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    CRÍTICA – Remake de Não Fale o Mal entrega entretenimento

    Não Fale o Mal ou Speak no Evil é um remake de um filme dinamarquês homônimo de 2022 e conta com James McAvoy em seu elenco. A direção e roteiro são de James Watkins.

    Sinopse

    Um casal estadunidense está passando as férias com sua filha na Itália. Lá, eles conhecem o inglês Paddy (James McAvoy) e sua família, que tem uma cultura bem diferente.

    Entretanto, as coisas começam a ficar estranhas quando o comportamento dos anfitriões passa dos limites, gerando um grande desconforto e desconfiança.

    Análise de Não Fale o Mal

    Não Fale o Mal foi um dos filmes mais surpreendentes e interessantes do excelente ano de 2022 no que se refere ao gênero de terror e suspense, uma vez que sua aura sombria e trama revoltante chamaram a nossa atenção por conta de um poderoso choque de culturas.

    A obra fez tanto sucesso que rapidamente foi anunciado um remake estadunidense, o que gerou bastante burburinho, já que foi um processo extremamente veloz, o que gerou muitas críticas.

    Quem for assistir a nova versão de 2024 indo com o objetivo de comparar os dois projetos pode se surpreender de forma bastante negativa ou muito positiva, como foi o meu caso.

    O longa atual tinha tudo para ser apenas uma cópia com o objetivo de furar a bolha e contar esta excelente história para mais pessoas, uma vez que, de fato, James Watkins joga bastante no seguro.

    Se em muitos longa-metragens isso é um ponto ruim, em Não Fale o Mal americano é algo que funciona bem dentro de sua nova roupagem, tudo isso somado às atuações sensacionais de um elenco afiado e alinhado com o projeto.

    James McAvoy está em casa como Paddy, pois conta com o carisma e a canastrice perfeitas para o papel.

    Sua presença de cena é excelente, seus trejeitos exagerados e seu porte físico e mudanças de semblantes são ameaçadoras, tornando seu antagonista complexo.

    Quem também brilha é Mackenzie Davis que dá vida à Louise, uma mulher insatisfeita em seu casamento e que acaba cedendo a condescendência sufocante de seu marido Ben (Scoot McNairy), um homem frustrado e irritante, uma vez que acredita que a vida lhe deve algo e não luta por nada para atingir seus objetivos.

    A dicotomia entre os casais nos mostra o porquê dos estadunidenses aceitarem o convite inusitado dos britânicos.

    O amor expressivo, a forma ofensiva e extremamente rígida de lidar com seu filho e a sinceridade quase infantil de lidar com tudo deixa Ben e Louise curiosos e desconcertados, assim como o público.

    A escalada de absurdos vai deixando o espectador mais perplexo e irritado, o que é magnífico ao meu ver. Quando vou assistir a algum filme ou série, quero ser desafiado a ter emoções, sejam elas positivas ou negativas.

    Quando terminei de assistir ao extraordinário longa de 2022, me senti sujo, irritado e triste. Nesta nova versão, saí constrangido, pensativo e de alma lavada, sensações distintas com propostas semelhantes, o que é um grande trunfo dos dois projetos.

    O terceiro ato, que é o que coloca os dois filmes em caminhos distintos, é a faca de dois gumes de Não Fale o Mal.

    Por mais que seja interessante e ágil, ele pode ser bem arrastado, deixando o filme um pouco mais longo que o necessário. Há momentos de brilho, mas e cenas gratificantes, mas uns minutos a menos fariam bem.

    Veredito

    Não Fale o Mal poderia ter sido um grande tiro no pé, mas acabou se tornando uma opção bem legal de entretenimento, principalmente para quem chega desavisado ao cinema.

    Para aqueles que assistiram ao filme original, entrem de coração aberto pois a experiência pode ser bastante satisfatória.

    Nossa nota

    3.8/5.0

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    Assista o trailer:

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