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    REVIEW – Final Fantasy XVI é uma jornada visceral cheia de reviravoltas

    Final Fantasy XVI (FFXVI) é um RPG de ação desenvolvido e publicado pela Square Enix, lançado exclusivamente para PlayStation 5 em 22 de junho de 2023. O jogo é o décimo sexto da franquia principal e está sendo sucesso ao ponto de, em menos de uma semana, ter vendido três milhões de cópias.

    O novo jogo da série se passa em Valisthea, um mundo sombrio de fantasia, e representa uma guinada mais sombria para a franquia de RPG, com uma trama complexa de vingança,
    disputas pelo poder e tragédia inevitável.

    Análise de Final Fantasy XVI

    Final Fantasy e Dragon Quest foram um dos precursores do gênero JRPG, que dominou todo o mundo com sua enorme fanbase. Ao longo das décadas, a franquia FF vem se reinventando a cada novo jogo lançado, seja na jogabilidade ou mesmo na história, que sempre se diferencia do jogo anterior.

    Apesar de tudo, Final Fantasy nunca mudou a sua essência de contar uma épica história
    com personagens memoráveis que apresentam características únicas em seus designs.

    Com isso, em Final Fantasy XVI a franquia se reinventa ao apresentar uma fantasia madura e tenebrosa, sendo digna de ter saído das páginas das Crônicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin. Esse tipo de enredo é algo que a série nunca havia explorado até então, mas sem se distanciar de todos os elementos do mundo de Final Fantasy que tornam seus jogos tão fantásticos.

    Em Final Fantasy XVI temos um novo mundo repleto de aventura com uma história mais
    sombria, juntamente com uma jogabilidade que bebe das fontes de Devil May Cry V (2019).

    O enredo desenvolvido é excelente e repleto de plot twists, mas que em alguns momentos o deixa confuso devido à imensa quantidade de personagens com suas subtramas. Apesar disso, o jogo traz um glossário que pode ser acessado a qualquer momento apertando o touchpad do DualSense e, com isso, você recebe um resumo do que está acontecendo naquele momento da trama.

    Além disso, o jogo é uma excelente porta de entrada para quem nunca jogou nenhum jogo
    da franquia. Mas não se preocupe, pois Final Fantasy funciona como uma antologia. Ou seja, cada enredo segue uma nova aventura, mas que se mantém com elementos do mundo de Final Fantasy em geral.

    Dessa forma, não é necessário jogar os outros 15 jogos anteriores para entender o atual, pois a história de cada novo título da franquia principal não têm ligação com a anterior.

    Garanto que esse novo jogo é totalmente acessível para novos jogadores, seja pelo rico
    enredo, como também pela jogabilidade fluida e divertida que, apesar de acessível, está dividindo opiniões na fanbase.

    Créditos: Square Enix / Divulgação

    Principalmente no quesito desafio, Final Fantasy XVI apresenta uma dificuldade moderada e pode ser considerado o jogo mais fácil de todos da franquia principal. Isso porque com o uso de três itens, o game entra no modo fácil, apesar de no início já apresentar dois modos: Um focado na ação, outro na história.

    Apesar disso, essa divisão de opiniões acaba sendo incrível sempre que um novo jogo é lançado, pois proporciona debates entre os fãs mais puristas, que por vezes acabam se esquecendo que a franquia precisa se reinventar com novas mecânicas e personagens cativantes para atrair novos fãs que ainda não conhecem o mundo dessa franquia.

    Contudo, o grande destaque de Final Fantasy XVI é sua épica história que cativa com
    personagens memoráveis e traz o protagonista Clive Rosfield, que faz jus à sua grande
    trama que, com certeza, já entrou na lista de favoritos de muitos fãs. Inclusive a minha.

    Toda a jornada de Clive Rosfield em busca de vingança pela morte de seu irmão Joshua Rosfield é simplesmente sensacional. Além disso, a escala de batalhas megalomaníacas é de cair o queixo. O nível das lutas atinge um novo pico de excelência nos videogames e acaba deixando jogos como God of War (2018) e God of War: Ragnarök (2022) para trás nesse aspecto.

    Outro ponto novo são as caçadas, que são semelhantes ao quadro sistema de caçada da franquia Monster Hunter. A cada nova caçada você irá enfrentar um monstro que, ao ser derrotado, dará pontos de habilidade e dinheiro. Cada monstro é classificado por letra.

    Uma jogabilidade divertida, mas polêmica

    Como havia dito, a jogabilidade de FFXVI está sendo um divisor de águas, pois alguns
    jornalistas da indústria, fãs e influencers estão falando que basicamente é apertar o botão
    quadrado para sair realizando ataques e combos e diminuindo a qualidade do jogo.

    E, de fato, a jogabilidade de batalha se sustenta ao longo de todo jogo no botão quadrado. No entanto, o que poucos estão relatando é que o jogo possui três itens que tornam a gameplay mais fácil para jogadores que não têm tanta habilidade.

    Esse ponto de desinformação passada chega a ser irritante, visto que o jogo deixa muito
    específico a função desses itens. Fica basicamente a critério do jogador escolher se irá pelo caminho mais acessível, ou se prefere uma gameplay mais desafiadora que utiliza outros
    comandos no DualSense.

    Essa função na jogabilidade é agradável e deixa o jogo no easy mode, algo ótimo
    para trazer novos jogadores que realmente não são afeiçoados e não querem se estressar em combate, preferindo ter um momento de diversão.

    Fica claro que os desenvolvedores pensaram nesse público, o que deixa o jogador de soulslike purista furioso com essa facilidade. Confesso que escolhi não usar esses itens e optei por uma jogabilidade mais desafiadora, mas que ainda sem os itens o jogo é fácil de decorar os comandos.

    Final Fantasy 16 se destaca por abraçar um novo gênero na franquia em um enredo maduro com jogabilidade visceral
    Créditos: Square Enix / Divulgação

    Outro ponto bastante interessante é que o combate tem muito similaridade com o Devil May Cry V. Isso se deve ao fato de que o diretor de combate Ryota Suzuki trabalhou também em DMC V, sendo contratado pela Square Enix para trazer uma nova abordagem à franquia com foco mais voltado para a ação. Recentemente ele mesmo afirmou que é sua obra-prima pessoal.

    De fato, essa repaginada que o jogo teve é absurdamente visceral e divertida, tornando a
    jogabilidade super fluída e dinâmica. Esses fatores deixam a aventura mais empolgante a cada inimigo enfrentado.

    Side quests cansativas

    As missões do enredo central de FFXVI são simplesmente de tirar o fôlego e realmente
    empolgantes. No entanto, o mesmo não se aplica às side quests que não se sustentam com
    mesmo nível de qualidade e são simplesmente rasas e repetitivas.

    Boa parte das missões paralelas se resume a pegar determinado item para algum NPC e levá-lo do ponto A ao B. Em alguns casos você enfrentará algum inimigo. São poucas as side quests que têm um enredo interessante.

    Nesse ponto, um jogo nesse escopo acaba pecando por não ter a mesma eficácia na
    elaboração de side quests dinâmicas, seguindo um caminho que não se reinventa com algo que poderia ser divertido e melhor elaborado.

    Gráficos e OST

    É indiscutível que FF desde sua era 3D sempre esteve à frente do seu tempo com os seus
    gráficos deslumbrantes a cada nova geração. Até hoje jogos como FFIX (2000) e FFXII (2006) possuem gráficos magníficos. Dessa forma, Final Fantasy XVI segue o padrão com gráficos simplesmente fenomenais, tanto nas cutscenes, como durante a gameplay.

    A trilha sonora epopeica composta por Masayoshi Soken é outro ponto primoroso que torna toda a aventura ainda mais avassaladora. Toda essa excelência levou nada menos que 7 anos de trabalho para ser concluída. Ao todo foram 300 faixas compostas, e meu destaque fica para as trilhas dos chefes principais, que são realmente épicas.

    Veredito

    Final Fantasy XVI é visceral e um novo começo para a franquia, mas que ainda assim têm
    problemas que não deveriam ser apresentados em um jogo triple AAA.

    No entanto, o jogo não é ofuscado pelos problemas e acaba sendo uma épica narrativa com uma experiência de gameplay fenomenal, se consolidando como um forte concorrente ao GOTY 2023. De fato, o jogo acaba se tornando um dos mais memoráveis dessa franquia tão querida, com uma história brutal e violenta.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Assista ao trailer de Final Fantasy XVI:

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    Ficha técnica de Final Fantasy XVI

    Lançamento: 22 de junho de 2023

    Desenvolvido e publicado por: Square Enix

    Plataforma: PlayStation 5

    Número de jogadores: 1

    Gênero: RPG de ação

    Idiomas: Português (Brasil), Alemão, Espanhol, Espanhol (México), Francês (França), Inglês, Italiano, Japonês, Polonês, Russo, Árabe

    Preço: A partir de R$ 349,90 (edição padrão). Demo disponível gratuitamente na PlayStation Store.

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