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    REVIEW – Worldless é um metroidvania excelente e diferenciado

    Worldless é um metroidvania com combate por turnos e baseado em tempo. O jogo é a estreia do estúdio espanhol Noname Studios, publicado em conjunto pela Coatsink e Thunderful.

    O game está disponível para PC (Steam, Epic e GOG), Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S.

    Worldless se passa em um universo recém-nascido baseado em entidades presas num conflito eterno pela natureza polarizadora de suas atrações. Tudo isso em um contexto abstrato onde as interações entre os seres podem resultar em uma troca de suas polaridades.

    Confira a seguir o nosso review de Worldless jogado no Nintendo Switch.

    Análise de Worldless

    Worldless é um jogo com uma bela ilustração gráfica minimalista que, combinada com a ótima ambientação sonora, oferece uma experiência imersiva nesse misterioso universo abstrato. Recomendo que você use um bom fone de ouvido para aproveitar ao máximo essa imersão, se for possível.

    O game inicia mantendo a abstração narrativa ao apresentar poucos diálogos, focando em transmitir praticamente apenas os tutoriais dos comandos básicos de ataques físico, mágico e absorção, além de explicar como defender e a importância de acertar o tempo de cada habilidade.

    Os encontros com os adversários são os momentos em que os tutoriais básicos são exibidos, tanto a explicação em texto, como um vídeo apresentando a movimentação e o tempo ideal para defender ou potencializar o ataque.

    Diferente da maioria dos metroidvanias, os inimigos estão localizados em pontos específicos do mapa em Worldless. Você pode derrotá-los para seguir viagem, mas o essencial é absorvê-los.

    Para isso, não se pode matar o adversário, exigindo que se tenha um equilíbrio perfeito entre ataques mais adequados (considerando fraquezas, resistências e imunidades) e timing ideal de ataque e defesa. Isso porque é preciso preencher o medidor de energia para usar a absorção.

    Elementos abstratos e minimalistas são as marcas do estilo gráfico do jogo de estreia da Noname Studios publicado pela Coatsink e Thunderful
    Árvore de habilidades em Worldless | Créditos: Emerald Corp

    Quando absorvidos, você recebe um ponto de habilidade de uma das duas polaridades do game, e pode ser usado para progredir com a sua árvore de habilidades. Embora seja possível avançar apenas derrotando inimigos, é essencial que a sua árvore esteja a mais completa possível para conseguir terminar o jogo.

    Worldless mantém sua abstração também nos combates. Você precisa enfrentar os adversários para descobrir quais são as vantagens e desvantagens que seu personagem possui contra cada um. É uma constante experiência de tentativa e erro, pois o jogo não cataloga os inimigos, nem explica de antemão quais são suas fraquezas, resistências e imunidades.

    Tudo isso cria um ambiente ideal para explorar e se arriscar. É acertada a escolha criativa de fazer com que esse metroidvania não seja punitivo, nem tenha pontos específicos para salvar (o salvamento é automático em pontos específicos e o progresso também será salvo sempre que você sair do game).

    Mesmo com essas características um pouco diferentes do que o gênero costuma oferecer, Wordless é sim um jogo muito desafiador. Não há fórmula pronta para vencer os adversário, pois cada embate possui suas próprias características. Isso mantém a gameplay sempre dinâmica e intensa.

    Caso fosse punitivo e tivesse checkpoints, a experiência seria insanamente mais desafiadora. Mesmo assim, é seguro dizer que há espaço para um update que possibilite uma gameplay pós-jogo com esses elementos mais tradicionais de metroidvania. Certamente irá agradar ainda mais o público que anseia por desafios extremos.

    A exploração se torna ainda mais desafiadora (e agradável, conforme você supera os desafios) quando os personagens das duas polaridades já estão disponíveis. Há uma parte do jogo em que o mapa está todo escuro e você deve encontrar pequenos pontos luminosos para ativá-los e pouco a pouco iluminar a área.

    Essa é uma parte muito bem feita e que valoriza demais a exploração, além de ser visualmente lindo o contraste entre escuridão e pequenos pontos luminosos e coloridos.

    Mecânicas muito bem desenvolvidas

    O combate baseado em turnos e timing ideal de Worldless é muito bem desenvolvido.

    Para os ataques dos personagens que controlamos há o exemplo mostrado no tutorial e disponível também na árvore de habilidades. Por sua vez, os golpes dos adversários sempre emitem um aviso visual e sonoro para indicar se o ataque será físico, mágico ou fusão.

    A defesa no momento certo aumenta gradualmente a chance de usar um contragolpe, após essa habilidade ser desbloqueada. Também é possível defender caso não acerte o timing perfeito, mas pouco a pouco seu escudo vai se quebrando.

    Apenas os golpes de fusão exigem que você defenda no momento correto (que varia de inimigo para inimigo), mantendo a experiência sempre desafiadora.

    Leia o review de Worldless, um metroidvania 2D com combate por turnos baseado em tempo. Jogo disponível para PC, Switch, PS e Xbox.
    Aviso visual do ataque mágico do inimigo | Créditos: Emerald Corp

    Worldless exige muita destreza de quem o joga. Isso também é verdade para momentos específicos da exploração no mapa, especialmente quando a polaridade oposta já foi desbloqueada.

    Há situações breves, porém realmente desafiadoras, em que é preciso alternar rapidamente entre ambos para usar os diferentes tipos de pulos de cada um, a fim de chegar a locais que só podem ser alcançados com essa alternância.

    Performance de Worldless no Nintendo Switch

    É seguro dizer que o combate de Worldless exige bastante do potencial de processamento do console. Felizmente o trabalho da Noname Studios está primoroso também no Nintendo Switch, que aguenta bem a rapidez dos movimentos e os diversos elementos visuais dos combates mais intensos do jogo.

    A empresa se saiu muito bem no desafio, especialmente porque a performance é bem similar tanto na TV, quanto no modo portátil. Não é fácil ver a excelente entrega em ambos modos vindos de um estúdio independente, e a Noname Studios realmente está de parabéns por ter conseguido.

    Veredito

    Worldless é um excelente metroidvania bem sucedido em sua ousada proposta de mesclar combate por turno baseado em timing e parry perfeitos. A experiência inovadora se complementa muito bem com uma gameplay menos punitiva com gráficos minimalistas e ambientação misteriosa.

    É um jogo essencial para os fãs de metroidvania e seguramente o melhor do gênero em 2023 para quem gosta de experiências desafiadoras e está disposto a experimentar um game do estilo com alguns elementos menos tradicionais.

    Na minha crítica de Blasphemous 2 havia indicado que o game possivelmente seria o melhor do gênero neste ano, mas devo dizer que Worldless conseguiu a proeza de ser ligeiramente melhor, graças à gameplay inovadora e surpreendente.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista à nossa gameplay dos primeiros 30 minutos de Worldless:

    Veja também o trailer oficial de lançamento.

    Ficha técnica de Worldless

    Lançamento: 20 de novembro de 2023 (PC), 21 de novembro (demais plataformas)

    Desenvolvido por: Noname Studios

    Publicado por: Coatsink e Thunderful

    Plataformas: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S

    Número de jogadores: 1

    Gêneros: 2D, Ação, Aventura, Metroidvania, Plataforma

    Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Português, Russo

    Preço: R$ 59,99 (PC, Nintendo Switch e Xbox), R$ 104,90 (PlayStation)

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