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    REVIEW – Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay

    Bandle Tale: A League of Legends Story chega para Nintendo Switch e PC via Steam, GOG e Epic Games Store no dia 21 de fevereiro. O jogo da Riot Games e Lazy Bear Games amplia o universo de League of Legends com uma história focada nos Yordles.

    Ambientado boa parte em Bandópolis, mas com outros mundos a serem descobertos ao longo da gameplay, Bandle Tale apresenta uma história fofa e carismática. Aqui você será um Yordle incrível que precisa tricotar soluções para reestruturar os portais que mantêm Bandópolis, Novelândia e os outras regiões conectadas.

    Para isso, você usará uma mochila-casa como sua base e criará diversos itens mágicos para completar missões complexas e ajudar os Yordles. Seu principal objetivo é reencontrar uma amiga que se perdeu quando os portais se desconectaram.

    Confira nosso review completo de Bandle Tale: A League of Legends Story jogado no PC.

    Análise de Bandle Tale: A League of Legends Story

    Bandle Tale é visualmente perfeito. As imagens de divulgação me chamaram atenção logo de cara, pois tanto os gráficos em pixel art, quanto a ambientação lofi são elementos que estão sempre no meu radar na hora de escolher o meu próximo jogo cozy.

    Sem saber muito sobre a gameplay, imaginava que Bandle Tale seguiria uma linha de gerenciamento e construções. Entretanto, ao começar a jogar efetivamente o novo título da Riot Games, percebi que o spin-off de League of Legends não tem absolutamente nada a ver com isso.

    Ao longo das diversas horas de jogo (falando da missão principal, sem contar as side quests), você será um Yordle que precisa ajudar em uma situação catastrófica: durante uma grande festa, uma lã de portal defeituosa acabou desestruturando todos os portais que conectam os vários mundos dos Yordles.

    REVIEW - Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay
    Créditos: Divulgação / Riot Games

    Dessa forma, as conexões entre Novelândia, Bandópolis, Ilha da Inspiração, Vila da Engenhoca e Bosque Brotoverde se perderam, e você precisa achar uma forma de desfazer essa bagunça.

    A partir desse plot, as missões começam a se desenrolar em Bandle Tale. Você terá que criar itens e conversar com uma série de personagens para, aos poucos, ir desbloqueando os outros mundos e habilitando ainda mais missões.

    Um mundo vibrante e convidativo

    Os cenários em Bandle Tale são incríveis. A dedicação na construção das regiões de Novelândia, Bandópolis, Ilha da Inspiração, Vila da Engenhoca e Bosque Brotoverde é realmente algo a ser destacado.

    Lembrando em diversos momentos o ótimo design de Sea of Stars, o game realmente dedica um tempo para que você explore esses espaços e veja a quantidade de itens diferentes em cada um deles.

    As poucas casas que você consegue entrar são lindinhas, e eu gostaria que o mapa fosse ainda mais imersivo, com a possibilidade de entrar em todas as casas presentes no game. Entretanto, mesmo sem essa possibilidade, toda a construção visual funciona muito bem.

    REVIEW - Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay
    Créditos: Divulgação / Riot Games

    As áreas que eu mais gostei foram a Ilha da Inspiração e o Bosque Brotoverde, pois ambas possuem elementos diferenciados dentro de suas propostas. Na Ilha da Inspiração, por exemplo, você encontra pontes em formato de teclado e, ao andar sobre as teclas, você poderá ouvir o barulhinho delas. São detalhes fofos que fazem toda a diferença na imersão no jogo.

    Já no Bosque Brotoverde, as casinhas dos Yordles são o grande diferencial, além de você ter uma dinâmica interessante entre os povos que ali habitam. São duas regiões muito bem pensadas e visualmente incríveis.

    A Vila da Engenhoca é, provavelmente, a área com maiores descobertas. Com diversos elementos bloqueados – que você só tem acesso após consertar – essa é uma das ilhas com mais interações de todas.

    Gameplay e jogabilidade

    O grande problema de Bandle Tale, a meu ver, é que ele foca muito na criação de itens e na entrega dessas missões para outras pessoas. Há um sistema de habilidades que precisam ser desbloqueadas para que você consiga fazer qualquer coisa dentro do jogo, mas além disso, você precisa de diversos itens para que uma determinada ação seja executada.

    Todos esses itens são feitos dentro da sua mochila-casa, uma mochila que é literalmente uma casa gigante. Essa dinâmica visual, como já disse, é um dos pontos fortes de Bandle Tale, porque tudo é muito fofinho e realmente causa impacto.

    REVIEW - Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay
    Créditos: Divulgação / Riot Games

    Dentro dessa casa você terá uma série de tapetes. Esses tapetes possuem funções específicas e você pode abri-los e fechá-los para executar ações dentro deles. O tapete de festa é usado para as festas, que geram linha de portal e orbes (que você troca por habilidades), ajudando a trama a progredir.

    Existem outros tapetes, como aquele usado para colocar as bancadas de criação de itens, o tapete de restaurante e também o de máquina de vendas, mas você provavelmente vai passar mais tempo criando itens nas diversas bancadas disponíveis dentro do jogo.

    Cada ilha possui elementos específicos que vão auxiliar na criação de itens. Materiais como folha, algodão, pergaminho, ouro e muitos outros podem ser coletados diretamente na natureza. A manipulação desses materiais, e combinação com outros, leva à efetiva criação desses elementos, e o jogo é bem criativo nesse sentido.

    Além disso, existe também a dinâmica das auras. O jogo possui várias delas, como a aura da precisão, da harmonia, do movimento e tantas outras. Elas podem ser encontradas no mapa ou criadas em um tapete por meio de uma bancada específica.

    A aura precisa ser colocada embaixo da bancada, cujo item necessita dessa habilidade, para que ele possa ser confeccionado. E, confesso, essa dinâmica é a parte que eu menos gostei de toda a gameplay.

    Vou usar um exemplo simples. Para criar uma aura de movimento na bancada de condução de movimento (uma construção que você faz dentro da sua casa), você precisará de uma borracha mágica. Para criar a borracha mágica você precisará de uma borracha e… uma aura de movimento.

    REVIEW - Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay
    Créditos: Divulgação / Riot Games

    Se para criar uma aura de movimento você precisa de um item que para ser confeccionado também precisa de uma aura de movimento, como você resolve esse problema? A resposta é: se movimentando até alguma parte do mapa que possua essa aura de movimento habilitada. Entretanto, não são todas as auras que estão disponíveis nos mapas, o que torna tudo complexo.

    Essas situações não acontecem apenas nesse caso específico, mas também com criações simples como fazer uma receita de um prato de comida.

    Essa é apenas uma das dinâmicas dentro do jogo. Há muitas outras que precisam de uma dedicação intensa, às vezes levando horas para completar uma série de missões que, no fim, terão recompensas não tão satisfatórias.

    Acredito que a ideia de habilidades e níveis de desbloqueio num geral é ótima, porém a complexidade desse sistema aqui acaba tornando a gameplay um pouco cansativa.

    Mesmo as missões secundárias podem travar o seu desenvolvimento em alguma parte principal da história. Isso porque algumas side quests liberam habilidades para dentro do jogo. Ou seja, mesmo que você não queira fazer a missão secundária, talvez ela se torne obrigatória se você quiser ter uma habilidade que auxilie na missão principal.

    Com esse vai e vem de itens e auras entre os mapas, você passa boa parte do tempo se locomovendo, o que acaba demandando que você tenha linha de portais para se teletransportar, ou que você caminhe de um lugar a outro o tempo todo.

    REVIEW - Bandle Tale: A League of Legends Story acerta no visual, mas derrapa na gameplay
    Créditos: Divulgação / Riot Games

    Porém, seu Yordle tem uma perna de tricô que, dependendo da velocidade que você caminha, a estamina acaba. Isso dificulta ainda mais que você complete alguma tarefa simples, tornando o jogo desnecessariamente longo e, por vezes, pouco recompensador.

    Para pessoas que, como eu, não desistem nunca, o jogo pode representar um grande desafio. Mesmo nos momentos em que eu me sentia cansada de chegar a um determinado resultado e ainda precisar de mais um item, eu não desisti, mas também não acho que todas as recompensas tenham sido satisfatórias.

    Personagens e história

    Apesar do enredo ser bacana, os personagens estão longe de serem bem desenvolvidos. Por se tratar de um spin-off de um universo famoso onde os Yordles representam uma parte significativa dos campeões, eu esperava que cada um deles tivesse um pouco mais de história.

    Corki, Lulu, Rumble, Tristana e outros personagens conhecidos do mundo de League of Legends estão no jogo, mas nenhum deles possui uma história longa, de fato.

    Créditos: Divulgação / Riot Games

    Apesar do pouco aproveitamento desses personagens, outros pontos da trama são bem bacanas, principalmente as ilustrações e narração (em português) em formato de livro de histórias, explicando tudo o que acontece entre a abertura de um mundo e outro.

    A ideia temática do tricô também é bem querida e traz algo diferente para o jogo, pois aposta em um elemento pouco utilizado em histórias com elementos mágicos. Toda a ideia do tricô, das linhas e dele ser o fio (literalmente) condutor da magia funciona muito bem.

    O fato do jogo estar localizado em português é um outro ponto positivo, pois torna a proposta mais abrangente e capaz de impactar um público novo que, assim como eu, não consome o universo de League of Legends.

    Veredito

    Com visuais lindos, ótima trilha sonora e personagens fofinhos, Bandle Tale: A League of Legends Story tinha tudo para ser o ultimate cozy game do ano. Entretanto, sua gameplay complexa torna a experiência agridoce, pois o resultado final poderia ser melhor se tarefas básicas fossem mais simples, sem se alongar desnecessariamente.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Ficha técnica de Bandle Tale: A League of Legends Story

    Lançamento: 21 de fevereiro de 2024

    Desenvolvido por: Lazy Bear Games

    Publicado por: Riot Games

    Plataformas: PC (via Steam, GOG e Epic Games Store) e Nintendo Switch

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: Aventura, RPG, Simulação

    Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Português, Russo.

    Preço: Standard R$ 124,99 e Deluxe R$ 149,99 no PC (via Steam, Epic e GOG) e Nintendo Switch

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