Assassin’s Creed Shadows, o mais novo capítulo do universo da icônica franquia da Ubisoft, finalmente vai estar disponível no dia 20 de março, após passar por alguns adiamentos. O título é uma das grandes novidades gamers deste mês.
O jogo é desenvolvido por diversos estúdios da Ubisoft, liderados pela Ubisoft Québec, e publicado pela própria empresa no PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Mac. Também estará disponível para assinantes do serviço Ubisoft+ já no lançamento.
A história de Shadows se passa no Japão feudal no ano de 1579, marcado pelo fim da era Sengoku, período em que acontecem grandes conflitos. O enredo do game se inicia quando Oda Nobunaga, o grande senhor da guerra nesta época, comanda um ataque à província de Iga, cruzando os caminhos da shinobi Naoe e do samurai estrangeiro Yasuke.
Leia a seguir o review sem spoilers de Assassin’s Creed Shadows jogado no PlayStation 5.
Análise de Assassin’s Creed Shadows
Shadows foi um jogo que passou por algumas situações antes mesmo de seu lançamento, principalmente relacionado aos aspectos culturais do Japão e ao período histórico que iria adaptar, e tive uma surpresa muito positiva quando pude explorar este universo.
Algumas coisas extra game da franquia me chamaram a atenção, como o Animus Hub, um ambiente que reúne todos os jogos desta nova fase de Assassin’s Creed no mesmo espaço de forma cronológica, ajudando a entender os acontecimentos e também a ter um acesso fácil para realizar o download dos jogos adquiridos.
Mas diferente do que acontece em outros títulos, como Call of Duty, o Animus Hub não ocupa um grande espaço de salvamento por baixar arquivos que não serão utilizados, apenas o que for baixado será armazenado no HD do console ou do computador.
Quando estamos nos primeiros passos da campanha, ao passarmos por um portão Torii vemos uma mensagem da desenvolvedora para não subir neles, algo que não realizei em mais de 40 horas de jogo. Vale a pena reforçar isso para os jogadores que irão conhecer o novo título dessa franquia da Ubisoft com mais de uma década de vida.
Jogabilidades distintas que fazem a diferença
Neste jogo temos dois protagonistas que possuem jogabilidades distintas. Isso é evidente quando analisamos Naoe e sua árvore de habilidades voltada para algo mais furtivo, enquanto Yasuke é focado num combate mais direto, prezando mais pela força do que por sutileza e discrição.
Essa diferença eu considero um grande acerto, principalmente quando comparado à tentativa anterior realizada no capítulo Syndicate (2015) que tinha a mesma proposta, mas no final das contas não fazia tanta diferença com qual dos irmãos Frye você optava por jogar em uma missão.

Em Assassin’s Creed Shadows isso é sentido nas mecânicas de jogo. Mesmo que possamos lutar com a ninja em um combate franco, isso se torna bastante desafiador, o que nos incentiva a termos uma postura muito mais silenciosa em comparação ao samurai, sendo muito mais fácil brandir a arma de sua escolha para enfrentar os seus inimigos.
O arsenal disponível para cada personagem é o segundo elemento que reforça essa proposta. Naoe possui o tanto e a espada, que são duas armas de combate próximo, além da lâmina oculta. Isso combinado com a kusarigama que afeta uma área maior e consegue afastar os inimigos quando cercado. Ou seja, um equipamento que tem uma funcionalidade de afastar os adversários, criando a janela de oportunidade para fugir e retornar às sombras para uma nova investida.
Por sua vez, Yasuke possui uma katana longa, naginata e o kanabo que são equipamentos de combate direto, além do rifle teppo que funciona à distância. Ao analisar isso é evidente que a postura dele é totalmente direcionada para a sua força em combate direto.
Portanto, é um jogo em que iremos aproveitar o melhor de cada personagem de acordo com a necessidade da tarefa, seja uma missão de história ou qualquer atividade de mundo. Tudo isso funciona de forma muito coerente.
As melhorias e gerenciamento dos protagonistas são semelhantes ao que conhecemos em Assassin’s Creed Mirage (2023), com armas e armaduras que oferecem bônus e que irão te favorecer de acordo com seus efeitos. Algo que não é difícil de se aprender ou se acostumar, sendo necessário apenas ficar atento à raridade dos equipamentos (que vão do comum ao lendário) e qual combinação é a mais interessante para o seu estilo de jogo.
Isso também se aplica quando falamos da árvore de habilidades, que é dividida entre os equipamentos e aptidões de acordo com o estilo de cada um. Porém em Assassin’s Creed Shadows a franquia não repete o erro do título protagonizado pelo ex-assassino Basim, que tudo é simples demais, ou se torna uma constelação de habilidades quase infinita como ocorre no capítulo Valhalla (2020), seu antecessor. Tudo gira apenas em torno de realizar as melhorias à medida que seu personagem ganha os pontos de maestria e sobe de nível para ter o acesso a possibilidades melhores.
Assassin’s Creed Shadows melhora mecânicas já conhecidas
Nesse capítulo os entalhes, personalização de efeitos nos equipamentos, retornaram com uma melhoria muito interessante. Agora, além de realizarmos os acréscimos, é possível olhar a lista de todas as modificações possíveis e o que é necessário fazer no jogo para consegui-las. Isso se torna muito útil quando possuímos equipamentos lendários e vamos escolher qual a melhor opção deve ser feita.
A experiência de combate é muito satisfatória pela existência dos inimigos reforçados, que ganham uma barra extra de vida pelo uso da armadura e precisamos eliminar a proteção antes de irmos para o dano de fato. Essa mudança fica mais satisfatória quando enfrentamos os adversários mais poderosos que funcionam como os chefes nas missões de história, e tudo fica mais emocionante pelo fato deles usarem golpes que exigem aparar e esquivar com muito mais frequência.
O sistema de aparagem é agradável e a ele foi anexado uma janela de contra-ataque, que quando muito bem encaixada se torna um golpe com dano bastante significativo. Isso incentiva a ter uma postura mais cautelosa quando for preciso, mas que gera uma compensação relevante.
O formato das missões de campanha segue o estilo investigativo que se tornou uma marca desta nova fase de Assassin’s Creed, com uma guilda de pessoas misteriosas que irá nos levar a um líder. Entretanto, essa árvores de investigação acabam se desdobrando em outras que nos guiam às narrativas secundárias, o que achei muito interessante porque não é apenas ir atrás de uma rede de vilões e depois a vida dos protagonistas segue: tudo abrange questões relacionadas a esse período histórico que tem muitos problemas a se lidar.
Em AC Shadows temos o gerenciamento de guilda, algo que se tornou uma rotina muito divertida na versão com elementos de RPG da franquia. Esse aspecto da gameplay agrupa todos estes recursos relacionados aos personagens, contratos, batedores e à nossa rede de contrabando, que é muito importante para reforçar a busca de materiais que irão alimentar tudo o que estamos realizando.
Um mapa extenso e vivo para explorar
A respeito do mapa, temos um mundo muito grande a ser explorado, com o facilitamento do trânsito nestes locais de acordo com o nível que o personagem alcança. Isso não significa que algo te impedirá se você tiver a curiosidade de com seu nível 10 ir para uma região com nível 23, mas dificilmente você conseguirá sobreviver lutando com qualquer inimigo que cruzar o seu caminho.
Temos na rotina de jogo várias atividades que englobam a exploração de cavernas, busca por baús em locais de difícil acesso, enfrentar bandidos que estejam em acampamentos ou quando somos emboscados em algum ponto do trajeto. Mas também temos coisas muito mais simples como realizar uma oferenda em um templo, desenhar um animal ou apenas fazer uma oração.

É importante ressaltar que isso pode até soar como algo semelhante a outros títulos, entre eles Ghost of Tsushima (2020), que temos uma rotina de exploração parecida em alguns pontos. Porém o que pode soar apenas como algo repetitivo nada mais é do que a adaptação de um período histórico da mesma nação para os games. Muitos aspectos que estão abrangendo essa proposta são as manifestações culturais desse povo, e a existência dessa semelhança é algo muito interessante de se observar.
A reprodução da fauna e flora deste período através dos aspectos estéticos continua tão impressionante quanto em qualquer capítulo anterior de Assassin’s Creed, com a melhoria da passagem de tempo que ocorre através das estações do ano, algo que está conectado diretamente à jogabilidade porque simboliza o retorno dos batedores enviados para os objetivos que realizamos. Acrescente a isso o elemento de física, que funciona de forma muito melhor como, por exemplo, a lentidão de caminhar sobre a neve ou o fato de uma estalactite fazer barulho quando cai e isso pode comprometer a nossa posição.
Os aspectos visuais, assim como o design dos protagonistas e dos personagens secundários, também são muito bonitos. A trilha sonora é excelente por combinar um estilo de música tradicional com elementos mais modernos em algumas cenas de jogo.
Narrativa envolvente
Todo esse conjunto de aspectos técnicos, que são uma combinação elementos e melhorias realizadas em cima do que encontramos em outros jogos da franquia, acabaria sendo insignificante se não houvesse uma narrativa que fosse envolvente e trouxesse tanto do estilo oriental de se contar uma história.
Destaco isso sem sequer mencionar diretamente as grandes revelações que ocorrem conforme avançamos na história. Naoe e Yasuke são dois personagens muito interessantes, carismáticos e vemos ao longo da campanha como as suas vidas de alguma forma acabam se conectando dentro deste cenário político caótico que é marcado por tantos conflitos.
Temas como destino e propósito são bem explorados ao longo da narrativa, o que acaba fazendo muito sentido com tantas outras histórias que já foram contadas dentro deste universo, o que particularmente sempre foi algo que me encantou a cada novo capítulo.
Temos reviravoltas sobre o desenvolvimento da trama, além das discussões morais que simbolizam o sofrimento de um povo que passava por grandes dificuldades em um cenário de guerra, e o que precisam fazer para sobreviver quando não existe ajuda de nenhuma natureza até que encontram pessoas que estão dispostas a estenderem a sua mão.
Veredito
Assassin’s Creed Shadows é um excelente jogo que não revoluciona a franquia a ponto de elevá-la a um novo patamar, mas se mostra um redirecionamento para algo muito melhor revisitando propostas anteriores, mesclando estilos e proporcionando uma experiência muito gratificante.
4,8 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de Assassin’s Creed Shadows
Lançamento: 20 de março de 2025
Desenvolvido por: Ubisoft Québec
Publicado por: Ubisoft
Plataformas: PC (via Steam, Epic Games Store e Ubisoft Store), PlayStation 5, Xbox Series X|S, Amazon Luna, Mac com Apple Silicon (via Mac App Store)
Número de jogadores: 1
Gêneros: Ação, Aventura, Furtivo, Mundo Aberto, Ninja, RPG
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Italiano, Alemão, Espanhol (Espanha), Árabe, Japonês, Coreano, Russo, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Polonês
Preços: Versões a partir de R$ 349,99. Incluso na assinatura mensal do serviço Ubisoft+ já no dia de lançamento