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    REVIEW – Mario vs Donkey Kong é um remake com méritos próprios

    Mario vs Donkey Kong é o mais novo remake trazido do vasto portfólio da Nintendo para o seu console híbrido. O jogo foi lançado originalmente em 2004 para Game Boy Advance, e agora foi repaginado por completo – inclusive trazendo novos níveis e o inédito modo cooperativo local – em seu lançamento no dia 16 de fevereiro de 2024 para o Nintendo Switch.

    A rivalidade entre Mario e Donkey Kong remete ao passado, mais precisamente ao primeiro jogo a apresentar ambos personagens, o título Donkey Kong lançado para arcade em 1981.

    De lá para cá, a rivalidade deixou de ser o foco de suas histórias como protagonistas em jogos da Nintendo, mas essa chama nunca se apagou por completo.

    Agora em 2024, 20 anos após o jogo original no GBA, Mario vs Donkey Kong renova a experiência criada exclusivamente para um console portátil, trazendo ao Nintendo Switch a aventura de quebra-cabeças em que Mario precisa recuperar os Mini-Marios roubados por Donkey Kong diretamente da fábrica Mario Toy.

    Para isso, o encanador deverá superar mais de 130 fases sozinho ou com até mais uma pessoa no cooperativo local, que poderá controlar o fiel escudeiro Toad.

    O jogo ainda oferece a possibilidade de alternar entre os modos clássico (um golpe e você perde vida e recomeça a fase) e casual (menos punitivo, sem tempo limite e fazendo com que você apenas volte a um checkpoint espalhado no nível).

    Análise de Mario vs Donkey Kong

    Mario vs Donkey Kong segue a tradição da Nintendo de sempre lançar ao menos um spin-off do encanador por ano. Esse comportamento da Big N será ainda mais evidente nesse ano, pois ainda serão lançados o remake de Paper Mario: The Thousand-Year Door e a remasterização de Luigi’s Mansion 2 em HD.

    Após um jogo principal da franquia e tão especial como Super Mario Bros. Wonder, você pode estar pensando: Mario vs Donkey Kong é realmente bom? Era um remake que realmente precisava existir?

    Eu acredito que remakes e remasterizações são importantes, pois é uma forma de trazer títulos do passado para novas audiências, bem como para quem desejava tê-los jogado, mas não tinha o console ou não tinha condições de comprar na época.

    A Nintendo em geral tem acertado nessa proposta, especialmente nos remakes, pois além de refinar gráficos e gameplay, também costuma trazer conteúdos inéditos relevantes. Vimos isso em 2023 em Kirby’s Return to Dream Land Deluxe, que acrescentou um ótimo modo pós-jogo, além de excelentes minigames.

    Então Mario vs Donkey Kong segue o caminho do bom refinamento gráfico e da expansão do conteúdo original com novas fases. Esses acréscimos são importantes e podem justificar o seu investimento. Mas arrisco dizer que esse jogo não é para todos os públicos.

    Desafios interessantes, mas gameplay que pouco se renova

    Mario vs Donkey Kong não tem a pretensão de ser um jogo muito desafiador do gênero puzzle. E tudo bem. O primeiro terço do game é muito simples e apresenta as mecânicas igualmente simples que serão usadas até o fim. Ao começar os 2/3 finais é que os desafios começam a ser um pouco mais intensos, mas longe de serem impossíveis.

    A mobilidade do Mario (e do Toad quando jogado de dois) é um tanto limitada. Não me agradou a escolha criativa de manter os movimentos rígidos similares aos original do GBA em um jogo com uma proposta gráfica moderna. Gerou um estranho contraste que por vezes passa a sensação de que você estava pulando corretamente porque o personagem não parece estar longe de onde você quer ir, mas acaba morrendo por cair antes de uma plataforma passar ou simplesmente porque a distância era maior que o alcance do salto.

    Os desafios acabam sendo muito mais pela forma como os personagens se movimentam e a limitação do alcance de seus pulos, do que propriamente pela dificuldade dos puzzles, dos inimigos de cada fase ou das boss fights contra o DK.

    Os comandos são cedo apresentados e não vão muito além do que você pode fazer em termos de pulos. O movimento que mais se diferencia é o de andar de ponta-cabeça com as mãos no chão, habilidade útil para não perder vida ao ser atingido por algum objeto que cai sobre você. Usando essa forma de andar também é possível pular mais alto.

    Cada mundo possui seis fases “normais”, uma bônus para conseguir mais vidas e uma para coletar seis Mini-Marios que servirão como vida na fase seguinte, que é o enfrentamento com o Donkey Kong. Após superar o DK é aberta uma nova área com a mesma lógica.

    A variedade de fases é muito boa, assim como os desafios temáticos de cada mundo. No entanto, a gameplay acompanha por pouco tempo essa renovação, o que pode fazer com que por vezes você sinta que está tudo um tanto igual.

    Para quem busca uma gameplay de puzzle sem grandes desafios, ou simplesmente enxerga o jogo apenas como um passatempo para curtir o modo casual, essa experiência de pouca renovação não será um problema. Pode ser um bom atrativo para crianças e quem não está muito acostumado a jogar videogame.

    Mas quem espera que jogos de quebra-cabeça sejam realmente desafiadores poderão se frustrar. A menos que…

    Mario vs Donkey Kong se destaca com o co-op local

    A grande cereja do bolo de Mario vs Donkey Kong é o seu modo local para dois jogadores. Isso porque para abrir as portas bloqueadas por Donkey Kong se tornam necessárias duas chaves, ao invés de uma no modo solo. A prateada deve ser usada primeiro, depois a dourada.

    Modo cooperativo local para duas pessoas é o ponto alto do remake de Mario vs Donkey Kong no Nintendo Switch
    Co-op local é o ponto alto do remake de Mario vs Donkey Kong – Créditos: Nintendo / Divulgação

    A lógica da chave dourada segue a mesma, em que você pode jogá-la para transportá-la em determinadas partes, como esteiras, mas você precisa pegá-la novamente em até 12 segundos. Caso não consiga, ela volta para o seu lugar de origem.

    Por sua vez, a chave prateada tem asas, então ela acompanha quem a pegou, sendo perdida apenas caso o personagem morra.

    Acontece que coordenar os movimentos com mais uma pessoa pode ser realmente desafiador no modo clássico. E cada personagem que morre uma vez perde uma vida do contador geral. E tudo bem na verdade, pois o jogo não é punitivo e o game over não chega a ser um game over de verdade.

    O co-op local é realmente muito bem feito, especialmente porque a movimentação da câmera é eficiente. Então se um personagem está muito distante do outro, a câmera não prioriza o player um, e sim vai tirando o zoom para que ambos possam ver bem o que estão fazendo.

    E a diferenciação entre modo solo e cooperativo é também bastante importante com a inclusão dessa segunda chave, pois se seguisse a mesma lógica da experiência para um jogador seria ainda menos desafiador, intensificando também a sensação de que faltaria algo a mais para renovar a gameplay.

    Veredito

    Com belos visuais e uma performance agradável tanto na TV, como no portátil, Mario vs Donkey Kong é um spin-off da franquia que não tem a pretensão de ser um puzzle marcante e reconhecido por ser desafiador.

    As novidades trazidas para o remake são relevantes e divertidas, mas não são o suficiente para fazer com que esse título seja unânime entre fãs do Mario, do Donkey Kong e de jogos de quebra-cabeça.

    Apesar de não renovar muito suas mecânicas ao longo da gameplay, o jogo brilha com seu modo cooperativo local, fazendo com que seja interessante tanto para curtir com crianças e jogadores casuais, como também para viver uma experiência mais desafiadora.

    Nossa nota

    3,7 / 5,0

    Assista ao trailer de Mario vs Donkey Kong:

    Ficha técnica de Mario vs Donkey Kong

    Lançamento: 16 de fevereiro de 2024

    Desenvolvido e publicado por: Nintendo

    Plataforma: Nintendo Switch

    Número de jogadores: 1 a 2

    Gêneros: Ação, Cooperativo local, Puzzle

    Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês, Italiano, Japonês

    Preço: R$ 249,00. Uma versão demo está disponível gratuitamente no Nintendo eShop.

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