Dune: Awakening, MMO de mundo aberto inspirado na franquia clássica de Frank Herbert, chegou para PC no dia 10 de junho. O game ainda será lançado para PlayStation 5 e Xbox Series X|S em data a ser anunciada, expandindo o universo também para os consoles.
O jogo da Funcom possui uma proposta bem diferenciada. A história age como um “what if?” em relação aos acontecimentos do cânone de Duna. Aqui, Paul Atreides nunca existiu, Lady Jessica e Duque Leto fizeram outras escolhas e todo o desenrolar da guerra em Arrakis toma proporções diferentes.
Por meio desse gancho, o jogador embarca em uma jornada de descoberta no planeta de areia, encontrando inimigos, fazendo amizades, desbravando o espaço e tentando descobrir o que aconteceu com os Fremen.
Eu tive a oportunidade de conferir Dune: Awakening em várias oportunidades diferentes ao longo do seu desenvolvimento. A primeira vez foi durante a gamescom 2024, na Alemanha, onde joguei a build disponível no evento e conversei com Joel Bylos, diretor criativo do jogo.
Multijogador Massivo Online (MMO) não é um estilo de game que eu costumo jogar, mas por ser muito fã de Duna, automaticamente coloquei ele no radar. E devo dizer que desde o primeiro teste, tudo na gameplay me chamou a atenção.
Na gamescom, pude conferir em primeira mão a experiência de pilotar um ornitóptero e entender todas as complexidades dos recursos de sobrevivência em meio ao deserto e da progressão de habilidades.
Em maio deste ano, rolou o primeiro beta test global e, durante o final de semana em que o game esteve liberado, tive a oportunidade de me aprofundar nas missões principais e entender melhor as ferramentas de craft que eu não tive acesso na primeira vez que joguei.
Por fim, agora com o lançamento oficial, venho com uma bagagem grande em relação a tudo o que Dune: Awakening apresentou até aqui, mas acredito que ainda tenho muito mais a explorar. O mapa é enorme, o mundo aberto é muito amplo, e há diversas coisas ainda para serem vistas.
Por isso, esse review ainda está em desenvolvimento, mas já quero compartilhar algumas das minhas impressões com vocês!
O mundo de Arrakis
Se tem uma coisa que Duna faz muito bem é construir um mundo complexo e interessante. A obra de Frank Herbert é especial nesse sentido, com o autor dedicando várias páginas a descrever, de forma apaixonada, os planetas e ambientes existentes nesse universo.
Dune: Awakening, dentro da sua proposta, tinha o desafio de preservar esse lado rico da franquia e, ao mesmo tempo, entregar uma gameplay engajante e que não necessitasse de muita explicação. Afinal, estamos falando de um jogo de sobrevivência multiplayer e online, um formato que requer ampla exploração e missões dinâmicas.
Aqui, Arrakis é muito bem pensada para funcionar em níveis. Você começa no sul do planeta, uma área para aprender com o tutorial e, depois, progredir para desafios maiores. Durante a sua estadia nessa área, você aprenderá a importância da água, de um bom trajestilador e como o sol pode ser cruel com o seu corpo e mente.
Se você nunca teve contato com nada de Duna, pode ficar tranquilo: o jogo é didático em seus ensinamentos e é fácil se sentir envolvido pela lore proposta, principalmente porque não há tanta explanação política de forma deliberada (mas há para aqueles que se empenham em escutar as transmissões de rádio, que é meu caso).
E, claro, o deserto por si só é deslumbrante. A constante ameaça de shai-hulud, o verme da areia, torna toda a jogatina ainda mais interessante. Não basta você ter que se cuidar o tempo todo para não ser abatido pelos NPCs ou capturado pelos Sardaukar, você também tem que tomar cuidado para não ser engolido e perder todos os seus itens (e quanto mais perto ele está de você, mais a trilha fica caótica e o seu controle treme!).
Toda essa dinâmica torna o jogo muito, mas muito divertido. É impossível jogar apenas uma hora, pois tudo o que você decidir fazer certamente vai demorar mais do que isso. Quer subir numa montanha? Pense na sua estamina, o sol ressecando seu corpo, na necessidade constante de água.
Vai explorar em terras mais distantes? O sol resseca sua moto, fazendo os componentes entrarem em combustão, e você nunca tem espaço suficiente na mochila para tudo o que quer carregar.
Essas limitações, obviamente, fazem um passatempo momentâneo se tornar horas de entretenimento, mas nada que seja cansativo ou chato, muito pelo contrário. É muito bom fazer parte desse universo e ficar nele por bastante tempo.
História que resiste ao teste do tempo
Para os fãs de Duna que nem eu, a principal preocupação estava em entender se essa proposta de mudança na lore daria certo. Afinal, toda a história de Duna se concentra em Paul Atreides e, aqui, o menino nunca existiu.
A escolha feita pelos desenvolvedores foi muito sábia e bem pensada, pois se ninguém é especial, todo mundo é especial. Certo? Você não vai querer investir tempo, esforço e recursos em algo que já está predestinado a ser de outra pessoa. Sem Paul Atreides, sem Lisan al Gaib, o que significa um milhão de possibilidades.
Os desafios presentes no jogo conseguem replicar muito bem a essência de Duna. As memórias que surgem por meio da especiaria, a luta dos Fremen pelo seu planeta e sua existência, e todos os problemas relacionados à opressão imperial seguem presentes e vivos durante a gameplay. Duna é, acima de tudo, um estudo sobre a importância do meio ambiente e da preservação, e que mostra como a ganância dos homens pode levar ao fim da humanidade.
Até onde consegui explorar, as adaptações foram bem positivas e os desafios que você vai desbloqueando em cada nova área do mapa também são interessantes. A parte que mais gosto está nessa viagem por entre o depoimento das almas que vieram antes de nós, aqui materializadas em um universo espiritual e conectado à crença dos Fremen que vemos nas obras do Herbert.
Tudo agrega no desenvolvimento do seu personagem, aos mistérios que você precisa desvendar e ao próprio conhecimento da importância de Arrakis nesse extenso universo.
Performance e jogabilidade
Tivemos a oportunidade de testar Dune: Awakening em dois computadores diferentes, um com especificações no ultra, e outro no médio. As diferenças são o que se espera no que diz respeito à qualidade e fluidez, mas mesmo no médio o jogo está bem otimizado. A única questão que por vezes impacta um pouco mais são alguns travamentos pontuais, mas que parecem ser também por conta de alguma instabilidade momentânea no servidor.
Dessa forma, mesmo para aqueles que irão curtir o game em um PC mais antigo, Dune: Awakening roda muito bem, com poucos problemas. Quando falamos de bugs ligados ao jogo, especificamente, eles aparecem quando alguma missão não conclui sozinha ou quando você tenta escalar algum lugar e acaba ficando preso. Os updates mais recentes foram muito bons nesse sentido, melhorando alguns gargalos de performance e corrigindo outros problemas.
A jogabilidade em si é muito fluida, mesmo que o menu de escolha de armas não seja meu favorito. Acredito que, para quem joga no controle como eu, muitas vezes o menu não escolhe a ferramenta que você está apontando, o que pode ser um problema caso alguém esteja atacando naquele momento.
Porém, num geral, elas funcionam muito bem. Depois que você se acostuma com a ferramenta de construção e as especificidades na construção dos bunkers, tudo flui de forma natural e o processo de construção acaba se tornando uma das partes mais divertidas do jogo.
Para que você possa construir algo é necessário liberar itens de pesquisa. Esses itens são liberados por meio de pontos que você obtém ao finalizar determinada ação dentro do jogo. O mesmo vale para as habilidades: elas são desbloqueadas gradualmente e, dependendo da classe que você escolher, os poderes podem ser combinados entre ataques físicos e mentais.
Essas habilidades são muito úteis para várias situações dentro do jogo, principalmente nas lutas. Eu uso a minha habilidade de corrida para quase tudo, fugindo de todos os perigos que eu encontro. É muito útil!
E, claro, por se tratar de um jogo multiplayer, não posso deixar de fora o fator de jogar com os amigos. A meu ver, todo game que você pode curtir com seus amigos é mais divertido, e aqui não é diferente. Seja para pensar qual caminho seguir, atacar inimigos ou mesmo festejar uma nova construção, o multiplayer de Dune: Awakening vale muito a pena.
Para quem é fã, Dune: Awakening é uma jornada muito recompensadora. Para aqueles que não tiveram nenhum contato com a franquia, acredito que irão se surpreender com a complexidade da história e a vasta dinâmica de jogo, podendo até se tornar fã. Até aqui, eu recomendo muito que você teste e explore esse universo, pois é um game realmente divertido e fácil de se apegar.
Confira a nossa live curtindo o multiplayer:
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Ficha técnica de Dune: Awakening
Lançamento: 10 de junho de 2025
Desenvolvido e publicado por: Funcom
Plataforma: PC (via Steam). PlayStation 5 e Xbox Series X|S a serem lançados em data ainda não divulgada.
Gêneros: Jogador vs Ambiente, Jogador vs Jogador, Sobrevivência em Mundo Aberto, MMO
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Japonês, Coreano, Polonês, Russo, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Turco, Ucraniano
Preço: Versões a partir de R$ 179,00