A tensão de sobreviver no mundo pós-apocalíptico te espera em S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl, jogo desenvolvido e publicado pela empresa GSC Game World. O título foi lançado originalmente para PC e Xbox Series X|S em 20 de novembro de 2024 e chegou para PlayStation 5 exatamente um ano depois, em 20/11/2025, console no qual joguei para fazer esta análise.
Dos inúmeros FPS que já joguei na vida, todos sempre me divertiram em suas respectivas jogabilidades. No entanto, nenhum deles até hoje conseguiu me deixar tão aflito e com a sensação constante de alerta como S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl.
Em minha experiência, tive a sensação mais realista que um videogame já me proporcionou em um FPS de mundo aberto. Inicialmente, entrei no jogo com a mentalidade de Far Cry, onde você basicamente vira um Rambo e pode sair metralhando tudo, mas aqui não tem essa de sair gastando munição sem pensar, pois tal qual na vida real, os itens não são infinitos, exigindo ter cautela a cada disparo contra os adversários.
Após uma quantidade substancial de game overs, fui percebendo que o jogo é voltado para uma experiência ultrarrealista, que exige bastante cuidado antes de apertar o gatilho, seja contra bandidos ou monstros bizarros que a Zona apresenta.
Aliás, já ressalto que não tive experiência com o jogo anterior, tendo apenas contato com o livro Piquenique na Estrada (Roadside Picnic) e com sua adaptação para o cinema Stalker (1979), do diretor Andrei Tarkovski, cuja obra acabou fornecendo a visão que inspirou o universo dos jogos.
Mesmo sem ter jogado o antecessor, não senti que estava perdido em relação aos eventos anteriores. O enredo aqui é bastante acessível e a narrativa eficiente, tornando desnecessário conhecer o primeiro jogo para aproveitar plenamente a continuação.
Dito isso, S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl apresenta uma atmosfera opressora e imersiva em sua exploração. Como mencionei no início, a cada momento você é tomado pela sensação de insegurança e pelo medo de perder todos os recursos coletados nesse gigantesco mundo.
E, falando em coleta, é preciso ser sagaz: aqui não é como em Fortnite e tantos outros jogos de tiro em que você enche a mochila e sai correndo livremente sem sentir o peso dos itens. Cada item tem um peso próprio, e sua mochila suporta uma quantidade limitada. Caso você ultrapasse esse limite, o personagem sente o peso, tornando-se mais lento e dificultando a movimentação. Por isso, é fundamental escolher atentamente tudo que decidir carregar.
Quanto à exploração, fiquei impressionado com a imensidão do mundo. Fazia tempo que não experimentava um ambiente tão vasto, inseguro e vivo. A última vez que senti algo semelhante foi em The Witcher 3: Wild Hunt (2015), mas aqui a escala parece ainda maior.
S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl me proporcionou uma excelente experiência e mesmo com alto nível de dificuldade. Isso pode ser uma barreira para jogadores desavisados que entrarem esperando algo na linha de Far Cry ou Fallout. O jogo conversa muito mais com quem aprecia a jogabilidade tensa e punitiva de Escape from Tarkov, onde qualquer erro pode ser fatal.
Mesmo que seja muito difícil, algumas boas horas de jogatina te ajudam a melhorar mira e precisão nesse mundo que não perdoa os mínimos erros, e a experiência valerá o tempo dedicado.
Embora o jogo tenha me agradado tanto pela ambientação quanto pela jogabilidade, ele não escapa de pontos negativos. Por exemplo, ocorrem bugs em vários momentos, especialmente envolvendo NPCs, seja em diálogos ou em comportamentos ao redor do ambiente. Isso foi bastante perceptível, mesmo após ter lançado alguns patches no PlayStation 5. No meu caso, foram poucos e nada que se compare ao que foi noticiado no lançamento para as outras plataformas em 2024. Felizmente, nenhum dos bugs chegou a causar crash.
Outro ponto que me incomodou foram as miras. Sei que a proposta é o realismo, mas diversas vezes perdi alvos por precisar apertar R3 para prender a respiração antes de atirar. Ainda não me adaptei totalmente a essa precisão rápida, e talvez o próprio nervosismo causado pelo mundo tenha atrapalhado. Ou talvez o jogo seja tão difícil que eu seja ruim mesmo… o tempo dirá.
Apesar dessa falta de habilidade inicial, confesso que tive uma excelente experiência tanto na exploração, quanto por causa da beleza crua (apesar de apocalíptica) desse mundo, com gráficos que transmitem de forma deslumbrante a frieza e a vastidão da Zona.
Veredito
S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl é um excelente jogo que transmite com maestria e realismo a sensação de estar em perigo a todo momento. É uma jornada tensa, sombria e recompensadora que captura perfeitamente o que significa tentar sobreviver em uma Zona pós-apocalíptica.
4,5 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chornobyl
Lançamento: 20 de novembro de 2024 (PC e Xbox Series X|S), 20 de novembro de 2025 (PlayStation 5)
Desenvolvido e publicado por: GSC Game World
Plataformas: PC (via Epic Games Store, GOG e Steam), PlayStation 5, Xbox Series X|S
Número de jogadores: 1
Gêneros: Mundo Aberto, Sobrevivência, Tiro em Primeira Pessoa (FPS)
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (América Latina e Espanha), Japonês, Coreano, Polonês, Russo, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Ucraniano, Árabe, Tcheco, Turco, Sérvio
Preços: Versões a partir de R$ 239,00 (PC), R$ 259,95 (Xbox Series) e R$ 339,90 (PlayStation 5)
