More

    CRÍTICA – The Paper usa fórmula conhecida para entregar entretenimento leve

    The Paper, o tão aguardado spin-off de The Office, chega ao HBO Max no dia 18 de setembro. Por aqui, já conferimos todos os episódios da produção que tem Greg Daniels e Michael Koman como criadores.

    Na história, a equipe de filmagens que acompanhou a sede da Dunder Mifflin por décadas resolve iniciar um novo trabalho documental. Para isso, eles escolhem a pequena redação do jornal Toledo Truth Teller, encabeçada pelo editor-chefe Ned Sampson (Domhnall Gleeson) e que conta com uma figura já conhecida do público: Oscar Martinez (Oscar Nuñez), de The Office.

    Daqui pra frente somos apresentados, daquela maneira documental já tão adaptada em séries, aos novos personagens que iremos acompanhar ao longo da trama. Esmeralda Grand, interpretada por Sabrina Impacciatore, é certamente um dos grandes destaques, tomando para si a responsabilidade de ser a personagem engraçada, e um pouco desequilibrada, do grupo.

    Além dela, Mare (Chelsea Frei), Nicole (Ramona Young), Detrick (Melvin Gregg), Adam (Alex Edelman), Adelola (Gbemisola Ikumelo), Travis (Eric Rahill), Barry (Duane R. Shepard Sr.) e Ken (Tim Key) completam o time de personagens que você verá com mais frequência na sede do TTT. Alguns deles possuem mais destaques do que outros, como Detrick, Nicole, Mare e Ken, por exemplo, que acabam tendo mais histórias paralelas do que o restante nessa primeira temporada.

    A redação, composta basicamente de voluntários que trabalham para a empresa de papel higiênico que fica na outra metade do andar, tem como missão trazer notícias locais e que realmente importam para os cidadãos de Toledo. Mas, na prática, isso acontece muito raramente.

    A estrutura de The Paper é a mesma que vemos em The Office e Parks and Recreation, usando os melhores elementos de mockumentary, algo que Greg Daniels sabe muito bem como executar. Entretanto, o jornalismo tem seus desafios, e os três primeiros episódios da série são provavelmente os que mais sentem esse impacto.

    Isso porque a maneira de se fazer notícia não é mais a mesma. Como bem exemplificado em vários momentos da série, as próprias redações já não funcionam mais como antes. Tudo isso é percebido nesses três primeiros capítulos e é difícil não estranhar algumas decisões de roteiro que acabam perdendo a marca em fazer rir.

    Mas, conforme o espectador passa a entender mais esses personagens e suas histórias, The Paper realmente se torna uma série de conforto. Longe de render grandes momentos como outras séries do gênero, mas ainda assim com vários episódios que entregam um entretenimento sólido.

    Esse resultado positivo tem como principal fator a presença em cena de Sabrina Impacciatore, Domhnall Gleeson e Tim Key. Os três juntos rendem os melhores momentos da série, mesmo o personagem de Tim sendo o mais irritante possível. São os desequilíbrios de Esmeralda em parceria com Ken que transformam a vida de Ned em um caos, mudando a dinâmica dentro da redação.

    O timing de comédia de Domhnall também é muito bom. Famoso por seus personagens em Star Wars, Black Mirror e outras franquias, o ator consegue balancear a gentileza de alguém que quer ser líder, mas que não quer desagradar seu time, com a paranóia que toma conta do personagem em momentos específicos.

    Essa falta de pulso de Ned permite que Esmeralda crie as situações mais estapafúrdias, e Sabrina sabe explorar esses momentos de forma espontânea. Já Ken fica como o personagem que trama planos, mas que nunca consegue ter sucesso em nenhum deles.

    Apesar das outras séries estilo mockumentary terem bons personagens secundários, The Paper parece não encontrar espaço para extrair o melhor dos outros participantes da série. Mare é certamente a que tem mais tempo de tela junto com Oscar e os dois acabam sendo, junto com Ned, o mais próximo de um “jornalista” que o TTT possui. Mas, fora isso, o restante do cast acaba ficando em segundo plano ou tendo histórias pouco interessantes.

    Para uma primeira temporada, The Paper ainda dá passos comedidos, tentando encontrar seu tom em meio a todas as outras séries desse estilo já feitas. Seu início é desajeitado, assim como a própria redação do jornal, mas com o passar dos episódios se torna um entretenimento que encontra seu espaço como comfort serie.

    Veredito

    The Paper adapta os melhores elementos de mockumentary para imprimir uma trama nova e com entretenimento leve. Seu primeiro ano tem um início um pouco desencontrado, mas ganha fôlego ao longo dos episódios, entregando uma temporada divertida e com potencial para mais histórias.

    Nossa nota

    3,7 / 5,0

    Receba um resumo das principais notícias do entretenimento e uma curadoria de reviews e listas de filmes, séries e games todas as quartas-feiras no seu e-mail. Assine a Newsletter da Emerald Corp. É grátis!

    Confira o trailer:

    spot_img

    Artigos relacionados