Desenvolvido pelo Ryu Ga Gotoku Studio, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name foi lançado em 9 de novembro pela SEGA. O novo JRPG de ação da franquia Yakuza está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass.
Em Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name você é Kazuma Kiryu, que fingiu a própria morte para tentar apagar seu passado como um lendário yakuza, e agora vive sob o codinome Joryu para proteger sua família. No entanto, ele se vê colocado em um conflito por uma figura misteriosa, que tenta tirá-lo do esconderijo.
O novo jogo se passa entre os eventos de Yakuza 6 (2016), Yakuza: Like a Dragon (2020) e do vindouro Like a Dragon: Infinite Wealth, com previsão de lançamento para 26 de janeiro de 2024. Apesar disso, Like a Dragon Gaiden é considerado um spin-off da franquia e pode ser jogado mesmo por quem nunca teve contato com ela.
Confira nossa análise sem spoilers de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name jogado no PC.
Análise de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name
Like a Dragon Gaiden é um jogo surpreendente que te prende já nos momentos iniciais. O começo da gameplay apresenta Joryu lidando com uma missão um tanto trivial como agente secreto da Daidoji. Essa etapa inicial apresenta efetivamente as características do personagem principal, o tutorial de combate e começa a mostrar que há algo mais tenso vindo por aí.
Esse foi o meu primeiro contato com a franquia, e confesso que concluí a aventura no novo game com muita satisfação. De fato, o enredo é perfeitamente compreensível mesmo para quem não conhece nada dessa série de jogos do Ryu Ga Gotoku Studio com a SEGA e cativa a ponto de ser uma porta de entrada para conhecer os outros títulos.
No entanto, com certeza quem já se aventurou pelo passado de Kazuma Kiryu vai conseguir aproveitar mais a narrativa, pois ele é um personagem com um background emocionante e interessante, assim como o próprio contexto da Yakuza e suas facções pode se tornar ainda mais intrigante tendo jogado outros títulos que o envolvem.
Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name possui 5 capítulos muito bem cadenciados. A narrativa principal é bastante equilibrada, sendo bem possível encerrar cada capítulo em 2 ou 3 horas. Claro, tudo depende do nível de dificuldade que você escolher e da sua experiência em jogos de RPG de ação e beat ‘em up.
Essa consistência na duração de cada capítulo é um ponto muito positivo, pois mantém a narrativa sempre interessante e a progressão de dificuldade das lutas agradável. Também não se alonga desnecessariamente nas cutscenes, que costumam ser naturalmente longas em jogos japoneses com foco na história.
Aliás, o trabalho de dublagem é fantástico em Like a Dragon Gaiden. Atores e atrizes dão vida aos personagens a ponto de parecer que você está assistindo a um seriado. Definitivamente não se pode pular nenhuma cutscene.
Sem entrar em detalhes para não estragar a sua experiência, fato é que esse novo jogo está cheio de reviravoltas instigantes. Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é surpreendente do início ao fim, entregando cenas memoráveis que são o principal motivo para querer conhecer mais sobre a série.
A qualidade gráfica do novo jogo da franquia Yakuza também é um primor. Ryu Ga Gotoku Studio e SEGA estão de parabéns pelo excelente trabalho nesse quesito, que também valoriza o trabalho do elenco, pois a sincronia da dublagem e os movimentos dos personagens condizem com a entrega de atores e atrizes.
Combate insano e ótima performance
Joryu possui dois estilos de combate: Agente e Yakuza.
O estilo Agente é focado em golpes rápidos e ataques de longa distância, utilizando dispositivos como o Aranha (uma arma que atira um laço que lembra um teia), a Serpente (sapatos a jato) e o Vaga-lume (um explosivo em forma de cigarro). Esse modo é o ideal para enfrentar grandes grupos de inimigos.
Por sua vez, o estilo Yakuza é focado em golpes mais fortes e pesados, sendo a opção mais adequada para combates de curta distância e contra um ou poucos inimigos.
Ambos podem ser facilmente alternados em batalha. Isso é muito bom porque torna a gameplay mais estratégica, diferenciando o jogo de muitos títulos dos gêneros ação e beat ‘em up cujo foco é bater a todo custo dominando apenas comandos de ataque e esquiva.
Os combates são frenéticos. Combine isso com o ótimo roteiro e as grandes atuações do elenco e você tem os ingredientes necessários para lutar batalhas lendárias, que jogam a adrenalina lá em cima.
Tudo isso está muito bem empacotado em um jogo de ótima performance. Não experienciei nenhum bug durante minhas aproximadas 15 horas de gameplay para concluir a história principal. De fato, Like a Dragon Gaiden apresenta batalhas intensas que em nenhum momento ocasiona queda da taxa de quadros ou downgrade no visual. Um feito notável!
Side quests realmente interessantes
Nem todo jogo sabe inserir bem as side quests na gameplay. Mais do que isso: muitas vezes é difícil torná-las interessantes. Para mim, esse é um dos principais problemas de Starfield (2023), por exemplo.
Pois bem, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name não sofre com nenhum desses problemas.
As histórias secundárias são essenciais para a progressão da narrativa em alguns momentos. Elas estão muito bem interligadas com o plot principal graças à Rede Akame.
Criada pela personagem Akame, a rede ajuda pessoas em situação de rua a sobreviverem com um pouco de dignidade, assim como as protege da violência cometida por valentões e membros da Yakuza. Em troca, as pessoas atuam como informante para a líder da iniciativa, que realiza trabalhos para clientes de toda espécie.
Joryu se torna uma peça fundamental para que a Rede Akame prospere. O trabalho é variado, envolvendo desde comprar um prato de comida para pessoas em situação de rua, até mesmo desmantelar grandes tentativas de golpes. A cada trabalho realizado recebemos pontos para comprar na loja da Akame, bem como para aperfeiçoar técnicas de combate.
Além disso, fazer atividades como beber em bares e jogar minigames também rendem pontos. A progressão dos pontos pode levar a rede até o nível 30 e há níveis em que Joryu e Akame saem para se divertir, possibilitando que ela também faça parte dos games de arcade e jogos tradicionais de bares, como dardos e sinuca.
Temos também a opção de investir na rede. Isso possibilita agregar novos itens úteis à loja, aumentar as chances de receber dinheiro ao bater em inimigos, reduzir as taxas para liberar novas habilidades, entre outros recursos.
Os minigames de Like a Dragon Gaiden são tentadores
Não bastasse a ação desenfreada e a ótima narrativa, os minigames são um jogo à parte dentro de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name. A variedade é grande e muitos envolvem jogos de buteco e carteado, também trazendo passatempos tipicamente japoneses, como o mahjong.
É possível jogar blackjack, dardos, golfe, sinuca, poker, até cantar em karaokê… Mas para mim o passatempo mais surpreendente foi o autorama. Além de ser uma surpresa positiva, o minigame é muito divertido.
O autorama tem um significado especial para Joryu. O mais interessante é que você pode coletar e comprar itens para melhorar o seu carrinho, a fim de disputar campeonatos e desafios. Como as mecânicas relacionadas a esse minijogo estão muito bem inseridas na trama principal, faz total sentido querer encontrar peças pelo mapa e comprá-las sempre que possível, para voltar ao local e tentar vencer tudo.
Só que além de tudo isso, Like a Dragon Gaiden ainda reserva algo mais especial. O game conta com diversos jogos da SEGA para serem jogados em fliperamas e no Master System, em um local específico.
Nos fliperamas é possível curtir as versões arcade de games como Sonic The Fighters (1996) e Virtua Fighter 2 (1994). No Master System a dinâmica é ainda mais interessante, pois você precisa encontrar cartuchos espalhados por aí para conseguir desbloquear mais jogos do console, que nativamente conta com poucos títulos no local, entre eles Rambo: First Blood Part II (1986).
Junto com as side quests, os minigames são uma verdadeira tentação que dificultam querer voltar à ótima história principal (mas volte, pois vale cada minuto).
Além de tudo isso, o jogo ainda surpreende ao contar com um cabaré “imersivo” em que a paquera acontece com atrizes reais em live-action. E um detalhe importante: ao concluir a história principal, uma demo de Like a Dragon: Infinite Wealth é desbloqueada, uma forma efetiva de manter os novos fãs (que nem eu) interessados no futuro da série.
O Coliseu é o grande desafio
Apesar de para mim a melhor batalha ser a que finaliza o terceiro capítulo, é seguro dizer que o Coliseu é o grande desafio e um dos maiores acertos de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name em termos de ação.
A arena competitiva faz parte do Castle, um navio misterioso que flutua pela baía de Osaka e abriga prazeres luxuosos e lutas insanas. Avançar nos níveis do Coliseu é essencial para a progressão da narrativa, mas os desafios podem continuar em paralelo, ou até mesmo após concluir a história.
No local é possível duelar contra adversários muito poderosos e ganhar recompensas tentadoras. Além disso, a montagem da equipe para competições em grupo e a customização dos avatares tornam a experiência ainda mais convidativa.
Veredito
Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é um dos melhores jogos de 2023. O novo game da franquia Yakuza tem tudo que fãs de porradaria desejam e muito mais: gráficos belíssimos, performance exemplar, combates frenéticos, ótima progressão de habilidades, narrativa bem desenvolvida, grandes atuações, mecânicas agradáveis, e surpreendentes minigames e side quests que não te deixam parar de jogar.
É realmente uma pena que não tenha sido indicado a nenhum prêmio no The Game Awards 2023 deste ano, embora estivesse elegível. Poderia muito bem concorrer em categorias como Melhor RPG e Melhor Jogo de Luta.
5,0 / 5,0
Assista ao trailer de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name
Ficha técnica de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name
Lançamento: 9 de novembro de 2023
Desenvolvido por: Ryu Ga Gotoku Studio
Publicado por: SEGA
Plataformas: PC (Steam e Windows Store), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass
Número de jogadores: 1 a 2 (local)
Gêneros: JRPG de Ação, Beat ‘em Up, Brawler, Hack ‘n’ Slash
Idiomas: Japonês (dublagem, interface e legendas). Português, Inglês, Coreano, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol, Russo (interface e legendas). Há planos de uma atualização futura para que o jogo também conte com dublagem em inglês.
Preço: A partir de R$ 249,00 (versão padrão), gratuita para assinantes do Xbox Game Pass.