindo que os personagens saiam da superfície à noite para se proteger. Entretanto, não ter o senso de urgência para salvar os protagonistas, existente no antecessor, é no mínimo estranho à primeira vista.
Se em Pikmin 1 a história é um mero detalhe, aqui ela é ainda mais simplória. Só que isso não é ruim porque o enredo é cômico e sabe trabalhar as relações entre os protagonistas e demais personagens com muita irreverência.
O jogo começa com Olimar de volta ao seu planeta na esperança de reencontrar a família, mas logo se vê preso num problema que diz respeito apenas ao seu chefe endividado. The President então manda o protagonista viajar novamente por aí em busca de tesouros que possam quitar suas dívidas, e manda o estreante Louie com ele.
A partir daí a dinâmica se desenvolve com a dupla de exploradores, embora Pikmin 2 não apresente tantos momentos para usá-los cooperativamente como se esperaria de um jogo com dois personagens principais lado a lado.
Apesar do estranhamento inicial, é muito bom ver como Pikmin 2 consegue deixar de lado um aspecto tão importante do primeiro jogo para trazer novos recursos e personagens. Dessa forma, a Nintendo mostra que estava segura de si e foi capaz de criar um jogo que é ligeiramente melhor que o seu ótimo título inaugural da franquia.
Nesse segundo game temos novamente os três Pikmin existentes no anterior, com o acréscimo de novas espécies. Pikmin branco, roxo e Bulbmin, um Bulborb que se comporta como os bichinhos principais da franquia.
Pikmin 2 consegue o feito de equilibrar muito bem a necessidade de usar cada um dos tipos, da mesma forma como fez no título anterior. Novamente também há momentos em que ao menos dois tipos de criaturinhas devem ser usadas em conjunto para enfrentar adversários com mais eficiência, ou conseguir acessar alguma área das fases.
Além de não ter a exigência de completar o jogo em 30 dias, Pikmin 2 também conta com níveis subterrâneos em cada área do mapa que para o tempo quando acessados. Isso garante uma expedição ainda mais tranquila em relação ao avanço do dia, mas não menos desafiadora.
Os subníveis são muito interessantes porque mesclam a exploração em busca de tesouros com momentos de ação em ambientes reduzidos. Isso torna a experiência mais desafiadora, especialmente ao enfrentar adversários com um nível de dificuldade mais elevado, que no antecessor estavam limitados mais ao fim do game.
Há inclusive a repetição de um boss, uma espécie de aranha que é mais fácil derrotar usando o Pikmin amarelo.
A identidade sólida de Pikmin 2 também se destaca pelo fato de que o jogo não acaba quando o coletamos 10 mil Pokos (a moeda do jogo) para pagar a dívida do presidente. Isso, aliás, pode ser concluído sem precisar explorar uma fase inteira praticamente.
Após conseguir os 10 mil, a missão se torna reencontrar Louie, e a fase que se abre é muito mais desafiadora que as anteriores. Logo de cara é possível encontrar inimigos perigosos juntos. Essa escolha para o progresso de Pikmin 2 é consequência daquele que considero o principal diferencial do jogo.
Novos modos de jogo
O segundo jogo da franquia oferece também o Challenge Mode. Nele, a experiência envolve jogar 30 fases subterrâneas em que se deve encontrar uma chave a cada nível e chegar ao fim da caverna. Ao fazer isso, o jogo avalia quantos Pokos você conseguiu e quanto tempo levou para chegar ao final, para então indicar a sua pontuação.
Pikmin 2 ainda oferece o inédito modo para dois jogadores. Nele, o objetivo é superar o outro player para ver quem consegue mais marbles nos mapas, podendo também enfrentar um ao outro usando os exércitos de Pikmin.
Ambos modos são agradáveis e oferecem boas experiências. A possibilidade de jogar de dois é muito boa, embora não tire o máximo proveito do multiplayer local, visto que na aventura principal não existe co-op, o que poderia ser uma ótima gameplay.
O principal diferencial de Pikmin 2
Pikmin 2 continua sendo um jogo de estratégia e puzzle como seu antecessor, mas aqui a ação é mais presente. Isso se explica também pela inclusão dos novos Pikmin, que possuem características interessantes.
Pikmin roxo equivale a 10 criaturinhas e, por ser mais forte, ao lançá-lo contra os adversários é mais fácil de deixá-los atordoados. Por sua vez, a plantinha branca é imune a substâncias tóxicas e envenena adversários quando engolido.
E é incrível como a Nintendo fez bem esse aumento da ação na gameplay. Os momentos de combate fluem muito bem, além de ser um grande atrativo para quem aprecia jogos em 3D que mesclam ação e estratégia.
O porém desse segundo jogo fica por conta de alguns comandos dados quando se segura o L + o joystick direito para direcionar a turma. Muitas vezes os Pikmin vão em direção a um alvo, especialmente seiva, mas ficam ali sem fazer nada. Acaba sendo melhor jogar os bichinhos do que usar esse recurso.
Leia também: O que é Pikmin e por onde começar a jogar?
Veredito
Tal qual seu antecessor, Pikmin 2 é um excelente passatempo. Porém o segundo jogo vai um pouco além do primeiro, oferecendo mais horas de diversão e investindo mais na ação, sem deixar de lado a parte estratégica que deu origem à franquia.
Pikmin 2 também se destaca pela coragem de deixar de lado um dos principais elementos do jogo inaugural, acertando por trazer uma boa dose de novidades, todas elas muito bem executadas.
Mesmo a versão do Nintendo Switch não tendo o polimento de texturas que se espera de um jogo lançado atualmente para o console, o segundo jogo da série também resiste ao teste do tempo e é uma experiência agradável que merece ser jogada em qualquer época.
4,2 / 5,0
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REVIEW – Pikmin 4 consolida a franquia como inovadora e viciante
Assista ao trailer de Pikmin 1+2 no Nintendo Switch:
Ficha técnica de Pikmin 2 no Nintendo Switch
Lançamento: 21 de junho de 2023
Desenvolvido e publicado por: Nintendo
Plataformas: Nintendo Switch (2023), GameCube (2004), Wii (2009)
Número de jogadores: 1 a 2
Gêneros: Ação, Aventura, Estratégia, Puzzle
Idiomas: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês
Preço: R$ 149,00 (edição padrão), R$ 249,00 (bundle Pikmin 1+2)