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    CRÍTICA – Sugar traz Colin Farrell em uma trama imprevisível

    Com o brasileiro Fernando Meirelles como um dos diretores, Sugar é a nova série de investigação do serviço de streaming Apple TV+. Protagonizado por Colin Farrell, o seriado é uma criação de Mark Protosevich, que também é o roteirista principal.

    A produção estreou com dois episódios hoje, dia 5 de abril, mas nós tivemos a oportunidade de assistir à temporada completa. Confira nosso review sem spoilers.

    Sinopse de Sugar

    O investigador particular John Sugar (Colin Farrell) examina o misterioso desaparecimento de Olivia Siegel (Sydney Chandler), a neta de um lendário produtor de Hollywood.

    Análise

    As produções mais recentes do Apple TV+ têm apostado em misturar elementos de gêneros distintos para criar tramas novas. Sugar é mais um desses casos em que a narrativa não segue a linha do que eu estava esperando.

    Com um apelo visual fortíssimo e que marca muito bem sua identidade ao longo dos 8 episódios, Sugar possui uma direção forte de Fernando Meirelles e Adam Arkin, e uma ótima fotografia assinada por César Charlone e Richard Rutkowski.

    Seja pelas belas paisagens de Los Angeles, ou pelo Japão em preto e branco retratado no primeiro episódio, Sugar tem uma assinatura visual marcante que se mantém por boa parte da série.

    Digo isso porque alguns episódios destoam um pouco, trazendo um tom mais sóbrio tanto de filmagem, quanto de montagem, mas em sua totalidade acredito que o visual seja um dos principais pontos positivos da série – e que provavelmente vai captar a atenção da audiência.

    O elenco é outro ponto importante. Colin Farrell está muito confortável em seu papel, mantendo um jeito ingênuo e tímido por boa parte da narrativa. Seu John Sugar é o famoso “cara bacana”, com poucos defeitos e extremamente educado.

    CRÍTICA - Sugar traz Colin Farrell em uma trama imprevisível
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Devido à curta duração dos episódios, que têm em média entre 30 e 35 minutos, é um pouco difícil conhecer o personagem em sua totalidade, mesmo que ele seja o nome e o principal foco da história. Em meio a missões, lembranças, vilões e ameaças, o desenvolvimento do personagem acaba sendo pouco satisfatório.

    Mesmo assim, Farrell se sai muito bem e mantém seu charme típico ao longo de toda a jornada. John Sugar é simpático, tal qual o ator que lhe dá vida, o que é uma grande vantagem para que a audiência se sinta um pouco mais apegada aos acontecimentos.

    Dentre os grandes nomes que compõem o elenco de apoio, destaque para Amy Ryan, Nate Corddry, Anna Gunn e James Cromwell. Todos eles interpretam membros da família Siegel e têm uma boa cota de tela ao longo da temporada.

    Entretanto, mesmo com seus ótimos pontos técnicos, e contando com um grande elenco, a série tem em seu roteiro o grande gargalo.

    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    A história investe em frases clichês que tornam boa parte dos arcos um tanto cansativos, até chegar em uma reviravolta completamente inesperada, e tardia, que torna tudo o que foi construído em algo pouco importante.

    A experiência em Sugar termina com mais perguntas do que respostas. Você fica com uma certa incredulidade que o faz questionar por que o seriado seguiu tal caminho.

    Essa virada de chave tão abrupta, com tão poucos episódios para o desenvolvimento completo da ideia, é um ponto negativo que atrapalha a experiência e deixa o espectador confuso.

    CRÍTICA - Sugar traz Colin Farrell em uma trama imprevisível
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Isso não significa que a produção é terrível, o que pode parecer um grande paradoxo tal qual as escolhas criativas dos criadores e roteiristas. Há uma construção coerente durante boa parte do tempo, mas em um marasmo estranho causado pela lento desenvolvimento da trama.

    Provavelmente uma segunda temporada pode valorizar o material da primeira, tal qual acontece com várias outras produções que têm um primeiro ano mais fraco e um segundo que traz uma sustentação melhor para o que foi construído anteriormente.

    Veredito

    Com bons aspectos técnicos, mas uma narrativa pouco convincente, não há dúvidas que Sugar vai surpreender a audiência. Para o bem ou para o mal, a produção certamente não passará batida pelos espectadores que acompanharem todos os episódios da temporada. Para quem busca algo diferente para assistir, talvez essa seja uma boa escolha.

    Nossa nota

    3,2 / 5,0

    Assista ao trailer:

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