The Last of Us Parte II Remastered é a versão remasterizada do clássico jogo da Naughty Dog. Lançada no dia 3 de abril para PC e PS5, a edição conta com gráficos melhorados e inéditos modos de jogo, sendo uma oportunidade para novos públicos descobrirem o título e um atrativo a mais para aqueles que já são fãs de carteirinha.
Na história, acompanhamos Ellie nas situações que sucedem o encerramento do primeiro jogo. Aqui, Joel e Ellie precisam lidar com as consequências de suas escolhas, ao mesmo tempo que novas ameaças são apresentadas.
Confira nossa crítica sem spoilers de The Last of Us Parte II Remastered para PC.
Análise de The Last of Us Parte II Remastered
The Last of Us se tornou uma franquia que transcendeu os videogames. Com uma adaptação na HBO, a história ganhou novos públicos e se expandiu, alcançando patamares que poucos títulos conseguiram até hoje.
Essa é a minha primeira vez jogando The Last of Us Parte II, game que foi lançado originalmente para PS4 em 2020 e que possui uma legião de fãs (e prêmios). Por ter sido lançado em meio a uma pandemia, acredito que o jogo se consolidou ainda mais no imaginário popular, ganhando um grande espaço no coração de quem foi impactado pela história de Ellie e Joel na época.
Os feitos desse jogo são impressionantes, pois ele coleciona mais de 300 prêmios e é quase uma unanimidade entre os jogadores. Mesmo aqueles que não são apaixonados pelo título reconhecem que é uma das produções narrativas mais impactantes dos últimos anos e que, como tal, merece seu lugar de destaque no mundo dos games.
Com todo esse histórico, entrei nesse mundo com uma expectativa enorme de entender o quão significativo The Last of Us Parte II se tornou para o público, e ter a oportunidade de conferir uma nova versão, com gráficos ainda mais estonteantes é, sem dúvidas, um adicional interessante.
Eu conferi o título no meu notebook, que possui uma RTX 4060 e processador i9. Por aqui, rodei o game quase o tempo todo no ultra e sem nenhum bug ou queda de perfomance. Digo quase todo o tempo, pois em apenas um momento específico eu tive que mudar as configurações, pois a cena envolvia muitos elementos e realmente causou uma queda significativa de FPS.

Acredito que esse erro já tenha sido corrigido, pois o game recebeu alguns patchs nos últimos dias e eu não encontrei nenhum outro problema similar. Por se tratar de um jogo que já vem do PS4 e fez uma transição para o PS5, me parece que os profissionais já possuem expertise o suficiente para fazer essa transição para o PC de maneira efetiva e, portanto, o resultado é muito bom.
A Nixxes Software, que aqui também está acompanhada pela Iron Galaxy Studios, já fez outros excelentes ports para PC, entre eles Ghost of Tsushima Versão do Diretor e Marvel’s Spider-Man 2.
Essa versão também traz novos modos de jogo, como o Sem Volta, uma opção de sobrevivência com combates aleatórios para quem procura desafios intensos. Há também a oportunidade de explorar áreas e níveis que não estavam disponíveis na versão original, algo que realmente serve como um diferencial para quem ainda não conhece a história (ou para aquele fã que quer ter todas as versões possíveis do game).
Uma narrativa visual intensa e poderosa
Acredito que o grande diferencial de TLOU Parte 2 seja sua proposta cinemática. Apesar da maioria dos games da PlayStation terem uma proposta parecida, onde a história e as cutscenes são de extrema importância para a construção da gameplay num geral, aqui o impacto é bem mais forte.
Isso porque o jogo trata de assuntos sensíveis e consegue ser imersivo o suficiente na apresentação de suas personagens principais: Ellie e Abby. Acredito que a escolha feita pelos realizadores, em priorizar essas duas personagens quase como o espelho uma da outra, faz todo o sentido e dá ao jogador a motivação de seguir em frente para desbravar esse mundo.
Focando apenas na história, me chama bastante a atenção como The Last of Us Parte II pode ser totalmente caracterizado como um jogo narrativo. Existem muitos jogadores que possuem um pouco de preconceito com esse gênero de jogo, pois tem em mente que é muito mais voltado para uma gameplay estilo graphic novel do que, de fato, algo que possa envolver ação.
Outro game que acredito que se encaixa muito na proposta de TLOU, e que bebe bastante da construção narrativa dele, é 1000xResist, game indie e visualmente encantador distribuído pela Fellow Traveller. Ambos os títulos exploram personagens femininas fortes e intensas, e navegam por temas importantes como trauma e a luta pela sobrevivência.
Eu adoro jogos narrativos, é um dos meus gêneros favoritos e eu já sabia que The Last of Us Parte II iria me agradar nesse sentido. O que eu não esperava é que eu me sentiria em um completo descompasso moral ao tomar as decisões que o jogo nos obriga a tomar.

Acredito que boas histórias são aquelas que nos causam sensações, sejam elas positivas ou negativas. Tirar o jogador de uma zona de conforto e do modo automático é algo que esse título consegue fazer muito bem, principalmente por nos vermos diversas vezes em situações que gostaríamos de ter o poder de tomar outras decisões.
Dentre todo o desenrolar de The Last of Us Parte II, o que mais me marcou foi realmente a história da Abby e como ela passa dessa personagem inicialmente odiada, para uma figura importante e essencial para a concepção da trama.
Mesmo que algumas escolhas e decisões criativas não sejam bem o que eu gostaria, entendo que existem limitações por se tratar de um jogo onde o desenrolar é calculado e a gameplay não pode ser deixada de lado. Dessa forma, é necessário ceder em alguns pontos, o que acaba limitando o desenvolvimento de alguns personagens em si.
Entretanto, as mensagens de amor e luto estão intrínsecas e são retomadas em tempo integral, seja pela perda de outros personagens no caminho, seja pelo reviver de um trauma que retorna de tempos em tempos. É uma das jornadas mais tristes que já conferi, me deixando em um nível de tristeza similar ao de outro jogo sobre luto e perda: Rakuen.
E não podemos falar da história sem mencionar os visuais. O jogo já era extremamente bonito e aqui, em uma versão remasterizada, consegue alcançar patamares ainda mais exuberantes. É uma jornada que realmente vale a pena conferir.
Gameplay desafiadora e que engaja
Para além da história, que é certamente o diferencial de The Last of Us Parte II, a gameplay também é muito efetiva. Apesar de, em alguns momentos, eu sentir que muito do que acontece acaba se repetindo em outros pontos distintos ao longo do jogo, há uma grande diversidade de cenários e desafios que tornam tudo bem dinâmico.
A começar pela ótima ideia de construir arcos paralelos entre Abby e Ellie e colocar o jogador para controlar ambas as personagens em momentos distintos, levando a uma escalada nos acontecimentos, tensões e mortes.
Não vou dar spoilers do que acontece no jogo, tampouco sobre os desdobramentos posteriores das situações, mas acredito que é seguro utilizar Ellie e Abby para exemplificar as diferenças entre os usos de armas e das habilidades ao longo da gameplay.
Enquanto com Ellie aprendemos um certo tipo de bombas e um combate mais focado na tradicional faca (sua marca registrada), Abby possui uma gama maior de habilidades, principalmente no combate corpo a corpo. Essas possibilidades surgem, também, do maior acesso a itens que ela tem por ser parte dos Lobos, outro ponto bem importante em The Last of Us Parte II.
Esse embate entre Lobos e Serafitas, facções que surgem após a queda da FEDRA e que são muito importantes nessa nova etapa da franquia, também acompanha a história de Abby e traz consequências para a pessoa que ela escolhe ser.
Dessa forma, os momentos mais impactantes de luta e desafios estão concentrados, a meu ver, nesta parte da gameplay, quando já estamos há algum tempo acompanhando a trama de Abby por esse mundo e conseguimos nos conectar melhor com seus traumas, sua personalidade e tudo o que ela abriu mão ao longo da vida.

Os desafios, num geral, são bem interessantes. Apesar das batalhas serem intuitivas, elas também dão bastante medo. Eu não sou a pessoa mais rápida e habilidosa nesse sentido, então confesso que tive dificuldades em vários embates contra zumbis.
Apesar disso, acredito que em certo ponto da jornada você acaba se acostumando com algumas situações e com a jogabilidade em si. Senti um pouco de falta de algumas dinâmicas diferentes, de uma exploração um pouco maior entre determinados arcos, a fim de trazer alguns momentos de respiro. Entretanto, as escolhas definitivamente não interferem no ótimo resultado final.
Quanto à performance, tudo funciona de maneira eficiente. Como mencionei, em apenas um momento eu tive que rever as minhas configurações, pois envolveu elementos como água, vento e outros pontos que não vou mencionar aqui para evitar spoilers. Entretanto, foi algo bem momentâneo e que logo voltou ao “normal”, com o game rodando liso no modo ultra.
Veredito
The Last of Us Parte II Remastered é visualmente estonteante e possui uma performance impecável. Com ótimos gráficos, novos modos de jogo e uma história forte o suficiente para ressoar por gerações, o game é uma jornada intensa, icônica e muito bem produzida. Uma excelente experiência no PC e que merece a sua atenção.
5,0 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de The Last of Us Parte II
Lançamento: 19 de janeiro de 2024 (PS5), 3 de abril de 2025 (PC)
Desenvolvido por: Naughty Dog, Nixxes Software e Iron Galaxy Studios
Publicado por: PlayStation Publishing LLC
Plataformas: PC (via Epic Games Store e Steam) e PlayStation 5
Número de jogadores: 1
Gêneros: Ação, Aventura, Terror
Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Croata, Dinamarquês, Espanhol, Francês, Finlandês, Grego, Holandês, Húngaro, Inglês, Italiano, Japonês, Persa, Polonês, Português, Russo, Sueco, Tailandês, Tcheco, Turco.
Preços: R$ 199,90 (PC) e R$ 249,50 (PS5)