Robô Selvagem é uma animação da DreamWorks Animation, adaptada do livro infantil de Peter Brown. No elenco, estão nomes como Lupita Nyong’o, Kit Connor, Pedro Pascal, Catherine O’Hara e Mark Hamill.
Sinopse
Após um naufrágio, um robô inteligente chamado Roz fica preso em uma ilha desabitada. Para sobreviver ao ambiente hostil, Roz se une aos animais da ilha e cuida de um ganso bebê órfão.
Análise de Robô Selvagem
Robô Selvagem fala diretamente com as nossas angústias contemporâneas, absorve toda a ansiedade que temos em relação às tecnologias que nos cercam e a coloca em um ambiente que, à primeira vista, é hostil e amedrontador. Com o tempo, porém, esse mesmo ambiente se torna acolhedor e simpático, à medida que os animais racionais decidem unir forças para salvar uma forma de vida estranha. O novo filme da DreamWorks Animation é intimista o suficiente para despertar a sensibilidade do público, abordando temas convencionais sobre pertencimento, maternidade e união.
Dirigido por Chris Sanders, que já esteve à frente de Lilo & Stitch e Como Treinar o Seu Dragão, Robô Selvagem imprime a marca do diretor, tratando de relacionamentos e sentimentos reais em mundos fantásticos, mas que têm o defeito de subestimar seus protagonistas. Ainda assim, seu último trabalho parece ser o mais realista de todos. Lá está Rozzum Unidade 7134, ou simplesmente Roz, uma robô de serviços que acaba se perdendo em uma ilha inóspita para humanos, habitada apenas por animais que seguem “tranquilamente” a cadeia alimentar.
Roz é um corpo estranho, um monstro, como os habitantes da ilha insistem em dizer. No entanto, tudo o que ela quer é servir a alguém, conforme sua programação. Sem ninguém para comandá-la, Roz começa a aprender sobre os habitantes da ilha, entender sua linguagem e seus comportamentos, tentando, ao máximo, se encaixar em um mundo que não lhe pertence, mas no qual, acima de tudo, ela está disposta a permanecer. Como o filme explica, a gentileza de Roz é sua principal habilidade de sobrevivência e também o que a torna única e capaz de transformar todos ao seu redor.
Em um mundo onde estamos frequentemente inclinados à hostilidade, a generosidade pode ser vista com receio, mas, no fim, ela sempre prevalecerá. Isso se reflete na relação entre Roz e o bebê ganso Brightbill, dublado por Kit Connor, e na raposa Fink, interpretada por Pedro Pascal, outro animal que todos olham com suspeita. A maternidade surge como um segundo tema importante no longa, quando Roz assume o papel de ensinar o básico da vida de ganso a Brightbill. No entanto, ela não pode fazê-lo se encaixar entre os da mesma espécie, algo que depende inteiramente dele. É uma abordagem delicada que ganha força ao longo do filme, mostrando o afeto, o cuidado e a preocupação de Roz, enquanto Brightbill começa a compreender esses sentimentos à medida que amadurece.
Esse cuidado com os temas abordados se alinha com as animações dos últimos anos, que se propõem a ser mais do que meras repetições de histórias. Assim como Gato de Botas 2 e Aranhaverso, Robô Selvagem se conecta com crianças e adultos de maneira sensível e tocante. O elenco de dubladores eleva ainda mais o filme. Roz, dublada por Lupita Nyong’o, consegue transmitir uma carga emocional, ao mesmo tempo em que remete à voz de um assistente virtual, como Siri ou Alexa.
Apesar de ter uma história potente, de nada serviria se Robô Selvagem não tivesse uma animação esplêndida, que lembra pinceladas, com cada cena parecendo um quadro de natureza digno de um museu famoso. Há uma veracidade tanto no mundo selvagem quanto nos animais retratados, remetendo às obras de Hayao Miyazaki. A delicadeza na concepção de Roz complementa essa estética, tornando Robô Selvagem ainda mais admirável e cheio de vida.
Veredito
Robô Selvagem é o tipo de obra que fará você se emocionar com uma história sensível sobre pertencimento e união. A animação cativante da DreamWorks constrói a atmosfera necessária para que essa obra floresça, enquanto a direção precisa de Chris Sanders revela o potencial de Robô Selvagem para ser relevante e expressivo nos dias de hoje, consolidando-se como um forte candidato ao Oscar 2025.
5.0/5.0
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