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    REVIEW – Sea of Stars cresce com o tempo e se torna um RPG fenomenal

    Sea of Stars foi lançado no dia 29 de agosto para todos os consoles e PC, e também ficou disponível no Game Pass e PS Plus em day one. Desenvolvido pela Sabotage Studio, o game é um dos indies mais esperados do ano e chegou com a missão de alcançar toda a expectativa criada desde seu anúncio.

    Na história de Sea of Stars, acompanhamos os personagens Valere e Zale, duas crianças do solstício destinadas a manter o mundo protegido de Fleshmancer, um ser ancestral que é a personificação do mal. Junto com seu amigo Garl, a dupla deve desbravar os mapas e usar a Magia do Eclipse contra os mais diversos inimigos, buscando proteger o mundo contra os poderes dos agentes do caos.

    Sendo um RPG de turnos, Sea of Stars se baseia em um combate estratégico, mesclando ataques físicos com poderes mágicos. A cada novo arco, novos personagens são habilitados, tornando a gameplay mais robusta e desafiadora.

    Nós jogamos Sea of Stars no PC via Game Pass. Confira nossa crítica.

    Análise de Sea of Stars

    Começo dizendo que Sea of Stars é um RPG baseado em turnos, então se você não gosta desse modelo de gameplay, provavelmente não vai gostar do jogo. Isso porque, além do combate um pouco repetitivo, Sea of Stars possui uma jornada que leva um grande tempo para ser desenvolvida.

    Pelo menos pra mim, apenas com cerca de 6 horas de jogo é que eu realmente senti que estava gostando da gameplay de Sea of Stars. Até termos a primeira liberação de novos personagens (além dos três iniciais), tudo parecia vagaroso e um pouco chato, mesmo com gráficos belíssimos e utilizando de uma trilha sonora extremamente envolvente.

    Portanto, a minha sugestão é que você dê tempo ao tempo e acredite no processo. Após determinada etapa do jogo, tudo fica mais divertido e a história se torna muito envolvente. Apesar de ter um início vagaroso, é com o alinhamento dos arcos dos personagens e a expansão do mundo que Sea of Stars apresenta as suas melhores qualidades, entregando puzzles inteligentes, além de embates que necessitam de uma estratégia real.

    História e personagens

    REVIEW - Sea of Stars cresce com o tempo e se torna um RPG fenomenal
    Créditos: Divulgação / Sabotage Studio

    Começando pelos detalhes mais simples, Sea of Stars roda redondinho no PC. Não encontrei nenhum bug, não travou nenhuma vez e nem trouxe nenhum tipo de erro como fechar a aplicação sozinha durante o jogo. Tudo funcionou perfeitamente, como é esperado de um jogo da magnitude e repercussão desse aqui.

    Os personagens são muito bem desenvolvidos, e esse é outro ponto que, apesar de tornar Sea of Stars lento, recompensa com uma ótima construção de personalidade e características dos irmãos do solstício. Ah, e de Garl também!

    Cada personagem possui seus próprios medos, motivações e não são unilaterais. Eles se veem presos em impasses que cobram deles ações que, muitas vezes, são dolorosas. Essa construção do storytelling é muito bacana, principalmente quando analisamos o impacto de Garl para a história.

    Um personagem sem poderes, sem nada que possa torná-lo um grande herói, é o que faz o balanço entre a dupla de guerreiros do solstício que tem mais responsabilidades do que uma criança deveria ter. Os diálogos mais empáticos, divertidos e otimistas são deixados para Garl, que acaba roubando o coração da audiência e realmente criando um laço significativo com o público.

    Outros personagens como Serai e Resh’an acabam não tendo tanto embasamento, mas, ainda assim, possuem um background para a sua existência, não sendo simplesmente atrelados ao grupo principal.

    Há um trabalho de evoluir a quantidade de personagens jogáveis e, para isso, a trama consegue navegar entre os diversos conflitos que colocam esses novos personagens no caminho de Valere, Zale e Garl. Ponto para a equipe de desenvolvimento que conseguiu amarrar todas essas pontas de uma maneira efetiva e bem conduzida.

    Gráficos e jogabilidade de Sea of Stars

    Créditos: Divulgação / Sabotage Studio

    O fato de Sea of Stars ser um game com pixel art retrô e, ao mesmo tempo, ter uma mobilidade mais fluida com elementos de plataforma, acaba criando diversas surpresas ao longo do caminho. A cada mudança de cenário (que são inúmeras), novas possibilidades de exploração surgem. Algumas ocupam até mesmo os menores lugares da tela, espaços que talvez, em certo momento, você não pensaria em explorar.

    Essa mudança dinâmica do design das fases, da exploração dos mapas e a adição de novas ações e poderes ao longo do tempo, tornam a jornada em Sea of Stars bem divertida. Quando o jogo finalmente sai do seu período inicial e passa a desbravar o rico mundo criado para ele, tudo se torna novidade e você se surpreende positivamente com os puzzles a cada nova fase.

    Acredito que a única coisa realmente chata seja, ironicamente, os combates. O fato de você não conseguir ver quanto de vida um boss ainda possui, a repetição dos embates num geral e, em algumas fases, o mapa cheio de ameaças iguais e cíclicas acaba incomodando. Muitas pessoas talvez desistam do game por causa disso, o que é uma pena, mas é uma crítica válida e fundamentada.

    Há áreas que você esbarra em algum bichinho que não tem como evitar a cada passo que der. Essas constantes paradas são, de certa forma, uma ajuda para os seus personagens avançarem de nível, se tornando mais fortes. Porém, há momentos em que você só quer explorar um pouco, e essa constante perseguição pode mesmo se tornar chatinha.

    Porém, mais para frente, existem as dungeons, que pra mim são a melhor parte do jogo. A cada mapa você possui uma dungeon diferente, algumas mais elaboradas do que outras, mas todas muito interessantes e bem desenvolvidas. Elas não são impossíveis de vencer, são até bem simples de serem entendidas, mas possuem várias etapas que tornam a jornada mais efetiva e engajante.

    Créditos: Divulgação / Sabotage Studio

    Outro ponto bem legal é a possibilidade de simplesmente não fazer a missão principal e ir curtir outras coisas. Passar nas tavernas da cidade, conversar com os NPCs e fazer algumas side quests, cozinhar, pescar, andar de barco… Há um mundo repleto de possibilidades a serem exploradas, portanto, você não precisa apenas seguir as missões, pode curtir um pouquinho fora da trama principal e se divertir com os minigames e atividades locais.

    O fato de você poder controlar os períodos do dia também é algo bem interessante. Ao ter a capacidade de trocar as fases do dia, saindo da manhã para a tarde e depois para a noite, diversas áreas escondidas acabam surgindo, o que torna a gameplay ainda maior.

    Aliás, falando em gameplay, Sea of Stars rende no mínimo 16 horas de jogo. Se você for complecionista, o número pode chegar a pelo menos 25 horas. Existem diversos mapas em áreas que vão sendo desbloqueadas conforme você avança na trama. Se você procura por um jogo que vai te manter entretido por muitas horas, esse é uma ótima opção.

    Veredito

    Mesmo com um início um pouco vagaroso e truncado, Sea of Stars cresce em sua história e se torna um RPG fenomenal. Apesar dos embates repetitivos, sua trama é rica, os cenários são incríveis e certamente os personagens vão te cativar. É um jogo que provavelmente vai figurar na lista de melhores do ano e você precisa dar uma chance.

    Nossa nota

    3,9 / 5,0

    Assista ao trailer de Sea of Stars:

    Ficha técnica de Sea of Stars

    Lançamento: 29 de agosto de 2023

    Desenvolvido e publicado por: Sabotage Studio

    Plataformas: PC (via Steam), PlayStation 4 e PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X | S

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: RPG, aventura

    Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Japonês, Português, Russo

    Preço: R$ 99,99 (PC), R$ 99,95 (consoles Xbox) R$ 187,90 (consoles PlayStation) e R$ 99,99 (Nintendo Switch)

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