Enotria: The Last Song é o mais novo jogo independente de RPG de ação no estilo soulslike que chegou no dia 19 de setembro. Desenvolvido e publicado pelo estúdio italiano Jyamma Games, sendo sua primeira produção voltada para o gênero, o game está disponível para PC e PlayStation 5, com previsão de chegar futuramente para Xbox Series X|S.
A história é inspirada por elementos do folclore italiano num mundo que foi amaldiçoado pelo canovaccio, termo comum utilizado pelos italianos para descrever elementos que fazem parte de uma peça teatral, causado por seres poderosos chamados de Autores. Todos nesse mundo se comportam como se estivessem atuando, o que leva nosso personagem, o Sem Máscara, a iniciar sua busca pelo protagonismo e libertar a cidade título do jogo.
Confira a seguir o review de Enotria: The Last Song jogado no PlayStation 5.
Análise de Enotria: The Last Song
É muito interessante que um jogo soulslike possa se desprender de uma fórmula que é aplicada à exaustão atualmente no mundo dos games. No caso de Enotria, mesmo que ele não vá de fato ser uma revolução, pelo menos vai ser uma variedade agradável para quem é fã do gênero.
Digo que não é uma grande revolução porque segue a cartilha do que é necessário para o estilo souls, porém não segue à risca este manual, tendo como resultado uma obra artística muito impressionante.
Começando pelo aspecto visual, que já adianto que considero belíssimo, a estética voltada ao melancólico, triste, sombrio e sempre buscando utilizar-se do horror em seus visuais é substituída por algo muito mais alegre, vibrante e trovadoresco. Temos boa parte de nossas ações de jogo ocorrendo durante o dia, mas fica evidente que existe algo sombrio enquanto vamos progredindo na jornada do personagem.
As inspirações no século XVI da Itália estão espalhadas no que vemos em gameplay, no modelo dos personagens, design de áudio, trilha sonora e até nos menus como, por exemplo, na sessão de inimigos e outras instruções a aparência dos itens é igual a de livros, o que acrescenta um outro sabor a Enotria.
Um diferencial que chama a atenção é a preocupação em explicar como funciona este universo, algo que não me recordo de encontrar de forma tão bem elaborada em todas as minhas experiências em jogos soulslike. Isso se torna primordial não apenas para sua orientação durante a jogatina a nível de mundo, como para o que você pode decidir fazer sobre qual estilo adotar em confronto.
O combate não é altamente elaborado, segue os elementos muito comuns no que já sabemos sobre um souslike, como ataques leves e pesados, à distância, especiais/magia e a possibilidade de aparar os golpes. Mas a fluidez nas mecânicas chama muito a atenção, principalmente no sistema de aparagem (parry), que funciona em uma janela que considero excelente e não afeta na dificuldade de enfrentar os inimigos.
A grande novidade neste quesito é o conceito das máscaras que podem ser adquiridas ao enfrentar os diversos NPCs do jogo ou Autores, os chefes do jogo, sendo que cada um fornece um efeito passivo que, somado aos atributos das diferentes classes (virtudes) Bruto, Assassino, Elementista, Trapaceiro e Mago de Combate temos a plasticidade de moldar o nosso Sem Máscara para o que desejar.
As melhorias não ficam apenas em atributos de máscara, mas também no personagem através dos caminhos inovadores, que funcionam como uma árvore de habilidades, mas voltados às vantagens relacionadas a diversas situações de luta ou status que são aplicados ou recebidos pelo Sem Máscara durante o combate.
Essa experiência de gerenciamento parece bem caótica no início pela impressão de que parece muita coisa para se analisar, porém se torna um movimento muito natural após estarmos mais acostumados com tudo isso.
Para conseguir essas melhorias é necessário adquirir as memórias, a forma de XP que temos no jogo, que serve para evoluir tanto o Sem Máscara, quanto os equipamentos que forem adquiridos, combinando a experiência adquirida com materiais específicos para cada arma.
Um elemento muito interessante fica por conta das interações que o nosso personagem tem com o cenário de forma geral como, por exemplo, ativar runas para magicamente conjurar itens que irão permitir passagem para outras áreas ou alguns barris que permitem efeitos temporários de forma positiva ou negativa. Nisso a liberdade que Enotria toma é excelente porque coisas assim são muito mais fáceis de encontrar em jogos de plataforma ou ação e aventura, e acrescentam algo a mais nesta vivência que é muito interessante.
Por fim, a dificuldade que não é pouca como em todo o soulslike, enfrentar inimigos e chefes em Enotria: The Last Song parece muito mais um desafio à paciência do que à persistência porque geralmente neste tipo de jogo, assim que se formam os conjuntos que literalmente derrubam qualquer adversário, é só uma questão de tempo para chegar até o fim. Neste caso precisei observar mais os movimentos dos inimigos do que apenas esquivar e atacar como é muito comum nestas situações, o que tornou uma experiência menos desorganizadora e muito mais interessante.
Veredito
Enotria: The Last Song prova em sua jogabilidade e visuais que até mesmo em um soulslike pode se distanciar de sua fórmula, buscando uma nova identidade e utilizando elementos que são muito conhecidos para fãs do gênero.
4,5 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de Enotria: The Last Song
Lançamento: 19 de setembro de 2024
Desenvolvido e publicado por: Jyamma Games
Plataformas: PC (via Epic Games Store e Steam) e PlayStation 5
Número de jogadores: 1
Gêneros: RPG de Ação, Soulslike
Idioma: Alemão, Chinês (simplificado), Chinês (tradicional), Coreano, Espanhol, Espanhol (México), Francês (França), Inglês, Italiano, Japonês, Polonês, Português (Brasil), Russo
Preços: Versões a partir de R$ 175,00 (PC) e R$ 264,90 (PlayStation)