Franklin chegou ao Apple TV+ neste dia 12 de abril, sendo mais uma adição ao catálogo de produções de época do streaming. Estrelado por Michael Douglas, o seriado é uma adaptação do livro A Great Improvisation: Franklin, France, and the Birth of America, escrito por Stacy Schiff.
Confira nossa crítica sem spoilers da produção.
Sinopse de Franklin
O seriado explora a história de uma das maiores apostas da carreira de Benjamin Franklin (Michael Douglas). Aos 70 anos, Franklin superou os espiões britânicos e os informantes franceses ao arquitetar a aliança franco-americana de 1778.
Análise
O Apple TV+ tem feito um bom trabalho em sua curadoria de títulos. Passando por diversos gêneros, e inclusive ousando em muitos deles, o streaming tem ampliado seu escopo e encontrado produções que agradam aos mais diversos públicos.
Franklin é mais uma adição ao catálogo que traz uma grande estrela como protagonista. Michael Douglas é o responsável por dar vida a Benjamin Franklin, uma das maiores figuras da história estadunidense.
A produção conta o período em que o empresário esteve na França em busca de uma aliança entre o país europeu e os Estados Unidos. A empreitada, que na vida real durou quase oito anos, foi repleta de altos e baixos.
Ao longo do seriado acompanhamos a trajetória de Franklin durante suas articulações políticas, vivendo em meio à alta sociedade francesa da época, ao mesmo tempo em que tenta fazer com que os interesses dos Estados Unidos sejam alcançados.
Para que a história não se torne apenas uma biografia de Franklin, a produção busca ampliar os personagens em torno da figura histórica, acrescentando tramas paralelas que envolvem seu neto William Temple Franklin (Noah Jupe), o aliado Edward Bancroft (Daniel Mays), a senhora Anne-Louise Brillon (Ludivine Sagnier) e alguns outros.
É fato que Franklin possui um belíssimo trabalho visual e um excelente elenco. O roteiro escrito por Kirk Ellis e Howard Korder é bem desafiador, pois contempla diversos acontecimentos que precisam ir além da história do personagem principal, mas que não podem se tornar amplos a ponto de perder o objetivo da trama.
Afinal, os affairs envolvendo o neto e as tramas paralelas mais movimentadas acabam, inúmeras vezes, sendo mais interessantes do que a parte política em que Franklin está envolvido. Na busca por construir esse leque de assuntos, alguns episódios acabam se tornando longos demais, e muitos deles sem um grande desenvolvimento que justifique sua duração.
Apesar disso, a jornada pelos oito episódios é tranquila e acessível. Ao apresentar inúmeras cenas em inglês e francês – muitas vezes majoritariamente em francês -, o seriado encontra momentos divertidos que fogem da fórmula comum dos dramas de época.
Mas é em Michael Douglas que reside o grande apelo de Franklin. Sua atuação contida, mas certeira, coloca o ator como o grande destaque da produção. Douglas dá vida a um Franklin carismático, que esbanja charme com seus grandes e acalorados discursos, ao mesmo tempo em que se mantém em agonia devido ao caos instaurado em seu país.
Entretém assistir ao personagem dobrar seus adversários políticos com saídas fáceis, encenações e palavras bonitas. O talento de Douglas acaba facilitando que essas conveniências funcionem e sejam críveis, mesmo que em boa parte do seu tempo de tela ele passe (tal qual o espectador) esperando para que alguma coisa relevante aconteça.
Acredito que algo que faz um pouco de falta é sabermos, com mais precisão, o período em que cada episódio está situado. Alguns deles trazem o ano em que os acontecimentos se desenvolvem, mas com tantas idas e vindas de correspondências e muitos personagens históricos a serem apresentados em tela, fica fácil se perder no ínterim de situações apresentadas.
Veredito
Franklin apresenta o legado de uma das figuras mais famosas da história estadunidense a um público mais amplo. Com Michael Douglas no papel principal, o seriado tem no carisma do ator o seu grande trunfo, entregando uma boa produção de época.
3,6 / 5,0
Assista ao trailer: