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    CRÍTICA – Constelação foca nas relações humanas em drama espacial complexo

    Constelação (Constellation) é a nova série de ficção científica do Apple TV+. Criada por Peter Harness, a produção traz em seu elenco principal Noomi Rapace, Jonathan Banks, James D’Arcy e as atrizes Rosie e Davina Coleman.

    A nova produção do Apple TV+ chega ao streaming no dia 21 de fevereiro com seus três primeiros episódios. Confira a nossa crítica sem spoilers.

    Sinopse da 1ª temporada de Constelação

    Noomi Rapace é Jo, uma astronauta que retorna à Terra após um acidente fatal no espaço e descobre que partes essenciais da sua vida não existem mais. Esta aventura espacial repleta de ação explora os cantos mais sombrios da psicologia humana e mostra a luta desesperada de uma mulher para expor a verdade oculta sobre as viagens espaciais e recuperar tudo o que perdeu.

    Análise

    Diversos são os filmes de ficção científica que abordam as relações de tempo e espaço, e Constelação é mais uma produção que traz a sua própria visão sobre essas questões.

    Na história, Jo é uma astronauta sueca a bordo de uma estação espacial. Sua missão envolve não só ela, mas outros vários astronautas de diferentes países, todos em busca de um objetivo em comum.

    Um acidente, porém, muda o rumo dessa história. Jo voltar à Terra e, ao reencontrar sua família, percebe que algo está diferente. Para ela, tudo parece igual mas, ao mesmo tempo, completamente fora do lugar.

    Sendo a grande peça que une essa trama, a personagem embarca em uma jornada que explora as relações humanas e a psicologia, nosso entendimento de conexões e sentimentos, e o quanto uma ação pode (ou não) modificar a forma como enxergamos a realidade.

    CRÍTICA - Constelação foca nas relações humanas em drama espacial complexo
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Além de Jo, outros personagens são fundamentais para o entendimento da trama complexa criada por Peter Harness. Um desses personagens é Henry Caldera, interpretado por Jonathan Banks. Henry é um cientista e astronauta aposentado, responsável por um experimento conectado ao desafiador entendimento dos mistérios do universo.

    Constelação, portanto, se ancora em alguns pilares específicos para o desenrolar de sua história. A trama, em si, lembra muitas outras produções sobre viagem ao espaço e as consequências das ações da humanidade. Entretanto, o seriado foca muito mais na Terra e em seus personagens do que, de fato, em uma missão espacial.

    Desta forma, a missão acaba sendo a fagulha inicial que explica todos os acontecimentos que iremos acompanhar ao longo dos 8 episódios. A intenção de amarrar todas as pontas da história é perceptível, com diversos episódios indo e voltando em cenas que nós já vimos, mas apresentando outros detalhes que complementam seu sentido e importância.

    Esse vai e vem não chega a ser cansativo, pois cada vislumbre de novas informações auxiliam no desenvolvimento e entendimento completo da situação, mas pode se tornar repetitivo em alguns momentos para algumas pessoas. Por ser uma série com pouca ação, os diálogos são o fator principal para que se consiga entender completamente o que está sendo apresentado em tela.

    CRÍTICA - Constelação foca nas relações humanas em drama espacial complexo
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Mesmo alguns diálogos sendo meramente expositivos, como os momentos em que Henry explica como funciona a física quântica, a teoria da relatividade e tantos outros conceitos científicos; a maior parte deles servem para embasar os próximos passos da trama, tendo sucesso em seu objetivo.

    Entretanto, isso não significa que todas as perguntas são respondidas, nem mesmo que o encerramento da temporada é completamente satisfatório. Muitas perguntas ficam sem respostas, algumas situações carecem de mais explicação e, claro, há muitos ganchos para serem desenvolvidos em uma segunda temporada.

    Outro ponto interessante e que vale destaque está no terror abordado na série. Apesar de ter poucos episódios focados na jornada espacial, a tensão e o terror acompanham diversos momentos da trama também na Terra, o que acaba sendo algo bem positivo e até um pouco surpreendente.

    Embora o enredo seja o ponto que mais carrega a atenção do espectador, já que ele é complexo e necessita desse foco dedicado, o ponto que mais se destaca em Constelação é o seu elenco.

    Se a campanha da série chegar até o próximo Emmy, Noomi Rapace pode ser um dos grandes destaques da temporada. A atriz carrega boa parte do drama de Constelação, sendo o elemento que une tanto a trama principal, quanto as histórias paralelas.

    CRÍTICA - Constelação foca nas relações humanas em drama espacial complexo
    Créditos: Divulgação / Apple TV+

    Rapace está muito confortável como Jo e consegue se aprofundar totalmente nas nuances que a personagem precisa, além de ter uma excelente química com Rosie e Davina Coleman. As atrizes mirins que dão vida a Alice se destacam muito na temporada, sendo essa personagem um grande alicerce para a condução da história.

    Jonathan Banks e James D’Arcy também possuem bons momentos na trama. Banks tem bastante tempo de tela e um arco solo interessante, e D’Arcy acaba sendo o personagem de apoio nesse drama familiar, mas que ajuda bastante no desenrolar dos episódios.

    Por ter veiculação semanal, acredito que a série possa se valer do fator de comunidade para gradualmente ganhar mais adesão por parte do público. Por se tratar de um enredo com possibilidade de criar diversas teorias, a série pode gerar um grande interesse por parte dos assinantes do Apple TV+ que acompanham as produções de ficção científica For All Mankind e Silo.

    Veredito

    Mesmo tendo uma temática espacial, Constelação foca muito mais nas relações humanas. Apesar de algumas inconsistências em seu ritmo, a série possui bons momentos de ficção científica e terror, além de um ótimo elenco. A produção pode se tornar ainda melhor caso ganhe uma segunda temporada.

    Nossa nota

    3,8 / 5,0

    Assista ao trailer:

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