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    CRÍTICA – Pinguim: um excelente problema para James Gunn

    Pinguim é uma série derivada de The Batman e tem Colin Farrell e Cristin Milioti como protagonistas. O seriado está disponível com seus oito episódios no Max.

    Sinopse

    Após os eventos de The Batman, há uma lacuna de poder no mundo do crime de Gotham e Oz Cobb (Colin Farrell) quer preencher este espaço, mas deve enfrentar as duas máfias mais poderosas da cidade: Falcone e Maroni.

    Análise de Pinguim

    Quan do saiu a proposta de termos um derivado de Pinguim no universo de The Batman, ficamos todos atentos sobre o que viria por aí, afinal, Oswald Cobblepot deu um show no longa de 2022 e merecia um projeto para chamar de seu.

    Após assistir aos oito episódios da série da Warner/DC, tive um misto de sentimentos: raiva, alegria, ansiedade, medo, tudo misturado, uma vez que a qualidade absurda foi impressionante.

    Posso dizer com muita facilidade: Pinguim é a série do ano! E agora vou explicar o porquê.

    Primeiramente, que show de atuações! Colin Farrell e Cristin Milioti deram uma aula, mas não estão sozinhos.

    Rhenzy Feliz (Victor) e Deirdre O’Connell (Francis Cobb) foram excelentes coadjuvantes e acertadamente tiveram grandes cenas para brilharem demais.

    O Pinguim de Farrell é sujo, mesquinho, manipulador, explosivo e impulsivo, nõ consegue pensar em alguns momentos e age por pura imaturidade e soberba, mas quando pensa, é extremamente ameaçador e calculista, a ponto de fazer seus inimigos sofrerem com consequências terríveis, tudo para ficar no topo da pirâmide da sociedade sombria de Gotham.

    Sofia Falcone, interpretada de forma brilhante por Milioti, é uma iniciante no submundo. Tem a força e raiva o suficiente, mas sabe que sua alma vai ser destruída noccaminho e tenta, a todo o custo, fazer que isto não se torne realidade.

    A personagem consegue ser firme, contudo, na sua fragilidade, se destaca por tentar não seguir os passos do pai, lutando de forma bastante feroz para não sucumbir ao mundo dos homens.

    Vic e Francis são manipulados de formas diferentes por Oz. O primeiro é convencido pela perigosa sensação de ser alguém, levado por uma ganância e idolatria que o faz enxergar menos que um palmo à frente. Sua devoção por Pinguim custou caro, pois além de sua alma, seu corpo também sucumbiu.

    Francis vive com o ódio guardado, mas saber que seu filho foi tudo que restou a faz ficar presa. Mesmo que lá no fundo não suporte o que ocorreu no passado com seus dois outros filhos, a ideia de perder mais um e até mesmo viver de forma mais luxuosa com alguém que busca a grandeza mesmo que destrua tudo pelo caminho é arrebatadora.

    Os dois tem um final triste, chocante e destruidor, o que mostra o poder do roteiro sensacional da série.

    A forma como é trabalhado o aspecto da desigualdade social e a subversão dela por conta do falso discurso de seu protagonista são a cereja do bolo.

    Pinguim fala muito sobre o discurso forte de “nós, pobres contra a elite”, mas traz em Oswald o desejo de ser a elite e ter os menos afortunados como peões em seus planos, como pessoas descartáveis.

    No discurso, ele inflama as massas, dizendo que eles fazem parte como sócios, como pessoas importantes, todavia, na prática, são meras ferramentas de um sistema falho criado por Pinguim que se assemelha muito ao capitalismo.

    Por fim, a direção que explica ao fim de cada episódio as suas ideias para nos deixar de boca aberta na frente da TV.

    Cada cena é pensada com carinho, usando0 planos que destaquem os personagens, além de uma fotografia mórbida de uma cidade que a corrupção em suas entranhas.

    A série consegue impactar em alguns momentos mais explícitos como no episódio voltado para Sofia, assim como em cenas mais introspectivas, como no episódio de flashback de Oz. Nada aqui é por acaso, o que deixa Pinguim num patamar de indispensável.

    Veredito

    Brutal e emocionante, Pinguim é um projeto obrigatório para quem ama boas séries. Mesmo se você torce o nariz para o subgênero de super-heróis, dê uma chance, pois temos aqui uma excelente opçào para quem ama máfia e gosta de discussões sobre a sociedade.

    James Gunn tem uma boa dor de cabeça pela frente para não inserir o universo de Matt Reeves na nova DC…

    Nossa nota

    5.0/5.0

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    Assista ao trailer:

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