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    CRÍTICA – Rebel Moon: Parte 1 é a definição de um belo desastre 

    Rebel Moon: Parte 1 foi lançado em 22 de dezembro de 2023, dirigido por Zack Snyder, famoso pela sua trilogia de filmes do DCEU, encerrado recentemente, além de outras produções como Watchmen, 300 e Army Of The Dead. O roteiro foi desenvolvido pelo diretor em colaboração com Kurt Johnstad, contando também com Debora Snyder na produção.

    O elenco recheado de nomes conhecidos é liderado por Sofia Boutella, Ed Skrein, Charlie Hunnam, Michiel Huisman, Djimon Hounsou, Ray Fisher, Dona Bae além de Antony Hopkins, Cleopatra Coleman e Fra Fee.

    Rebel Moon: Parte 1 tem duração de 2 horas e 13 minutos, classificação indicativa para menores de 14 anos e já tem a sua parte 2 confirmada para 19 de abril deste ano com o título A Marcadora de Cicatrizes, além de uma versão do diretor que será lançada após a exibição da segunda parte da história.

    Sinopse

    Em Rebel Moon Parte Um: A Menina do Fogo, uma colônia pacífica à beira da galáxia é ameaçada pelos exércitos de um regente tirânico chamado Balisarius. A misteriosa Kora passa a ser a única esperança de sobrevivência.

    Desesperados, os colonos enviam a jovem com um passado conturbado para procurar guerreiros de planetas vizinhos e ajudá-los a resistir. Kora reúne um pequeno bando de insurgentes, deslocados, camponeses e órfãos de guerra de vários mundos que têm dois objetivos em comum: redenção e vingança.

    Análise de Rebel Moon: Parte 1

    rebel moon

    Em 2023, a Netflix encerrou seu ano de lançamentos cinematográficos com sua produção mais audaciosa, entregue pelas mãos de um diretor altamente popular proporcionalmente ao quanto é rejeitado.

    Tão controverso quanto o título desta análise, a primeira parte de Rebel Moon não pende para nenhum dos extremos que sempre circulam quando é discutido o trabalho de seu diretor e roteirista neste projeto autoral desde Sucker Punch e Army of The Dead.

    Todo diretor tem a sua identidade visual e narrativa quando, através de suas cenas, conta sua história e Zack Snyder tem uma assinatura bem distinta representada pelo uso de recursos como a câmera lenta, tons mais frios na paleta de cores, baixa saturação e contraste que tornam o filme um pouco mais escuro.

    Nesta produção não é diferente. Com a exceção que em seu começo parece uma direção de um fã do Zack Snyder do que algo realizado pelo próprio devido ao uso excessivo destes recursos que retardam significativamente o andamento da narrativa, sendo um começo bastante enfadonho.

    O estilo narrativo do diretor é de um desenvolvimento mais cadenciado e este fato em colaboração com este excesso exige um pouco mais de paciência com o desdobramento dos acontecimentos que, gradativamente, evoluem de forma satisfatória quando no ato seguinte o centro das atenções passa a ser Kora (Sofia Boutella) e a busca pelas pessoas que irão formar a resistência com os habitantes do vilarejo.

    Ainda sobre a direção, como é habitual as construções de cena são excelentes, visualmente muito bem elaboradas dialogando com o simbolismo da jornada individual dos personagens do grupo que está se formando e todos tem um motivo para aceitarem esta missão tão árdua.

    As atuações do elenco em geral são boas, algo esperado pela excelente escolha de atores e atrizes que o formam, sendo Sofia Boutella e Charlie Hunnam os maiores destaques nesta primeira parte da história. Além dos citados, Staz Nair consegue entregar uma excelente atuação quando seu personagem ganha o foco na história, assim como Dona Bae que tem uma das melhores sequências de luta do filme.

    As influências para o filme são variadas, indo de Star Wars até os Sete Samurais de Akira Kurosawa, sendo esta a mais evidente quando se acompanha toda a primeira parte da grande história que está se desenvolvendo. Neste aspecto, o filme é tão interessante por ser uma narrativa que fala sobre temas como liberdade, redenção, coragem, a luta contra a repressão e até mesmo o heroísmo, que conectam a trama de forma eficaz.

    E por que a escolha de um título tão incomum como um belo desastre?

    Acredito que não exista outra forma de conseguir definir a experiência cinematográfica da primeira parte de Rebel Moon que, como um todo, é mais um trabalho de qualidade de Zack Snyder que tem suas virtudes e defeitos. Não considero esta produção a melhor de sua filmografia, como Batman vs Superman, Watchmen ou até mesmo 300, mas um dos seus trabalhos autorais mais ousados e tendo mérito da buscar em criar um universo com seus próprios conceitos.

    Mas assim, como o contraste da polarização em torno de sua popularidade sempre balança de um extremo a outro, o filme também parece que reflete isso através de um começo que pode desagradar, mas cresce de forma grandiosa nos momentos seguintes até sua conclusão, simbolizando muito bem essa relação tão passional de amor e ódio, de uma obra-prima a um grande desastre, que são tão sufocantes em torno do diretor com esse fenômeno provavelmente se repetindo em sua segunda parte.

    Veredito

    Rebel Moon: Parte 1 apesar de seu começo de excessos é um filme muito bom, com personagens interessantes e com a promessa de um grande desdobramento para a sua sequência.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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