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    CRÍTICA – Nosferatu é um filme gótico cheio de tensão e irregularidade

    Nosferatu é um filme dirigido por Robert Eggers e conta com grandes nomes da indústria como Bill Skarsgård, Willem Dafoe, Nicholas Hoult e Emma Corrin em seu elenco.

    O longa estreia nos cinemas brasileiros em 02 de janeiro de 2025.

    Sinopse

    Um vampiro antigo da Transilvânia persegue uma jovem atormentada na Alemanha do século 19.

    Análise de Nosferatu

    Robert Eggers é um diretor fenomenal.

    Seus trabalhos invocam um clima soturno e o cineasta gosta de contar histórias tensas e que demoram o tempo que for para serem contadas, sejam elas de uma hora e meia ou quase três, o importante é trazer sua visão para a obra.

    A união de uma história clássica que fora revistada algumas vezes na cultura pop, com sua estética gótica estava pronta e Nosferatu veio para preencher essa lacuna na carreira de Eggers.

    Já nos primeiros minutos, vemos a identidade e assinatura dele: uma fotografia lavada, bastante escura, com destaques para o preto, branco, azul e cinza, cores frias, quase mortas se usadas de forma certa, uma vez que apresentam um ambiente pessimista, onde não há esperança e felicidade.

    Some-se a isso uma criatura assustadora, interpretada de forma brilhante por Bill Skarsgård, que ama trabalhar em projetos diferentões e aqui ele dá vida ao Conde Orlok, uma figura horrenda, de aparência ímpar e voz potente, que foi absorvida de maneira bastante impressionante por parte do ator, que entrega a melhor atuação de Nosferatu.

    Como sua antítese, temos uma curiosa escolha de elenco com Lily-Rose Depp, atriz com pouca estrada e que entrega um trabalho irregular aqui como a conturbada Ellen Hutter, uma das protagonistas da trama.

    Ellen sofreu demais com um ataque e vive em melancolia. Seu amado Thomas, vivido pelo excelente Nicholas Hoult, é sua âncora para não cair de vez na loucura, pois ele susutenta seu emocional, lhe dando um amor genuíno.

    Depp faz caras e bocas e em momentos que deveria brilhar, mostra uma estranheza que está fora de tom no filme. Hoult e Corrin a engolem nos momentos mais tensos e difíceis, mas a atriz tem lapsos interessantes de brilhantismo. Lily-Rose Depp tem tudo para ser uma estrela.

    Emma Corrin e Nicholas Hoult estão sensacionais aqui, sabendo modular as emoções de seus personagens e, principalmente, quando precisam entregar mais intensidade. Os dois tem uma cena específica de enfrentamento com Nosferatu para mostrar suas ferramentas e eles brilham demais!

    Willem Defoe, Ralph Ineson e Aaron Taylor-Johnson são bastante competentes em suas entregas, mesmo que o último não consiga em sua cena principal trabalhar o sofrimento de seu personagem.

    Retomando os aspectos técnicos, Eggers faz uma mistura bastante peculiar de sua estilística, visto que sua trama mais lenta e clima pesado são fundidos com vários jump scares, o que não é praxe na biografia do diretor.

    A mixagem de som é impressionante, com muita potência nas cenas. Caso você tire um breve cochilo nos vários momentos mais monótonos, será acordado com uma porrada nos ouvidos em algum diálogo ou cena mais agitada.

    No que se refere à história de Nosferatu, nós temos aqui um romance com horror, já que temos uma criatura grotesca que desgraça todos os lugares que passa.

    O longa norte americano mostra que o antídoto para tanta tristeza é o amor, mesmo que de forma terrível.

    O Conde Orlok tem uma visão deturpada de amor, de desejo, e por ser uma figura assustadora, devolve sua frustração com ira e destruição.

    Entretanto, o roteiro foi o que mais afetou minha experiência, pois as amplas pausas para contextualização me cansaram. Nosferatu deveria ser mais direto ao ponto, perdendo uns 20 minutos de sua duração, já que algumas voltas no próprio rabo são bem desnecessárias.

    Veredito

    nosferatu

    Assustador, impactante, mas irregular, Nosferatu vai chegar com força na crítica especializada, contudo, não será um filme que vai cair nas graças do público com facilidade, assim como todas as obras de Robert Eggers.

    Nossa nota

    3.8/5.0

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    Assista ao trailer:

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