Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é o remake do jogo publicado pela Konami em 2004, na época produzido por Hideo Kojima, sendo esse o quinto capítulo da série principal iniciada em 1987, e o primeiro na linha cronológica dos enredos.
Também referenciado como Metal Gear Solid Δ: Snake Eater, o título foi lançado para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S no dia 28 de agosto de 2025, quase 21 anos após a sua estreia original.
A trama de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater se passa na década de 1960 durante a Guerra Fria, com a jornada de Naked Snake, um agente da unidade FOX no começo de sua carreira. Sua missão é infiltrar-se em território soviético para resgatar Nikolai Sokolov, cientista criador de um projeto que pode mudar o rumo da guerra e, ao mesmo tempo, deter a organização liderada pelo Coronel Volgin, que ameaça a paz global com um míssil nuclear.
Esta análise reflete a minha experiência jogando a versão para PlayStation 5.
Voltar a um Metal Gear foi algo um tanto diferente, uma combinação entre a nostalgia de uma franquia que gosto muito com a expectativa do que esperar desse lançamento cujo criador não está participando do projeto. Isso, na minha perspectiva, resulta em uma homenagem muito justa a um dos jogos marcantes desse universo que atravessou gerações de consoles.
A respeito da jogabilidade, temos duas opções de comandos. A primeira é o modo clássico, que mantém os elementos originais como o enquadramento do jogo em plongée, e o uso da mira em primeira pessoa quando utilizamos algum tipo de arma letal ou não. A novidade é a adaptação moderna, que vai ser mais confortável para jogadores que estão mais acostumados com o formato atual de controles.
Após jogar em ambos formatos, é possível compreender que, além do cuidado em conservar a experiência original, temos a rara oportunidade de observar a diferença entre como se imaginava um jogo há duas décadas e como isso é feito nos dias atuais. Nesse aspecto, é interessante ver as nuances entre um jogo que poderia ser considerado mais antigo por conta do que estava disponível em 2004 para tornar um jogo desse gênero mais imersivo, comparado ao que temos atualmente com recursos muito mais avançados.
Mesmo com uma roupagem bem mais moderna nesse remake, o que existe de essencial em um Metal Gear para ser algo muito especial continua imutável. Isso de certa forma é surpreendente porque em um remake sempre se cria a expectativa de mudar ou recontar algo, e nesse caso temos tudo no mesmo lugar sendo transportado para a nossa época atual com muita competência.
As mecânicas de jogo vão sempre privilegiar o quanto somos furtivos e se agimos de forma perspicaz, paciente, curiosa para analisar o ambiente. Assim, podemos explorar algum elemento do cenário para gerar uma distração que não irá alertar os inimigos, sendo esse o grande desafio para quem for se aventurar nesse clássico ou em outros títulos da franquia.
O sistema de alerta é uma contagem regressiva em três níveis começando pelo perigo, evasão e o de precaução, até que os inimigos retomem a rotina de vigilância e esqueçam a presença do nosso Snake novamente. Nessa nova versão, essa mecânica é melhorada com uma alternância entre esses três status ocorrendo de forma mais dinâmica, o que aumenta a dificuldade e exige que mudemos nossa estratégia para o que for mais eficiente no momento.
Outra melhoria de vida que ficou muito interessante em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é a imobilização quando pegamos algum soldado distraído, surgindo um menu flutuante com as opções do que podemos fazer naquela posição. A alternativa mais importante é o interrogatório, que se torna uma escolha valiosa, pois assim descobrimos a localização de suprimentos, outros inimigos e ferramentas úteis para os próximos passos da missão.

O sistema de mira é uma novidade que me chamou bastante atenção porque cria uma diferença entre armas letais e não letais como, por exemplo, a MK.22, uma pistola com dardos soníferos em que é preciso levar em consideração a curva que o disparo fará por ser um projétil leve. Por sua vez, temos a M1911A1 que é uma pistola de dano letal com munição mais pesada, fazendo com que a trajetória vá diretamente ao inimigo.
Outro elemento que considero incrível do jogo original e está mantido de forma íntegra na em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é o gerenciamento de sobrevivência, uma mecânica com um formato que para a época achava muito inovador e não me recordo de encontrar algo semelhante em nenhum outro jogo, criando uma conexão entre a história, nossas atividades durante a missão e batalha contra os inimigos poderosos que irão cruzar nosso caminho.
A partir da missão Snake Eater, sofrer ferimentos causam dano na barra de stamina do Naked Snake, sendo necessário fazer os primeiros socorros como fechar cortes, tratar queimaduras, remover balas e até lidar com situações provenientes da interação com o ambiente, como andar em um lago e ser atacado por uma sanguessuga. Essa forma de sobrevivência é interessante por incentivar a ter atenção no tipo de caminho que vamos tomar ou até mesmo na alimentação para recuperar a stamina, afinal comer um sapo e ficar envenenado não é nada prazeroso.
Não houve mudanças em relação à história, sendo o upgrade focado nos aspectos visuais, de áudio e trilha sonora, ajudando a destacar ainda mais o roteiro original, que para muitos é considerado um dos melhores jogos desse universo que teve seu início em uma época em que games eram infinitamente mais simples.
Metal Gear 3, assim como ao longo de toda a franquia, é uma narrativa política que atravessa temas muito pertinentes para os dias atuais, como o desenvolvimento do pensamento crítico em um cenário que está em alta polarização, algo que vivemos no mundo hoje. É fantástico ver como mesmo após duas décadas ainda é um enredo que não se mostra desatualizado, com camadas de dilemas morais que vão permear todos os personagens que vamos conhecer.
Após jogar tantas vezes, é muito interessante ainda perceber que existem muito mais aspectos para refletir sobre os acontecimentos que vão construir o Big Boss, o soldado lendário que futuramente enfrentaremos na história do primeiro jogo. Aqui ele é a semente do futuro em um mundo com grandes lendas do passado, como a Unidade Cobra liderada pela Boss, sua mentora, um símbolo dessa era marcada por tantas guerras que carrega um sonho cuja interpretação dividiu as pessoas que fizeram parte da missão Snake Eater e gerou todos os conflitos que vão construir a lore do universo Metal Gear.
Veredito
Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é uma excelente atualização de um jogo clássico, permitindo que possamos revisitar esse título tão querido com os bons recursos tecnológicos da modernidade e conhecer as grandes lendas desse universo e seus sonhos de um mundo que não precisasse das serpentes.
5,0 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater
Lançamento: 28 de agosto de 2025
Desenvolvido e publicado por: Konami
Plataformas: PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S
Número de jogadores: 1
Gêneros: Ação, Cinematográfico, Exploração, Furtivo, Sobrevivência, Tiro
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Japonês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Chinês simplificado, Chinês tradicional, Coreano, Russo
Preços: Versões a partir de R$ 349,90 (PC e Xbox) e R$ 399,90 (PlayStation 5)
