A.I.L.A é um jogo de terror brasileiro desenvolvido pela Pulsatrix Studios, cuja estreia ocorreu com o lançamento de Fobia – St. Dinfna Hotel em 2022. O novo game tem o youtuber MaxMRM como diretor criativo e foi lançado neste dia 25 de novembro pela Fireshine Games para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, com localização e dublagem em português do Brasil.
O título teve uma campanha de financiamento coletivo bem sucedida na plataforma Catarse em 2023, com a proposta de desenvolver um jogo que se tornasse referência para o horror imersivo e entregasse uma experiência capaz de ressoar com jogadores ao redor do mundo.
A história de A.I.L.A é ambientada no ano de 2035 contando os acontecimentos ocorridos com o beta tester Samuel, que utiliza a plataforma de Inteligência Artificial que dá nome ao jogo com o objetivo de criar a experiência mais imersiva, individual e assustadora possível. Mas, com o passar do tempo, a linha entre o real e o virtual se torna cada vez mais tênue com Samuel vivendo essas experiências em sua casa.
Esta análise reflete a minha experiência jogando A.I.L.A no PlayStation 5.
O mais recente lançamento da Pulsatrix é de causar impacto imediato, pois um jogo que após apertarmos o botão de início a primeiríssima coisa que vai acontecer com você é se encontrar pendurado de ponta cabeça em uma sala escura, sem nenhuma noção do que está acontecendo, já é algo para se pensar que esse será o tom de tudo o que virá a seguir.
Quando conheci A.I.L.A durante as vivências em alguns eventos já imaginava que teria o potencial de ser uma jornada gamer muito interessante e, agora conhecendo sua versão completa, foi muito satisfatório ter essa expectativa devidamente atendida.
Escolhas criativas como a perspectiva em primeira pessoa, iluminação do apartamento e algumas entregas que Samuel recebe são muito interessantes porque reforçam a sensação de isolamento do protagonista, e isso favorece o aspecto de imersão sugerido pela proposta.
A respeito de desempenho, o game tem uma performance bem satisfatória no PlayStation 5 não tendo nenhuma queda de frame evidente. Alguns bugs de cenário aconteceram ao derrotar determinados inimigos, mas outros elementos como legendas, localização funcionaram muito bem e em ótima sintonia. Em outra camada mais técnica, o design dos personagens, o áudio e a trilha sonora também são pontos muito positivos, resultando em uma experiência de jogo que me surpreendeu por ser uma dicotomia entre o conforto de estar num jogo de terror e a curiosidade que isso oferece.
Sobre jogabilidade, é interessante como A.I.L.A se torna uma combinação de estilos a cada cenário. Por exemplo, em um primeiro momento é um point and click que vai congelar o seu sangue para, a seguir, entrarmos em um terror de sobrevivência procurando ferramentas para superar os obstáculos do seu avanço enquanto estamos enfrentando criaturas, que podem garantir uns bons sustos se você não estiver acostumado.
O combate me trouxe um sentimento de nostalgia por lembrar alguns clássicos como Dead Space, onde estamos num pesadelo em primeira pessoa utilizando armas de fogo e corpo a corpo tentando sobreviver a tudo o que está acontecendo. Nesse ponto o combate é um ponto interessante porque existe um cuidado para que armas diferentes tenham miras distintas, além da preocupação com a proximidade do inimigo, buscando aproveitar o máximo da sua eficiência.
Nesse aspecto, é interessante o game não ter dificuldade fixa porque nos oferece um ótimo desafio de acordo com o nosso costume com esse tipo de título, e isso é aquela injeção de adrenalina para sobreviver. Por outro lado, a ideia da dificuldade ser ajustável seria um atrativo para jogadores menos experientes, ou até aqueles que são mais exploradores em questão de outros gêneros além do seu favorito, e A.I.L.A poderia muito bem ser uma grande pedida para esse público por tudo que está inserido no construto do jogo como um todo.
Buscar a solução dos objetivos da simulação é outro ponto que me deixou altamente satisfeito por oferecer uma experiência que não vai ter dicas evidentes, indicadores de pistas ou algum tutorial que esteja relacionado aos objetivos do jogo, nos incentivando a explorar cada canto do cenário. Esse tipo de jogabilidade é agradável porque se alinha diretamente com a iminência de algo totalmente inesperado acontecer enquanto se abre uma porta ou olha por uma janela.
Em uma era de games onde somos previamente preparados para tudo o que vai acontecer a seguir, A.I.L.A acerta de forma grandiosa por nos deixar completamente sozinhos na escuridão.
Sobre o enredo, temos nesse jogo uma história que considero muito bem idealizada por ser uma narrativa que podemos pensar em algumas camadas, utilizando o gênero de terror para abordar temas como a nossa relação com as Inteligências Artificiais que cada vez mais fazem parte das nossas vidas em diversos níveis, o isolamento de uma existência moderna tão tecnológica, e até sobre os medos inconscientes e a interferência deles em situações mais assustadoras.
Veredito
Acredito que A.I.L.A é um jogo que posso considerar uma experiência completa, pois se inspira nos clássicos do terror para criar uma obra que harmoniza de forma muito impressionante a jogabilidade com mecânicas de fácil compreensão, proporcionando um desafio que vai aguçar seus instintos mais antigos de gamer e uma narrativa que vai garantir bons sustos.
4,0 / 5,0
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Assista ao trailer:
Ficha técnica de A.I.L.A
Lançamento: 25 de novembro de 2025
Desenvolvido por: Pulsatrix Studios
Publicado por: Fireshine Games
Plataformas: PC (via Steam), PlayStation 5 e Xbox Series X|S
Número de jogadores: 1
Gêneros: Atmosférico, Primeira Pessoa, Terror
Idiomas: Português (Brasil), Inglês, Francês, Alemão, Espanhol (Espanha), Chinês simplificado, Japonês, Coreano, Russo
Preços: Ainda não divulgados
