Mickey 17 é o mais novo longa-metragem dirigido por Bong Joon-ho e tem como protagonista Robert Pattinson.
Sinopse
Um colaborador é enviado em uma expedição humana para colonizar o mundo gelado de Niflheim. Após uma iteração morrer, um novo corpo é regenerado com a maioria de suas memórias intactas.
Análise de Mickey 17

Bong Joon-ho se notabilizou por ser um diretor que gosta de histórias que contém um cunho social apurado e escreveu seu nome na história em 2019 quando criou Parasita, sua obra-prima do cinema.
Desde então, o cineasta gerou um grande burburinho ao trazer Mickey 17 ao holofote, ainda mais quando tivemos a confirmação de Robert Pattinson na linha de frente, assim como seu personagem.
Desde que foi anunciado, o longa-metragem passou por diversos adiamentos e muitas dúvidas, até que em 2025, enfim, tivemos eu lançamento.
De imediato, podemos dizer que a escolha do ator britânico ex-Crepúsculo é mais do que acertada, pois ele domina as cenas com seu carisma e amplo dinamismo.
Pattinson tem dois papéis, um mais contido, tímido e gentil, com um sotaque propositalmente irritante que nos faz torcer a favor e contra da décima sétima versão de Mickey Barnes. O outro lado da moeda de Mickey em sua versão 18 é um homem brutal, sombrio e despojado, completamente o oposto de seu antecessor.
O nosso protagonista é um homem que contraiu uma grande dívida na Terra e acabou se jogando em uma expedição para lá de insalubre, onde ele acaba se tornando descartável, um simples rato de laboratório que tem apenas um objetivo: morrer para os outros viverem.
A temática do roteiro tem aquele tipo de assinatura das histórias de Bong, com uma composição social pesada e uma crítica forte ao capitalismo.
Ao mostrar que pessoas são reduzidas a objetos, tanto de desejo carnal, como algum item descartável, o diretor nos mostra a forma mais predatória do sistema econômico vigente.
Todos que fazem parte da expedição, liderada por Kenneth e Gwen Marshall (Mark Ruffalo e Toni Collette), dois crápulas que são uma clara zoeira à Melania e Donald Trump, servem a meros caprichos. A tripulação está fugindo de seus problemas financeiros em um planeta destruído pela ganância de seus bilionários.
Mesmo fugindo daqui, continuam servindo como gado, o que mostra a forma torpe que enxergamos certos ídolos.
Ruffalo e Collette estão excelentes em seus papéis e causam asco aos espectadores. Os demais atores do elenco entregam atuações seguras.
A direção de Bong Joon-ho é boa, gerando momentos genuínos de entretenimento, além de boas reflexões. O cineasta tem controle sobre o elenco e consegue tirar cenas inspiradas de diálogos e quebras de paradigmas.
Entretanto, há aqui um problema de falta de foco, uma vez que temos coadjuvantes desnecessários que recebem muito tempo de tela, o que dificulta a imersão no longa. Além disso, há alguns gargalos no roteiro que poderiam ser cortados, diminuindo tranquilamente uns 15 minutos de filme.
O uso de CGI me incomodou e acho que realmente não é o forte de Bong Joon-ho. Em todos os seus projetos, é inegável que sempre é a parte mais fraca de sua técnica, e em Mickey 17, temos algumas cenas importantes com uso de tecnologias que nos deixam com uma sensação ruim.
Veredito

Mickey 17 traz uma boa reflexão sobre o capitalismo predatório do qual fazemos parte. A mensagem do longa é mais óbvia do que em outros projetos, mas se torna extremamente necessária pois, por conta das catástrofes climáticas, estamos cada vez mais próximos da realidade vivida pelos personagens.
Contudo, é inegável que a obra tem bem menos força e é mais irregular que os filmes antecessores do belo currículo de Bong Joon-ho, embora passe longe de ser só mais um longa-metragem.
3.8/5.0
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