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    CRÍTICA – Wonka cria atmosfera natalina em filme de origem doce e delicado

    Wonka é o novo filme do diretor Paul King (As Aventuras de Paddington) que traz em seu elenco principal Timothée Chalamet, Olivia Colman, Sally Hawkins, Hugh Grant, Rowan Atkinson e Calah Lane.

    O longa chega aos cinemas no dia 7 de dezembro. Confira nossa crítica sem spoilers.

    Sinopse de Wonka

    Um jovem cheio de ideias chamado Willy Wonka (Timothée Chalamet) está determinado a mudar o mundo a cada deliciosa mordida de seu chocolate, uma atrás da outra, provando que as melhores coisas da vida sempre começam com um sonho.

    Análise

    Willy Wonka é um dos personagens mais enraizados na cultura pop. Com várias adaptações ao longo dos anos, o chocolateiro excêntrico e apaixonado por suas criações caiu nas graças do público, sendo facilmente reconhecido por sua cartola e casacos de cores chamativas.

    A fábula de A Fantástica Fábrica de Chocolates brinca com desejos e imaginação da audiência, que independente de sua idade se veem encantados e esperançosos com a história do menino e seu bilhete dourado. O livro de Roald Dahl ainda segue muito atual e, sabendo disso, era de se esperar que em algum momento a história fosse revisitada novamente.

    Entretanto, aqui temos um longa de origem para um dos personagens mais importantes do universo criado por Dahl. Em Wonka, acompanhamos Willy em sua juventude, lutando para realizar o seu sonho de levar chocolates incríveis para todas as pessoas. Para isso, ele passa sete anos aperfeiçoando suas receitas, que incluem ingredientes completamente insanos e que transformam um simples chocolate em uma experiência incrível.

    CRÍTICA - Wonka cria atmosfera natalina em filme de origem doce e delicado
    Créditos: Divulgação / Warner Bros. Pictures

    Dirigindo o projeto está Paul King, profissional que já demonstrou entender muito bem de encantamento e doçura com seus filmes de Paddington. Em Wonka, King capta toda a ingenuidade do novato chocolateiro enquanto ele atravessa diversas situações embaraçosas e tristes.

    O roteiro de King e Simon Farnaby foca bastante na esperança que só os sonhos conseguem proporcionar. Afinal, sonhar acordado com aquilo que mais desejamos é um hábito que perdemos ao longo da vida, visto que muitas circunstâncias nos privam de poder almejar algo melhor para nós mesmos. No longa, sonhar acordado significa pagar uma multa para policiais corruptos.

    Porém, aquela pequena faísca de esperança está sempre ali, mesmo que soterrada por situações ruins. Basta um empurrãozinho, ou um chocolate batizado com esperança, para que você retome o rumo certo e lute pelo que tanto sonha.

    Todos os personagens apresentados no longa acabam seguindo essa mesma filosofia, inspirados pela graça e carisma do jovem Wonka. Timothée Chalamet está ótimo em seu papel, e o fato dele ser tão versátil em suas atuações é sempre uma ótima surpresa.

    CRÍTICA - Wonka cria atmosfera natalina em filme de origem doce e delicado
    Créditos: Divulgação / Warner Bros. Pictures

    O longa é construído em torno da amizade entre o personagem de Chalamet e da pequena Calah Lane, que interpreta a órfã Noodle. A atriz iniciante tem uma ótima química em cena com Chalamet, e a amizade improvável de seus personagens é o fio condutor de toda a trama.

    Além deles, os personagens secundários também têm seus momentos, com Olivia Colman, Hugh Grant e Keegan-Michael Key sendo os grandes destaques. O elenco, como um todo, entrega um ótimo trabalho.

    Além das atuações, outro ponto positivo está no fator visual de Wonka. Apesar de não termos muitos cenários deslumbrantes, pois o personagem principal ainda não é o famoso chocolateiro que vemos nos filmes posteriores, as cenas que envolvem os truques de mágica e as produções dos chocolates são visualmente muito bonitas.

    A cartola de Willy Wonka nesse filme também ganha contornos que lembram um chocolate, valorizando a caracterização final do personagem. Todo o trabalho visual, desde roupas até os efeitos usados nos números musicais são de muito bom gosto. O único que destoa bastante é a captura de movimento de Hugh Grant como Oompa-Loompa, que acaba caindo no vale da estranheza.

    Por fim, os números musicais são bem dirigidos e, mesmo que pouco impactantes, são encaixados de forma natural ao que é proposto no roteiro. Apesar de não termos muitos momentos musicais, os que são apresentados são simpáticos e um tanto quanto nostálgicos.

    Mesmo que Wonka não me passe a sensação de um filme inesquecível, daqueles que roubam seu coração ao término da exibição, ele ainda assim possui momentos doces e emocionantes, como um título lançado próximo à época do Natal precisa ter. Dividir a experiência com a família ou amigos, em um título fofo e divertido, pode ser uma ótima escolha para esse fim de ano.

    Veredito

    Um musical inspirador e divertido, Wonka é uma boa pedida para quem busca um entretenimento despretensioso e com cara de Sessão da Tarde. Com uma ótima trilha sonora e elenco afiado, a produção é uma boa história de origem para o personagem clássico.

    Nossa nota

    3,8 / 5,0

    Assista o trailer:

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