The Last Worker é o mais novo jogo desenvolvido pelos estúdios Oiffy e Wolf & Wood Interactive. Lançado pela Wired Productions em 30 de março de 2023, o game está disponível para PC (Steam), Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X | S, além dos dispositivos de realidade virtual PSVR2 e Meta Quest 2.
A ideia de que as máquinas vão dominar o mundo e tirar os empregos de todos faz parte do imaginário da sociedade capitalista e consumista na qual vivemos. Dessa forma, é até familiar que as primeiras horas de The Last Worker sejam sobre um funcionário de uma mega corporação de entregas fazendo o serviço manual de despachar encomendas para seus compradores em meio a diversos robôs que fazem o mesmo trabalho.
Tal como um presságio ou até mesmo um aviso, este novo jogo indie está interessado em criticar essas empresas globais que buscam a automatização do trabalho humano mais que tudo.
Confira o review de The Last Worker jogado no Nintendo Switch.
Análise de The Last Worker
Kurt é o último trabalhador de uma empresa de encomendas no estilo Amazon, mas que aqui recebe o nome de Jüngle. Logo no começo do jogo vemos um pouco de sua história. Ele entra na corporação para trabalhar como despachante, conhece uma moça e se apaixona. Em meio a demissões em massa, a moça é despedida grávida e sobra apenas Kurt, que devido ao seu alto desempenho, nunca foi mandado embora.
De dentro de seu hover buggy, Kurt busca encomendas nos extensos depósitos e as atira para dentro de uma espécie de sugador. São os mais variados tipos de produtos, desde uma guitarra em formato de arraia a um manequim de bebê gigante, o que faz nosso protagonista se perguntar: “Quem compra isso?”.
Parece uma pergunta totalmente relevante, dado o consumismo exacerbado tanto do nosso mundo, como do mundo ficcional de Kurt. Pena que jogo não se encarrega de responder a bendita questão.
História é um atrativo
Ainda que The Last Worker não se aprofunde de fato em nenhum de seus temas, o jogo lança diversos questionamentos e ideias importantes. Enquanto Kurt faz seu trabalho diário tentando cumprir com os horários e requisitos de cada encomenda, seu único amigo é um robô com defeito e esquecido da Jüngle, Skew, um personagem piadista e sarcástico que serve como um alívio em meio à jornada repetitiva do protagonista.
Não demora muito para Kurt se aventurar fora de seu horário de experiente de trabalho. Logo, uma jovem passa a se comunicar com ele através de um drone. Chamada de Hoverbird, ela conta que faz parte de uma resistência que quer derrubar a Jüngle. Como é o último humano dentro da empresa, Kurt se torna a grande esperança, ainda que no início duvide de sua própria capacidade e entusiasmo para as missões.
Saem em jornada pelos depósitos da empresa Kurt, Skew e Hoverbird, com esses dois últimos se alfinetando sempre que podem. Nesse sentido, a relação entre o trio é bastante dinâmica, com diálogos rápidos que explicam um pouco mais do mundo fora da Jüngle. Hoverbird aparece como um contraponto a tudo que Kurt vivenciou nos seus 25 anos de empresa, questionando sua vida, carreira e jeito de ver o mundo.
É interessante que The Last Worker tenha finais alternativos que colocam em dúvida nossa própria moralidade enquanto ser humano. Você pode tanto se juntar a um grupo de revolucionários altamente questionável, voltar pra casa em mundo regrado pelas grandes corporações ou ficar ao lado do CEO da empresa, Josef Jüngle.
A escolha depende do quanto você acredita na história e jornada de Kurt.
Jogabilidade é simples, mas viciante
Nos primeiros momentos do jogo, nos quais você precisa buscar caixas, etiquetá-las e despachá-las, The Last Worker se mostra um jogo de recompensa. Ainda que sejamos contra as grandes corporações, é animador receber uma nota alta no sistema da Jüngle por mandar os produtos certos. Os obstáculos nessa fase são quase nulos, e o sistema é bastante comum.
No entanto, quando a história parte para Kurt explorando os confins da Jüngle, o jogo adota um modo mais stealth, com o protagonista precisando se esconder dos robôs sentinelas que patrulham os locais. Além disso, o The Last Worker também apresenta alguns puzzles que tem o mesmo formato, porém com alguns obstáculos que dificultam suas conclusões.
A animação de The Last Worker tem influências de quadrinhos e cartoons. Apesar do design mais robusto, o jogo foca muito mais em sua história do que no visual. Um ponto positivo é a direção de dublagem do jogo, pois todas as vozes combinam com seus respectivos personagens, criando uma grande sensação de reconhecimento.
Veredito
The Last Worker tem erros e acertos. Por um lado, narrativamente reflete nossa sociedade consumista e capitalista fazendo uma critica exposta as grandes corporações e automatização do trabalho manual. Por outro, falta uma gameplay mais engajada que busque trazer mais veracidade aos desafios impostos a Kurt.
4,0 / 5,0
Assista ao trailer de The Last Worker:
Informações técnicas de The Last Worker
Lançamento: 30 de março de 2023
Desenvolvido por: Oiffy e Wolf & Wood Interactive
Publicado por: Wired Productions
Plataformas: PC via Steam, Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X | S, PSVR2, Meta Quest 2
Número de jogadores: 1
Gêneros: Cyberpunk, Distópico, Exploração, Narrativa, Primeira Pessoa, Puzzle
Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Português, Russo
Preço: R$ 59,99 (Steam), R$ 74,95 (Xbox Series X | S), R$ 99,00 (Nintendo Switch), R$ 99,50 (PS4, PS5, PSVR2), US$ 19,99 (Meta Quest 2)