Um jogo baseado num programa de TV com provas em masmorras que impõem desafios e exigem cooperação entre os competidores. Tudo isso embalado com humor ácido e gameplay hack and slash. Essa é a proposta de King of Meat, novo título desenvolvido pelo estúdio Glowmade e publicado pela Amazon Games.
King of Meat será lançado no dia 7 de outubro para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, com acesso antecipado acontecendo desde hoje, 2 de outubro, para quem comprou na pré-venda. O jogo também está previsto para chegar ao Nintendo Switch em 2026.
Esta análise reflete a experiência jogada no PC tanto sozinho, como em multiplayer.
A temática de reality show televisivo permeia toda a experiência nesse novo jogo com foco cooperativo, mas que também pode ser jogado solo. Isso já fica evidente no tutorial, que apresenta as mecânicas básicas nos colocando numa masmorra com combates simplificados, mas eficientes para ensinar o essencial.
O aprendizado é gradual, pois King of Meat rotineiramente apresenta cutscenes num estilo gráfico que lembra desenhos satíricos como Futurama e Family Guy para introduzir novos personagens e recursos. Todos são bastante diferentões, combinando com a proposta dos avatares dos jogadores também serem altamente customizáveis para serem bizarros (falo isso de uma maneira positiva) e zoeiros, se você assim desejar.
Por exemplo, você pode ter uma cabeça de urso de pelúcia, ou de lula, ou usar um elmo. Ter corpo de madeira, ou de diamante. Enfim, as mesclas mais doidas que você imaginar dentro de uma vasta gama de opções gradualmente desbloqueáveis.
Passados os primeiros aprendizados, King of Meat apresenta NPCs do lobby que serão essenciais para a progressão de níveis, habilidades e itens cosméticos. A evolução do avatar vai até o nível geral 30, mas acredito que futuramente esse limite vá ser aumentado conforme a comunidade se engajar com o game e os eventos que os desenvolvedores prometem incluir periodicamente.
Essa progressão do nível geral acontece com base nos pontos conquistados vencendo fases e concluindo desafios num geral. Essas masmorras são acessadas por meio do Konstruct Kolosseum, principal área do lobby que remete a um pequeno vilarejo típico de um RPG medieval.
No Kolosseum você vive a experiência do Road to Stardom, que pouco a pouco desbloqueia novas armas e melhorias de equipamentos (como os espaços de manobras), além de itens cosméticos e de customização. Esses itens são liberados pela NPC Rosaline Furiosa. O Barman também tem seus próprios desafios para liberar itens cosméticos e moedas para comprar mais artigos de customização, como mensagens de estandarte e comemorações.
Também há progressão com personagens específicos do lobby como a Professora Bicuça, cuja exigência para subir de nível e desbloquear novas manobras é usar as Manobras de Glória (Glory Moves). Os Glory Moves são ataques especiais poderosos que também ajudam a encantar a audiência que acompanha cada empreitada nas masmorras.
Outro NPC nesse molde é o Zark Pinçáurea, que desbloqueia armas corpo a corpo e de longo alcance.
Gameplay simples e funcional para experiências solo e co-op
A gameplay de King of Meat é bem simples e pode ser atrativa para todos os públicos, tanto quem prefere jogar por conta própria e não está acostumado com jogos multiplayer online, como também para quem gosta de experiências cooperativas.
As mecânicas básicas são fáceis de aprender, tendo três opções de golpes corpo a corpo (duas divididas entre golpes simples e carregados, e uma sendo um empurrão para quebrar defesas), ataque à distância usando armas, além de pular, se defender e contra-atacar quando a defesa é realizada no tempo certo. E claro, os já mencionados Glory Moves, que são usados com uma combinação de botões, o que possibilita ter equipado mais de um movimento.
Não há uma grande variedade de armas e elas precisam ser desbloqueadas gradualmente. Apesar das poucas opções nesse momento de lançamento de King of Meat, o que torna mais atrativa a experiência é a necessidade de avançar o nível de cada armamento. Essa progressão acontece ao vencer masmorras e também ao atingir objetivos específicos com cada arma. Por exemplo, derrotar X inimigos usando a balística.
Os multiplicadores de pontos com base na reação da plateia, como se fosse um programa de auditório, é um elemento que torna a batalha mais divertida e dinâmica. Isso porque a resposta do público por meio de emojis flutuando na tela e pelos avisos de pontuação ajudam a aumentar a adrenalina, além de servirem de lembrete de que é sempre importante fazer alguma ação paralela ao combate (como quebrar barris) para manter em alta o medidor.
O game se mostrou bem responsivo e sem problemas de conexão aos servidores. Pude jogar com a minha colega Stephanie, com quem já havia jogado durante nossa sessão de teste de King of Meat na gamescom 2024, e em alguns momentos também com profissionais da imprensa e criadores de conteúdo que estavam online.
Logicamente que o número de players nesse momento antes do lançamento é bem reduzido em comparação ao potencial que pode alcançar já no acesso antecipado, mas mesmo assim não enfrentei lag nem travamentos na gameplay, o que é um aspecto promissor, especialmente porque o jogo passou por sessões de testes desde que foi anunciado em agosto de 2024, justamente na Opening Night Live da gamescom da Alemanha.
A diversidade de masmorras é um ponto muito positivo, tanto por serem 100 “oficiais” já disponíveis no lançamento, como também por ter a possibilidade de criar masmorras e publicar para que a comunidade jogue, interaja e dê recompensas.
As dungeons desenvolvidas pela Glowmade são exibidas com base na opção que você acessar no menu, sempre divididas entre os níveis do mais fácil ao mais difícil. Há uma seção para ver masmorras criadas pela comunidade, e aqui antes mesmo do lançamento já havia algumas disponíveis. A navegação nessa parte é mais interessante do que nas oferecidas pelo jogo, pois ali de certa forma o game apresenta pouco a pouco com base no seu nível e também em algum aspecto de sazonalidade.
Nesse aspecto acredito que King of Meat não é muito claro sobre quais os critérios para exibi-las, de modo que poderia haver uma maneira de visualizar melhor toda a biblioteca de fases oficiais. Isso facilitaria também a tomada de decisão para sessões em grupos fechados de amigos, ou mesmo para experiências solo.
Mesmo assim é bem positiva a variedade de fases, pois há focos específicos em cada uma delas. Algumas serão mais desafiadoras por causa do combate, outras por conta dos quebra-cabeças, e muitas vezes a experiência não será linear.
Mais do que isso: há algumas em que os puzzles realmente exigem uma boa comunicação, que pode ser por chat de voz ou por emotes e sinalizações visuais e sonoras para apontar a um lugar específico na área.
Um exemplo foi quando me deparei com uma dungeon que exigiu que cada pessoa ficasse em cima de botões com números. O objetivo era somar os números para que o resultado fosse o que estivesse mostrado em seis portas no ambiente. Cada uma abria ao fazer a soma correta para que uma pessoa acertasse num alvo, mas dependendo da posição que estivesse nem todo mundo conseguiria ter o alvo no seu campo de visão, o que exigia bastante coordenação nos movimentos para encontrar o objetivo e – ao mesmo tempo – não sair de cima dos botões para que a porta permanecesse aberta.
Embora exija cooperação, o jogo também premia a experiência individual com base nos baús encontrados, nos tesouros coletados, no número de inimigos derrotados, na quantidade de vezes que morreu (ou não), entre outros critérios. Ao final das dungeons, há um ranking que mostra quem pontou mais e, por consequência, os que se saem melhor também recebem mais pontos de experiência e moedas.
O diferencial de King of Meat é, de fato, a gameplay cooperativa, mas o game não deixa de divertir mesmo no modo solo. É possível jogar sozinho mesmo nas masmorras recomendadas para grupos entre duas a quatro pessoas para conhecer diversas áreas, testar suas habilidades e subir de nivel geral e de armamentos.
O que acontece nesses casos é você chegar a um ponto opcional que exigirá duas, três ou quatro pessoas para abrir uma nova área. Então você consegue terminar essas masmorras, mas não conseguirá superá-las por completo. O impacto disso é conseguir menos pontos, o que pode não garantir os troféus de ouro, prata e bronze conforme as pontuações estipuladas em cada nível. Isso não é um problema, apenas renderá um pouco menos de experiência.
Outra situação que pode acontecer é você se deparar com desafios muito difíceis de superar por conta própria. Mesmo assim é legal se desafiar, especialmente se você tiver habilidades de controle de multidão e pegar bem o jeito de se livrar de eventuais hordas de inimigos.
E para quem gosta de expressar a criatividade para além das customizações, King of Meat também oferece um construtor de masmorras intuitivo e com o diferencial de ter o foco user generated content (UGC), para que a comunidade se engaje e você possa se destacar também dessa maneira em meio à multidão.
Veredito
King of Meat oferece um bom divertimento cujo foco é a gameplay cooperativa, mas que também é atrativo mesmo em sessões solo. É bem interessante a mistura de gêneros como hack and slash, plataforma 3D de precisão e puzzles na temática de reality show de TV, e a promessa de manter a comunidade atualizada com conteúdos e eventos focados em cosméticos (e não em aspectos pay-to-win) o coloca como uma boa opção para quem está em busca de um novo jogo multiplayer online.
3,8 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de King of Meat
Lançamento: 7 de outubro de 2025
Desenvolvido por: Glowmade
Publicado por: Amazon Games
Plataformas: PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S. Nintendo Switch previsto para 2026.
Número de jogadores: 1 a 4 (cooperativo online)
Gêneros: Ação, Casual, Cooperativo, Comédia, Construção de Masmorras, Hack and Slash, Plataforma 3D, Quebra-cabeça
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (América Latina e Espanha)
Preços: Edições a partir de R$ 149,99 (PC e Xbox), R$ 169,90 (PlayStation)
