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    REVIEW – Ereban: Shadow Legacy leva o gênero stealth a um rumo interessante

    Ereban: Shadow Legacy é um jogo de stealth em terceira pessoa com foco narrativo e uma gameplay baseada em plataforma 3D. O game é o primeiro trabalho do estúdio espanhol Baby Robot Games e será lançado para PC no dia 10 de abril de 2024.

    Desenvolvido com base em Atlas’ Fate: Between Light and Darkness, jogo criado como portfólio pela equipe do estúdio, Ereban enfrentou desafios até ser lançado para PC, entre eles a ruptura com a publisher, fazendo com que agora o título seja publicado pela própria Baby Robot Games.

    O fim do vínculo com a publicadora também gerou o adiamento do game para Xbox, que estava previsto para chegar inclusive no Game Pass como Day One, e agora não há previsão de lançamento. Mas a Baby Robot Games afirma que segue trabalhando para a versão do console da Microsoft.

    Em Ereban: Shadow Legacy você controla Ayana, a última de uma raça esquecida. É preciso usar poderes sombrios e tecnologia para evitar ou eliminar os inimigos e descobrir a verdade sobre seu passado.

    Com um forte apelo narrativo, esse jogo de furtividade também envolve entender o que é preciso para salvar um moribundo universo de moral ambígua neste jogo dinâmico e de furtividade.

    Confira a seguir o review de Ereban: Shadow Legacy para PC.

    Análise de Ereban: Shadow Legacy

    O jogo de estreia da Baby Robot Games inicialmente chama atenção pelo visual sombrio e futurista. Ao se deparar com a gameplay, o que se destaca é a experiência furtiva saída de clássicos como Metal Gear Solid e um agradável plot twist de se misturar às sombras com a habilidade Shadow Merge, muito similar ao que é feito com tintas em Splatoon.

    Ereban: Shadow Legacy possui uma boa história com potencial de durar entre 8 e 10 horas, dependendo do quão experiente você é em jogos stealth.

    A narrativa possui elementos de clássicos da literatura que remontam a temas como totalitarismo, sociedades em decadência, exploração espacial e destruição ambiental. Tudo isso em uma atmosfera futurista cyberpunk e com pitadas que você vai olhar e pensar hmmm, isso aqui saiu do filme/livro/série tal…

    O título chama atenção por ter mais de um final, agregando um fator de rejogabilidade após a sua primeira run. O convite a rejogar o game também ocorre por causa do sistema de avaliação de desempenho baseado em métricas como tempo levado para superar a fase, robôs derrotados, trabalhadores assassinados, corpos encontrados, alertas inimigos e quantidade de vezes que você morreu.

    Esses fatores juntos são ótimos para se manter engajado com o jogo por mais tempo, a fim de conhecer os finais possíveis, melhorar os rankeamentos de cada fase, encontrar todos os itens e abrir toda a árvore de habilidades.

    A primeira fase é mais curta para apresentar o tutorial efetivo e bem cadenciado, podendo durar cerca de 15 minutos. Os tutoriais dessa fase inicial e de outros momentos do jogo explicam as mecânicas essenciais, mas deixam de fora algumas explicações para você descobrir por conta própria.

    Bater palmas para chamar atenção de inimigos e o craft de itens delicadamente presente no menu de habilidades são dois pontos que o game opta por não apresentar. Particularmente não achei isso um problema, mas para quem espera uma gameplay mais guiada isso pode desagradar.

    Ótimas escolhas visuais e performance

    A interface de usuário (UI) é muito bonita e moderna. O estilo gráfico lembra bastante o de Starfield, embora em Ereban: Shadow Legacy as telas tenham menos informações do que o jogo gigantesco da Bethesda. Para mim isso é ótimo, pois considero mais eficiente a organização límpida proposta pela Baby Robot Games, até porque são poucas (mas suficientes) as habilidades e os recursos no seu jogo de estreia.

    O que me deixou dividido por vezes foi a ausência de um mapa. No capítulo 3 isso eventualmente me fez pensar que era importante ter algum indicativo na tela, mas depois que eu completei as missões secundárias dessa área acabei repensando e considerando melhor explorar a fase mais ampla do game sem saber muito bem para onde estava indo.

    Mesmo sem mapa, você não estará totalmente sem saber o que fazer em Ereban: Shadow Legacy. Isso porque há indicativos visuais para as missões principais e alguns pontos de interesse em cada fase.

    E melhor ainda: é possível ativar, desativar ou deixar um nível médio de ícones visuais para ajudar a guiar sua exploração. Eu joguei no nível médio, para que nem sempre houvesse algo facilitando demais o meu caminho.

    Além da ótima UI, Ereban: Shadow Legacy também se destaca pelo seu estilo gráfico muito bonito. Os cenários e personagens dão uma identidade própria ao jogo, embora você talvez possa encontrar alguma referência na estilização. Tudo fica ainda mais lindo ao ver Ayana em ambientes escuros, pois seu traje brilha na escuridão e gera um contraste encantador.

    Ereban: Shadow Legacy é um jogo de furtividade e exploração em plataforma 3D com foco narrativo que entrega uma experiência muito agradável, com potencial de concorrer em importantes premiações
    Contraste de cores é muito bem trabalhado em Ereban: Shadow Legacy | Créditos: Emerald Corp

    Longe de ser realista, o estilo gráfico escolhido também facilita que a gameplay tenha uma ótima performance. As transições entre a forma principal de Ayana e a habilidade Shadow Merge para andar pelas superfícies como se estivesse jogando Splatoon poderiam ocasionar quedas de framerate, mas isso não acontece nem mesmo numa situação mais intensa, como ao fugir dos robôs que a avistaram.

    Embora tenha muitos ótimos méritos, Ereban: Shadow Legacy tem alguns bugzinhos que atrapalham, mas não são prejudiciais.

    Algumas vezes você pode tentar escalar uma superfície (como paredes ou torres) usando o Shadow Merge e simplesmente atravessá-la, como se não tivesse nada ali. O jogo até tem um sistema de recolocar a personagem no lugar certo, mas mesmo assim pode não ser eficiente.

    Nesses casos, o jeito é voltar no checkpoint mais recente sem contar como perda de vida. Isso no geral tende a não ser um prejuízo muito grande, pois os pontos de salvamento automático não são tão isolados.

    Outro ponto que eventualmente atrapalha é a câmera, que pode se perder enquanto você gira em torno da personagem ou, principalmente, ao alternar muito rapidamente entre a Ayana humanóide e sua forma Shadow Merge.

    Gameplay agradável e que sabe se renovar

    O foco em Ereban: Shadow Legacy é a gameplay furtiva, mas há bons momentos em que a exploração e os puzzles tomam conta.

    A exploração é bastante convidativa principalmente no terceiro capítulo, que contém uma grande área aberta no deserto e há 3 missões secundárias que valem o investimento de tempo para receber a recompensa.

    Os puzzles em geral são inseridos de modo bem natural na gameplay, exigindo que você preste atenção e pule no momento certo para aproveitar a sombra feita por um objeto em movimento para acessar uma área importante. Esse gênero ganha ainda mais força na gameplay do capítulo 5 em diante, quando passa a entregar desafios mais elaborados e que realmente nos fazem quebrar a cabeça pensando.

    Veredito

    Ereban: Shadow Legacy é um ótimo jogo de estreia do estúdio espanhol Baby Robot Games. Com um estilo visual futurista, uma história interessante e uma gameplay experimental que funciona muito bem, o título indie leva o gênero stealth a um nível diferenciado e tem potencial para concorrer em importantes premiações.

    Quem sabe na categoria de Melhor Jogo Indie de Estreia do The Game Awards 2024?

    Nossa nota

    4,3 / 5,0

    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de Ereban: Shadow Legacy

    Lançamento: 10 de abril de 2024

    Desenvolvido e publicado por: Baby Robot Games

    Plataformas: PC (via Steam)

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Stealth, Plataforma, Narrativo, Terceira Pessoa

    Idiomas: Inglês, Francês, Alemão, Espanhol (Espanha), Chinês simplificado, Coreano, Japonês, Polonês, Russo, Catalão

    Preço: R$ 73,99 (PC)

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