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    CRÍTICA – Napoleão entrega trama morna e pouco memorável

    Napoleão é a nova produção do famoso diretor Ridley Scott. Com um elenco de estrelas encabeçado por Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby, o filme é roteirizado por David Scarpa e chega aos cinemas no dia 23 de novembro.

    Confira nossa crítica sem spoilers da produção.

    Sinopse de Napoleão

    O filme oferece uma visão pessoal das origens de Napoleão e de sua ascensão rápida e implacável ao império, vista através do prisma de seu relacionamento viciante e muitas vezes volátil com sua esposa e verdadeiro amor, Josephine.

    Análise

    Ridley Scott é um diretor com grande histórico em Hollywood. Responsável por títulos como Gladiador, Alien: O 8º Passageiro e Blade Runner, ele possui um legado importante para o cinema mundial. Respeito muito o trabalho de Ridley e acredito que ele consegue ser ótimo em diversas produções, mas o corte de Napoleão que será disponibilizado nos cinemas certamente não é uma dessas.

    A versão original do diretor possui, na verdade, quatro horas de duração e chegará na íntegra no Apple TV+. Porém, no cinema, temos disponível uma versão reduzida de 2 horas e 38 minutos que, mesmo sendo longa, passa a impressão de ser uma colcha de acontecimentos sem uma união significativa entre si.

    Mostrando Napoleão desde o início da carreira até os seus dias finais, o longa acompanha o personagem principal durante suas conquistas, mas também mostrando o lado íntimo de seu relacionamento com Josephine (Vanessa Kirby). Para nortear o que está acontecendo em tela, o filme faz diversas inserções de localizações e datas, a fim de contextualizar de forma mais rápida as constantes viagens do imperador.

    De acordo com o diretor, o filme se propõe a ser um retrato pessoal, uma biografia que mostra um outro lado deste personagem histórico. Portanto, vale dizer que o que é apresentado sobre esse aspecto, nesse corte, é uma vida desinteressante e sem muitos acontecimentos justificáveis.

    Napoleão é retratado como um homem com personalidade até um pouco infantilizada na vida privada, tentando parecer mais imponente, mas dependente emocionalmente de Josephine e também de sua mãe.

    O casal principal, que tinha um relacionamento polêmico e conturbado, parece nunca se conectar totalmente. Josephine é uma caricatura do que a personagem poderia ser e o mesmo se aplica também para o Napoleão de Joaquin Phoenix. Entretanto, ao contrário de Phoenix, Kirby nunca consegue realmente deslanchar no papel, entregando uma personagem vazia e sem nenhum apelo.

    As cenas de ação são muito boas, bem coreografadas e que realmente enchem a tela do cinema. O trabalho de design de produção e a trilha sonora funcionam, mas o excesso de diálogos quebrados e poucos ápices da trama escrita por David Scarpa enfraquecem totalmente os pontos técnicos positivos do filme.

    Ao término da reprodução, Napoleão deixa a impressão de ser um filme com poucos momentos memoráveis e diversas decisões duvidosas. É torcer que a versão completa faça jus ao material que Ridley Scott diz ter.

    Veredito

    Napoleão é um filme que tinha tudo para ser incrível, mas que parece nunca alcançar o seu objetivo. Com um ótimo elenco, mas um material irregular, a produção é morna e pouco carismática.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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