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    REVIEW – Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é um mar de irreverência e diversão

    Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é o mais novo jogo da lendária franquia Like a Dragon (anteriormente Yakuza) criada e desenvolvida pelo Ryu Ga Gotoku Studio. O game foi lançado pela SEGA no dia 21 de fevereiro para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.

    O jogo é um spin-off que se passa após os eventos de Like a Dragon: Infinite Wealth (2024) e tem como protagonista Goro Majima, um notório ex-Yakuza que se vê, de repente, como náufrago em uma ilha remota no Pacífico.

    Goro acorda sem lembrar de nada, nem mesmo de seu nome, e é salvo pelo garoto Noah. Em pouco tempo, eles se veem envolvidos em um conflito entre bandidos impiedosos, piratas modernos e outros patifes que estão atrás de um tesouro lendário.

    O protagonista parte em uma aventura para tentar relembrar sobre sua história. Ao mesmo tempo, deve se desenvolver como um pirata moderno, forjar amizades inesperadas e angariar tripulantes para ajudar na jornada.

    Leia a seguir o review sem spoilers de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii jogado no PC.

    Análise de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii

    Iniciei minha jornada na franquia com Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name (2023), também um spin-off. Desde então me sinto encantado e abraçado por essa irreverente série de RPG.

    Um grande trunfo do RGG Studio é a capacidade de a cada novo jogo, principal ou não, integrar bem quem está chegando agora ao rico enredo que se iniciou como Yakuza. Aqui em Pirate Yakuza in Hawaii isso se mantém.

    Claro que a narrativa é mais rica para quem tem grande repertório de Yakuza / Like a Dragon. Agora, nessa minha terceira experiência, percebi isso de modo ainda mais evidente, algo que já havia identificado em Infinite Wealth (pois Gaiden foi o spin-off de transição para levar a série do Japão para o Havaí) e pude aproveitar mais a narrativa.

    No entanto, é bom ver como em Gaiden fui bem contextualizado sobre o histórico da série, e que isso também acontece com maestria de Infinite Wealth para Pirate Yakuza in Hawaii. Há boas referências a personagens e ao enredo do jogo anterior, o que ajuda a situar bem quem chega agora, mas que também agrega valor a quem viveu a última aventura.

    Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii mantém o tom irreverente e situa bem quem está conhecendo agora a franquia sobre acontecimentos passados
    Um esquisitão é? Quem será? | Créditos: Emerald Corp

    Enredo e combate em igual importância

    A narrativa rica e irreverente é uma das marcas de Like a Dragon. Isso sempre coloca o roteiro em importância equivalente ao combate desenfreado, além de ser tão atrativo quanto a grande diversidade de minijogos.

    Outro aspecto comum na franquia é a constante inserção de novos elementos. Isso ocorre tanto na história principal, como por meio de missões secundárias que estão quase que diretamente ligadas ao progresso essencial do jogo.

    Em Pirate Yakuza in Hawaii, porém, senti isso um pouco desbalanceado. Não de modo muito negativo, pois a história é divertida e bem desenvolvida. No entanto, por vezes me pareceu que a progressão é excessivamente quebrada para a inclusão de alguma novidade ou de uma história secundária intimamente ligada ao enredo principal.

    Esse ritmo com uma cadência menos natural teve um impacto pra mim especialmente no segundo capítulo. Isso porque nessa altura do jogo somos introduzidos ao ótimo combate e à exploração naval, ao potencial de fazer mais dinheiro e desbloquear ainda mais habilidades, e à vasta cidade de Honolulu (Havaí).

    Só esses três aspectos que mencionei já são ricos por natureza. Some a eles a inclusão de novos personagens, a ampliação da tripulação, e as infinitas possibilidades da agradável exploração em Honolulu… São muitas situações que inserem diversas cutscenes e explicações num único capítulo.

    Além disso, a exploração em Honolulu apresenta diversas side quests divertidas de modo bastante orgânico. Se você não estiver prestando atenção aos ícones azuis no mapa será facilmente surpreendido. Isso porque cutscenes começam a rodar automaticamente ao chegar nas áreas com essas missões secundárias.

    Assim que você as assiste, é bastante improvável que queira deixar de fazê-las, pois muitas são divertidíssimas. O melhor exemplo é a missão de desbloqueio do Crazy Eats, magistralmente traduzido como Lanche Loucão. Essa é uma ótima atividade que continua existindo após ser apresentada em Infinite Wealth.

    Desbloquear o Lanche Loucão te permite andar de bicicleta pegando hambúrgueres, pizzas e combos de sushi espalhados pelas ruas de Honolulu para entregar a pessoas nas calçadas da cidade. O nome se deve ao fato de que você deve fazer manobras enquanto realiza as entregas, a fim de ganhar mais dinheiro.

    A crítica social a esse tipo de trabalho também está presente. Se ao fazer as entregas você recebe, digamos, 15 mil dinheiros do jogo, ao final da atividade você ficará apenas com um pequeno percentual disso. Muito similar à realidade dos aplicativos de delivery da vida real…

    Side quests e minijogos irreverentes

    Diversas missões secundárias e minijogos são ressignificados de jogos anteriores. Isso é especialmente verdade em relação ao que existe em Infinite Wealth – afinal boa parte de Pirate Yakuza in Hawaii se passa em Honolulu, o local mais importante do jogo anterior.

    Apesar de ser a mesma cidade, é muito legal ver como o RGG Studio não copia, e sim ressignifica diversas atividades secundárias e passatempos dos jogos de seu portfólio. Isso sem falar na biblioteca de games da SEGA, que sempre aparece na forma de videogames como Master System e máquinas de fliperama.

    Um dos exemplos de ressignificação das atividades é a possibilidade de fazer um bom dinheiro quebrando a cara de foragidos que a polícia não consegue dar conta. Eles estão espalhados por diversos locais, sinalizados com um ícone de algemas no mapa, e derrotá-los pode render uma baita grana e aumentar pontos no ranking pirata.

    Essa dinâmica é parecida com a de progresso da Rede Akame em Like a Dragon Gaiden, em que era necessário defender pessoas em situação de rua para receber pontos para comprar na loja da líder que dá nome ao grupo e aperfeiçoar habilidades.

    Em Honolulu, um aspecto novo em relação aos minijogos de Pirate Yakuza in Hawaii é a escola técnica para desenvolver seus conhecimentos sobre a vida como pirata. Essa é uma missão secundária opcional em que você pode fazer provas com perguntas totalmente aleatórias sobre disciplinas como geografia e oceanografia para melhorar a sua reputação como pirata.

    Chega a ser engraçado fazer esse tipo de prova | Créditos: Emerald Corp

    Eu gosto muito dos minigames e das missões secundárias dos jogos de Like a Dragon, mas confesso que aqui em Pirate Yakuza in Hawaii senti que nem todos estão bem integrados à essência da história principal, um mérito que elogiei muito nos outros jogos que avaliei nos últimos dois anos.

    Um outro ponto que pode ser negativo para quem jogou Infinite Wealth é a sensação de que há dinâmicas repetidas. Particularmente eu considero que muitas atividades secundárias e minijogos foram bem ressignificados, e um aspecto que reforça isso é o gancho de Goro Majima, que possibilita acessar o telhado de edificações para encontrar tesouros.

    Mas eu entenderia se alguém dissesse que a área de Honolulu oferece muitas coisas que já foram vistas, embora para mim isso não tenha sido um incômodo.

    Piratas, navios e gerenciamento da tripulação

    A cereja do bolo do novo jogo da franquia Like a Dragon é, obviamente, tudo o que envolve a temática pirata.

    Ser o pirata Goro Majima significa tanto ter habilidades que usam espadas e um traje típico de quem desbrava os sete mares, como também ter seu próprio barco e liderar uma tripulação.

    Começando pelas habilidades, temos dois estilos de luta: Cachorro Louco e Cachorro do Mar. O primeiro é bem mais próximo do hack and slash típico de protagonistas anteriores da franquia. Por sua vez, o segundo envolve o uso dos apetrechos de pirata.

    A aventura inicia com o Cachorro Louco habilitado, e pouco tempo depois é inserido também o Cachorro do Mar. Para mim, o Mad Dog foi consistentemente interessante por toda a jornada.

    O Cachorro do Mar de início me pareceu um pouco truncado, mesmo envolvendo o uso de duas espadas e uma arma de longa distância. Esse modo de combate com os itens de pirata melhora um pouco com a introdução do gancho, que serve para atingir um inimigo e ir em sua direção.

    O novo Like a Dragon com temática pirata está cheio de surpresas divertidas, que vão desde missões secundárias até cômicas habilidades especiais
    Habilidade especial do violino sombrio | Créditos: Emerald Corp

    Apesar disso, senti que só se tornou realmente dinâmico e útil quando é desbloqueada a primeira habilidade especial envolvendo instrumentos musicais sombrios, e ao desenvolver mais os golpes de crowd control.

    Os combates navais acontecem nos arquipélagos fora de Honolulu e envolvem tanto a exploração nessas ilhas, como também as atividades no Coliseu.

    O Coliseu é um local que faz parte do enredo principal e reserva boas surpresas em termos de narrativa. Por lá são realizadas batalhas épicas que envolvem tiros de metralhadora e canhões dos navios. Na sequência ocorrem embates dentro dos barcos entre a tripulação do Goro e as adversárias (que em geral são maiores que a nossa).

    O confronto nas águas segue a cartilha de jogos de batalha naval como World of Warships. Não há muitos recursos para usar, o que considero um ponto positivo, pois simplifica bem essas dinâmicas que são importantes para o jogo, mas não são a essência do hack and slash da franquia.

    A progressão do navio do Goro acontece por meio da compra de melhorias em mecânicas espalhadas por Honolulu, como também pelo acréscimo de tripulantes. Cada NPC possui especialidades como ataque, defesa e cura, além de proficiência em habilidades relacionadas a esses atributos.

    É preciso fazer a gestão da tripulação com base nessas características. Novos tripulantes podem ser recrutados encontrando diversos NPCs espalhados pelo jogo.

    Cada um é desbloqueado de maneira diferente: alguns exigem que você os vença numa briga, há quem peça dinheiro, outros vão pedir itens específicos, tem quem só aceite se juntar ao seu grupo se você estiver com um determinado número de estrelas no ranking pirata, entre outras exigências.

    Há elementos de simulação social para fazer esse gerenciamento. Isso ocorre por meio da entrega de presentes quando o barco está parado em zonas seguras do arquipélago. Presentear os membros da tripulação aumenta o moral e também a experiência, melhorando os atributos de combate e reparo naval.

    Gráficos e performance de Pirate Yakuza in Hawaii

    Os gráficos do novo Like a Dragon mantêm a qualidade habitual da franquia. O mesmo podemos dizer da performance no PC, bastante sólida mesmo nos combates mais intensos.

    Pirate Yakuza in Hawaii se destaca pela beleza de cenários naturais, como as ilhas da exploração naval nos arquipélagos, e a própria cidade de Honolulu. O jogo consegue fazer isso mesmo sem exigir um hardware muito avançado e muito espaço no HD.

    Isso novamente mostra as ótimas técnicas de otimização empregadas pelo RGG Studio com seus games, sejam eles da linha principal ou spin-offs.

    Veredito

    Divertido e irreverente, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é mais um ótimo jogo da franquia do RGG Studio e da SEGA. O combate diverso envolvendo o tradicional hack and slash, os criativos ataques especiais e os embates com navios piratas são os grandes destaques do novo game, que conta também com variadas atividades secundárias e minijogos capazes de prender a atenção por muitas e muitas horas.

    Nossa nota

    4,8 / 5,0

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    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii

    Lançamento: 21 de fevereiro de 2025

    Desenvolvido por: Ryu Ga Gotoku Studio

    Publicado por: SEGA

    Plataformas: PC (via Steam), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Aventura, Hack and Slash, JRPG de Ação, Naval

    Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Japonês, Coreano, Russo, Chinês simplificado, Chinês tradicional

    Preços: Versões a partir de R$ 299,90

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