LEGO Horizon Adventures, mais novo título da franquia LEGO que adapta a IP de sucesso da Sony e da Guerrilla Games, foi lançado no dia 14 de novembro para PC, PlayStation 5 e Nintendo Switch. A chegada do título no console da Nintendo foi uma grande surpresa para a maioria das pessoas e levantou a possibilidade do lançamento de outros games da Sony no futuro.
A história de Lego Horizon Adventures remonta os acontecimentos de Horizon Zero Dawn, primeiro jogo da franquia e que apresenta a história de origem de Aloy. Na trama, o mundo foi devastado pelas máquinas, eliminando a realidade como conhecemos e levando os seres humanos a sobreviverem em um planeta com traços primitivos.
Aloy é a escolhida para entender o que aconteceu no passado e evitar que uma grande ameaça acabe com a existência da raça humana. É claro que todo esse plot ganha contornos divertidos e engraçados com a abordagem LEGO de ser.
Confira nossa crítica do game para o Nintendo Switch jogado com o gift card fornecido pela Nuuvem.
Análise de Lego Horizon Adventures
A franquia de jogos da LEGO coleciona diversas IPs famosas, indo desde personagens da Marvel até de Star Wars, sempre adaptando as histórias já conhecidas e explorando um lado cômico dos acontecimentos. Essa abordagem acontece também nos seus filmes, que se expandem nesses universos reimaginando situações e criando quase um “what if?” para alguns personagens.
Eu gosto bastante de LEGO Star Wars: The Skywalker Saga, por exemplo. Nesse jogo, você consegue desbravar as tramas dos filmes, controlar personagens diferentes (até de outras produções como The Mandalorian), resolver puzzles e se envolver em combates.
Com essa minha experiência prévia, pensei que LEGO Horizon Adventures fosse seguir a mesma linha de gameplay, focando nessa exploração mais “livre” dentro do contexto do game da Sony. Entretanto, a escolha de gameplay foge bastante dessa proposta.
Imagino que, na intenção de se distanciar do formato de exploração aberto do jogo original, os desenvolvedores de LEGO Horizon Adventures escolheram fazer o game composto por pequenas fases e aventuras que, ao serem superadas, vão liberando novos personagens e também recursos para a reconstrução do vilarejo Coração de Mãe.
Outro ponto diferente em relação ao jogo de Star Wars e de outros títulos, como os de Harry Potter, é que em LEGO Horizon Adventures a aventura é vista de cima, e não há controle de câmeras.
Gameplay e roteiro
O game se desenrola da seguinte forma: você sai para um lobby, que é basicamente igual em cada uma das áreas do jogo e entra na fase em si. Lá, você vai descer até uma “arena”, por assim dizer, enfrentar inimigos e progredir na história.
Basicamente a estrutura inteira do jogo segue essa lógica, variando apenas o terreno onde a fase irá se desenrolar. Se você está lutando nas montanhas de gelo, por exemplo, usará itens focados nesse elemento.
Em alguns momentos antes de uma grande batalha, o jogador irá encontrar três baús que fornecem itens que ajudarão a derrotar os inimigos na fase seguinte.
A variação dessas fases específicas se dá quando o jogador entra em alguma caverna, que segue a lógica das cavernas tecnológicas encontradas em Zero Dawn e Forbidden West (dentro das proporções de LEGO, obviamente). Lá o jogador encontrará mais máquinas e bosses, e será por meio das armas dropadas por essas criaturas que será possível potencializar suas defesas.
A cada fase finalizada, a história de Aloy segue com a condução de um narrador e apresenta os personagens que conhecemos no game da Sony. As adaptações dos diálogos são bem divertidas, e a localização brasileira ajuda bastante nessa jornada.
Ao escolher esse formato de fases fechadas e que repetem seus formatos, LEGO Horizon Adventures acaba criando um problema para si mesmo, pois inevitavelmente se torna repetitivo. Mesmo que a dificuldade das máquinas aumente, você já sabe exatamente o que esperar e como se preparar. Sem grandes novidades, é fácil se sentir desmotivado em seguir em frente na história.
Essa decisão me pareceu pouco usual, principalmente quando existem outros jogos de LEGO que não seguem essa ideia de fases iguais em sequência, deixando o jogador livre para explorar o mundo cinematográfico recriado em seus jogos.
Nesse caso, acredito que a própria história de Horizon seria melhor aproveitada, permitindo que os jogadores se divertissem mais explorando o mundo em declínio criado pela Guerrilla, coletando moedinhas e trocando por skins diferenciadas.
Aliás, por algum motivo, em LEGO Horizon Adventures você pode customizar a sua “comunidade” não só com itens de Horizon, como também de outros games de LEGO. É possível construir um grande guarda-roupa e jogar os moradores da cidade ali dentro, trocando suas roupas por visuais mais modernos. É um feature legal, mas longe de ser super interessante.
É possível também trocar as roupas de Aloy e dos outros personagens que você escolher usar e, a cada nova área liberada, você terá mais opções de peças para customizar a sua skin.
Cada personagem possui suas próprias armas e opções para combate, o que eu particularmente achei bem interessante. Se usar o arco não for sua praia, é possível optar por outros personagens que possuem lanças, bombas, machados e outras armas que o jogador julgar mais interessante.
Outro ponto é que o jogador não possui inventário, então durante a batalha é preciso recuperar sua vida consumindo frutinhas espalhadas pela arena. Eventualmente, uma máquina pode dropar também algum item para aumentar a vida.
Há uma série de melhorias que podem ser feitas direto no Coração de Mãe e estão relacionadas basicamente a itens e efeitos de ataques. É possível aumentar esses status e garantir que uma máquina sofra mais dano por uma arma ou elemento específico, ou que seu personagem inicie com uma arma especial, etc.
Modo co-op e performance
Como eu mencionei, depois de algumas horas LEGO Horizon Adventures se torna um tanto repetitivo. A experiência é superior, porém, quando aproveitada em dupla, pois é possível se divertir e criar estratégias com base nos ataques combinados dos personagens.
Confesso que joguei a maior parte do game no modo co-op local porque simplesmente é mais divertido dessa forma. No single player, além de você ter que procurar por baús e construções sozinho, as repetições tornam a gameplay pouco interessante.
No Nintendo Switch eu não tive problemas de bug ou de grandes quedas de FPS, mesmo jogando em dupla, mas no modo portátil acredito que tudo no jogo é muito pequenino. Por se tratar de uma visão de cima, os detalhes ficam pequenos na tela portátil e para quem não consegue enxergar muito bem, pode ser um problema.
Num geral, a experiência de LEGO Horizon Adventures é mais positiva do que negativa, mas longe de ser algo que você realmente sinta que despertou a sua atenção. É um jogo bacana, mas não excede nada além disso.
Veredito
Longe de ser tão bom quanto outros títulos da franquia, LEGO Horizon Adventures é um game divertido e bom para passar o tempo, principalmente se você jogar no modo cooperativo. Dividir a narrativa da Aloy com outra pessoa, combinar ataques para derrotar inimigos e explorar os poucos espaços entre um combate e outro tornam a experiência bem mais interessante do que fazer tudo sozinho.
3,7 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de Lego Horizon Adventures
Desenvolvido por: Guerrilla Games e Studio Gobo
Publicado por: PlayStation Publishing
Plataformas: PC, PlayStation 5 e Nintendo Switch
Número de jogadores: 1 a 2 (local e online)
Gêneros: Ação, Aventura
Idiomas: Português (Brasil), Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês, Italiano, Japonês, Russo
Preço: R$ 299,90 (todas as plataformas)