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    CRÍTICA – Bebê Rena dá aula de adaptação

    Bebê Rena ou Baby Reindeer é uma minissérie britânica produzida e estrelada por Richard Gadd e está disponível na Netflix.

    Sinopse

    Donny (Richard Gadd) é um bartender e comediante fracassado que está vivendo tranquilamente até conhecer Martha (Jessica Gunning), uma mulher que fica obcecada por ele e cria muitos problemas para o nosso protagonista.

    Análise de Bebê Rena

    A Netflix se tornou um fenômeno mundial, virando uma referência em streaming, se popularizando como algo gigantesco, mudando de vez a forma de consumo de televisão.

    Entretanto, a vermelhinha fez uma proposta ousada de criar pelo menos 50% de seu conteúdo de maneira independente, o que gerou uma busca desenfreada de quantidade ao invés de qualidade de catálogo, o que gerou muitas críticas.

    bebê rena

    Porém, se por um lado é verdade que tem conteúdos bem abaixo da crítica aos montes, quando a Netinha acerta, o resultado é incrível, impactante e podemos dizer que Bebê Rena pode receber esses adjetivos e tantos outros pela qualidade excelente desta produção original.

    Sobre a série, temos aqui um texto impecável que lida de uma forma brilhante sobre diversos temas espinhosos como assédio, depressão, stalking e tantas outras questões que dão muitos gatilhos em pessoas que já sofreram com alguma das problemáticas abordadas em cena.

    Para coroar um roteiro tão forte, Richard Gadd traz uma atuação monstruosa, com um protagonista tão cheio de camadas que fica difícil de prever cada passo dele.

    Dunn é um homem frustrado com a vida, que teve seus sonhos aniquilados pelo mundo e por sua própria mediocridade. Não há esperança em uma vida cheia de decepções e abusos, sejam mentais ou físicos.

    De quebra, o protagonista ainda tem questões internas, como a sua confusão quanto à sua sexualidade e o medo de ser abaixo do medíocre.

    Quando Martha entra em sua vida, uma luz chega junto. Por mais problemática que ela seja, Donny não consegue enxergar o tamanho do problema em que se meteu pelo simples fato de que a moça lhe dá o que ele menos teve na vida: amor e atenção.

    Martha é desequilibrada emocionalmente. Possui uma vaidade absurda, ao mesmo tempo que se sente um lixo internamente. Se faz de sonsa quando precisa, mas é extremamente agressiva e dona de si quando se sente ameaçada.

    A atuação de Jessica Gunning é fenomenal! A atriz consegue ter um ar de doçura, ingenuidade e, ao mesmo tempo, é ameaçadora e voraz.

    A aparência sofrida de sua personagem nos deixa sempre com um sentimento de pena, pois Bebê Rena acerta, e muito, em desmistificar a figura sensual da stalker que ameaça um homem comum, apresentando, de fato, a condição psicológica afetada dessas pessoas que precisam de ajuda.

    Aliás, o fato de termos um homem sendo perseguido por uma mulher é outro ponto positivo, uma vez que não temos aquela romantização equivocada que acontece em outras séries como Você, também da Netflix.

    Quando temos um homem perseguindo um mulher, de forma estapafúrdia, há pessoas que o defendem, o que não deveria nunca acontecer.

    Veredito

    Bebê Rena é um fenômeno por conta de sua trama intrigante e qualidade absurda de direção, roteiro e atuações.

    A minissérie deve ser assistida por todos, uma vez que quando a Netinha acerta, ela sempre vai em cheio com produções que instigam e deixam o público na ponta do sofá.

    Nossa nota

    5,0/5,0

    Confira o trailer de Bebê Rena:

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