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    PREVIEW – Polêmico Palworld entrega bem mais do que memes

    Considerado o “Pokémon com armas”, o polêmico Palworld foi lançado em acesso antecipado no dia 19 de janeiro de 2024 para PC, Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass.

    Desenvolvido pela Pocket Pair, o jogo é uma mistura de diversos gêneros entre os quais se destacam a captura de monstros (monster catching), o gerenciamento de construções e o RPG de sobrevivência.

    Ainda não há uma previsão de lançamento da versão definitiva, nem oficialização de que Palworld será lançado para consoles PlayStation. No entanto, a possibilidade não está descartada, conforme publicação do usuário Bucky, gestor de comunidade da desenvolvedora, em seu perfil no X.

    Não bastasse a evidente inspiração na famosa franquia da Game Freak e por colocar armas nas mãos dos monstrinhos, Palworld coleciona polêmicas por causa de suspeitas sobre um possível uso da mesma malha gráfica utilizada nos jogos mais recentes de Pokémon para criar seus monstros (chamados de Pal) e ainda por conta do histórico de desenvolvimento da Pocket Pair.

    Mas não é só isso. O estúdio possui atualmente 4 jogos publicados, sendo 3 em acesso antecipado. São eles: Overdungeon (2019, único lançado com versão definitiva), Craftopia (2020), AI: Art Impostor (2022) e Palworld (2024).

    E é tanto pelo histórico de publicações a favor do uso de Inteligência Artificial (IA) em games por parte do CEO da Pocket Pair, como pela existência do jogo AI: Art Impostor (que é uma espécie de Among Us baseado em criar artes usando IA) em seu portfólio, que o jogo de sobrevivência em mundo aberto com os Pals está diante de um debate cada vez mais acalorado dentro e fora da internet.

    A própria The Pokémon Company se manifestou sobre o assunto, dizendo que irá investigar possíveis irregularidades usando suas propriedades intelectuais.

    Nos web stories aqui da Emerald Corp, nós já havíamos indicado alguns Pokémon que serviram de inspiração para determinados Pals, logo após o lançamento do primeiro trailer.

    O jogo resistirá a um possível imbróglio jurídico? Só o tempo dirá. Enquanto isso, confira a seguir nossas primeiras impressões de Palworld jogado no PC via Steam.

    Primeiras impressões de Palworld

    Além da sua evidente inspiração em Pokémon, Palworld também carrega em si elementos de jogos como ARK: Survival Evolved (2017) e Fortnite (2017). A mistura de tantos gêneros e propriedades intelectuais acabou gerando algo capaz de ir além do debate sobre plágio, entregando uma experiência bastante interessante, especialmente por se tratar de um jogo em acesso antecipado.

    O game da Pocket Pair se passa no arquipélago de Palpagos, onde o personagem controlado é um dos poucos sobreviventes humanos que convivem numa região dominada por Pals.

    Avistando Nitewing, um Pal voador que lembra o Staraptor | Créditos: Emerald Corp

    Palworld oferece uma grande gama de possibilidades: capturar mais de 100 monstrinhos para farmar e completar a sua Palpédia; derrotar inimigos espalhados pelo mapa e adversários equivalentes aos líderes de ginásio; vencer Pals que são chefes de dungeons e em pontos específicos das ilhas; criar sua própria base e gerenciá-la usando os monstros para te ajudar.

    A quantidade de conteúdo é surpreendente para um jogo em acesso antecipado. E mais: Tudo isso pode ser feito tanto solo no modo local, quanto em servidores para até 32 pessoas, tornando as quests ainda mais interessantes, aumentando também o ímpeto para sobreviver.

    A gameplay de Palworld é promissora

    Em geral o jogo apresenta gráficos, jogabilidade e performance consistentes. Os assets dos Pals e elementos da natureza (como água, fogo e grama) são graficamente muito bem feitos. As mecânicas e a performance também já se encontram satisfatórias mesmo em acesso antecipado.

    O trabalho de iluminação merece um destaque especial principalmente pela escuridão, que impõe desafios reais para enxergar o cenário. Ambientes escuros entregam um contraste bem trabalhado ao usar um monstro de fogo, fazendo com que seja realmente importante ter alguma fonte de luz no turno da noite e em dungeons.

    A mobilidade do avatar e dos Pals também é satisfatória na maior parte do tempo. Nas batalhas usando os monstrinhos e também batendo com picaretas ou atirando com arco e flecha costumam ter uma boa performance e entregar uma experiência agradável.

    Os recursos de construção e gerenciamento da base e da equipe de Pals também já são bem eficientes. A progressão acontece conforme avançamos o nível do avatar, pois assim recebemos pontos de tecnologia para desbloquear construções, itens, habilidades em conjunto com os monstrinhos e muito mais.

    Como mencionei anteriormente, as referências baseadas em diversos gêneros e franquias poderia gerar uma verdadeira bagunça, mas tudo se encontra bem equilibrado em Palworld.

    Outro ponto positivo é a tradução para o português do Brasil, um importante diferencial que até hoje a comunidade espera que a Game Freak faça em um jogo de Pokémon.

    … mas ainda pode ser aperfeiçoada

    Claro que há bastante espaço para melhorias. Por exemplo, a experiência com alguns recursos, como alternar rapidamente entre as Esferas de Pal disponíveis (as Pokébolas do jogo), precisa ser melhorada. Palworld por vezes exige bastante agilidade para conseguir capturar um monstro, então ficar sem saber qual esfera do inventário será usada não é bom.

    Nesse contexto, a interface também pode receber melhorias, para que esse comando seja facilmente visualizado. A experiência em Pokémon Legends: Arceus (2022), que inspirou os boxes de Palworld, é uma ótima referência para qualificar esse aspecto da gameplay.

    O tutorial também deixa um pouco a desejar. Ele está jogado no canto superior direito da tela e ainda não possui uma importância real na hierarquia de informações, nem nos primeiros passos no jogo. Por enquanto é basicamente um detalhe na tela, e você segue se quiser ou não, sem oferecer recompensas atrativas por seguir determinadas instruções.

    Outro aspecto que pode ser melhorado é a mobilidade do avatar. Alguns movimentos como pular, nadar e escalar montanhas ainda se encontram um tanto crus, por vezes também enfrentando algumas dificuldades para subir superfícies simples que não exigem escalar.

    Por fim, cabe destacar que a textura de montanhas e outros ambientes rochosos e arenosos também pode ser aperfeiçoada. Se o verde das árvores e dos gramados está bem feito, os elementos em marrom visivelmente estão longe do polimento ideal.

    Palworld é um jogo bastante promissor que desde cedo entrega uma experiência divertida e consistente, mesmo com suas polêmicas e com o atalho pego ao se inspirar demais em Pokémon, o que facilita muito para que o público logo se identifique com as criaturas.

    A grande mistura que é esse game gerou um ótimo resultado já no acesso antecipado, mostrando que os Pals rendem muito mais do que memes, piadas de 5ª série e polêmicas. Agora é acompanhar o desenrolar fora do arquipélago de Palpagos para saber se o jogo renderá todo o potencial apresentado, ou se terá que passar por mudanças radicais por conta de questões jurídicas.

    Assista ao trailer:

    Ficha técnica de Palworld

    Lançamento: 19 de janeiro de 2024 (acesso antecipado). Ainda sem data para a versão definitiva.

    Desenvolvido e publicado por: Pocket Pair

    Plataformas: PC (via Steam), Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass

    Número de jogadores: 1 a 32

    Gêneros: Construção, Monster catching, Mundo Aberto, PvE, PvP, RPG, Sobrevivência, Tiro em Terceira Pessoa

    Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Japonês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Russo, Coreano

    Preços: R$ 88,99 (PC), R$ 112,45 (consoles Xbox), gratuito na assinatura do Game Pass

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