COCOON é a mais recente criação de Jeppe Carlsen, designer líder de jogabilidade dos clássicos indie LIMBO (2010) e INSIDE (2016). Desenvolvido pela Geometric Interactive e publicado pela Annapurna Interactive, o novo jogo é um puzzle de aventura com estética e experiências diferenciadas no gênero.
Em COCOON a aventura se passa em um mundo dentro de outros mundos. Cada mundo pode ser carregado pelo protagonista em suas costas, podendo ser transportado entre biomas diversos por meio de mecânicas de saltos em plataformas específicas.
Além disso, as orbes possuem poderes especiais próprios, que devem ser usados para resolver os quebra-cabeças.
COCOON está disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass. Joguei tanto no PC via Game Pass, como no Nintendo Switch. Este review considera a experiência no PC via Game Pass, e você pode assistir a gameplay completa no player a seguir.
Análise de COCOON
Uma luz descendo do céu em direção a um casulo, que se abre e dá vida à criatura que iremos controlar na aventura. Esse é o início de COCOON.
Sem dar qualquer instrução, o lindo ambiente inicial já é um convite à exploração, trazendo mais facilmente as primeiras pequenas descobertas que servirão como base para toda a experiência.
Os quebra-cabeças são simples de executar, sendo um que outro um pouco mais elaborados a ponto de exigir um movimento mais rápido. A genialidade de COCOON está no equilíbrio entre simplicidade de mecânicas e detalhes muito bem pensados.
Muitos puzzles se tornam complexos se você não prestar a atenção necessária aos detalhes espalhados pelos biomas. Há alguns desafios com formas geométricas que você precisa passar sobre os artefatos na ordem correta. Cada um emite um som diferente. Na primeira vez eu acertei da maneira errada, pois achava que era para fazer uma escala do mais agudo ao mais grave.
Eis que futuramente me deparei com o segundo puzzle do tipo e percebi que não era assim que se resolvia. Foi aí que comecei a olhar bem para os arredores e reparei que a resposta do puzzle fazia parte do cenário. Mas não pense que é lendo uma placa ou encontrando algum tipo de instrução: as respostas para esse tipo de quebra-cabeças estão inseridas nos biomas de maneiras sutis.
Perceber isso no segundo puzzle foi a virada de chave. Ali eu soube que COCOON não era apenas um jogo graficamente lindo, e sim um game genial com uma jogabilidade única. A partir disso a experiência se tornou completamente viciante e foi difícil resistir a tentação de jogar direto até completar o game.
O jogo em si não é difícil, mas é preciso ficar atento aos detalhes. COCOON oferece bons momentos desafiadores que podem te fazer travar num puzzle. Mas quando você consegue resolver… A satisfação é gigantesca.
A felicidade em resolver um quebra-cabeça não é apenas por destravar o seu progresso, mas também porque quando você entende o desafio criado vem um pensamento do tipo: como o estúdio teve a capacidade de pensar em algo tão genial e, ao mesmo tempo, simples?
Na reta final do jogo alguns puzzles se tornam mais complexos, pois envolvem um constante ir e vir entre mundos com as quatro orbes disponíveis. Nesse ponto de COCOON o cérebro começa a se enredar pelos caminhos. Novamente ao resolvê-los vem a sensação de que não era possível os desenvolvedores terem feito o que fizeram sem se perder na própria lógica criada para os desafios.
Outro aspecto que impressiona em relação à jogabilidade é que os comandos são apenas andar e ter um único botão para pegar e soltar as orbes, que também serve para ativar as plataformas de salto.
Se graficamente a estética é linda e muito bem trabalhada, Jeppe Carlsen mostra que é possível fazer algo incrível com uma jogabilidade extremamente simples.
Esse contraste entre algo muito elaborado e mecânicas simples tornam a exploração equilibrada. Você passa boa parte do tempo resolvendo puzzles mais simples; eventualmente enfrenta um chefe que não impõe grande dificuldade; e em pontos específicos lida com quebra-cabeças que exigem atenção, ou um ir e vir complexo que acaba sendo desafiador.
A satisfação está presente em todos esses momentos de COCOON.
Por falar no combate, derrotar os chefes não exige aprender golpes, mas sim ter destreza, usar o próprio inimigo como arma ou ainda aproveitar uma brecha para resolver um breve quebra-cabeça para servir como ataque.
Um outro ponto perfeito de COCOON é a trilha sonora. Os biomas se tornam ainda mais vivos graças à ambientação que sempre traz uma atmosfera alienígena, densa, por vezes até um pouco sombria. É uma sensação de imensidão que torna o jogo mais imersivo. Recomendo que você aproveite ao máximo isso jogando com fones de ouvido.
Os efeitos sonoros também são maravilhosos. As pontes que surgem quando você anda por plataformas específicas segurando a orbe laranja e os tiros laser usando a orbe branca são ótimos exemplos do excelente trabalho de áudio.
Por fim, como joguei tanto no PC via Game Pass, como no Nintendo Switch, devo dizer que a única diferença que percebi é um mero detalhe de performance na animação da transição entre um mundo e outro ao usar a plataforma de salto. No Switch a animação tem uma leve queda na taxa de quadros. Nada demais. Isso mostra o quão polido e bem desenvolvido COCOON foi para todas as plataformas.
Veredito
COCOON consegue ser brilhante sem dar uma instrução a quem o joga. Com uma experiência única em aventura de quebra-cabeças, o jogo é mais um trabalho excepcional na carreira de Jeppe Carlsen, uma excelente estreia para a Geometric Interactive e mais um game imperdível no catálogo da Annapurna Interactive.
Com certeza COCOON é um dos melhores puzzles de todos os tempos e um forte candidato a melhor jogo indie de 2023.
5,0 / 5,0
Assista ao trailer:
Ficha técnica de COCOON
Lançamento: 29 de setembro de 2023
Desenvolvido por: Geometric Interactive
Publicado por: Annapurna Interactive
Plataformas: PC (via Steam), Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X | S e Game Pass
Número de jogadores: 1
Gêneros: Aventura, Exploração, Puzzle
Idiomas: Alemão, Chinês Simplificado, Chinês Tradicional, Coreano, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês, Italiano, Japonês, Português, Russo
Preço: R$ 64,99 (PC), R$ 92,45 (Xbox), R$ 99,99 (Nintendo Switch), R$ 124,50 (PlayStation)
