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    CRÍTICA – Longlegs: a expectativa é a mãe da frustração

    Longlegs: Vínculo Mortal é o mais novo filme estrelado por Nicolas Cage e tem a direção de Oz Perkins. O filme estreia no dia 29 de agosto de 2024 nos cinemas brasileiros.

    Texto escrito em colaboração com Viviane Pasin.

    Sinopse

    Um assassino em série deixa um rastro de vítimas e o FBI chama a agente Lee Harker (Maika Monroe), uma jovem extraordinária, para investigar o caso.

    Análise de Longlegs: Vínculo Mortal

    longlegs

    Como diria uma sábia filósofa: a expectativa é a mãe da frustração…

    Longlegs: Vínculo Mortal veio com um frenesi absurdo por parte dos críticos, gerando aquele famoso burburinho.

    Dizem por aí que pessoas passaram mal e ficaram perturbadas, o que gerou um hype grande em um ano tão fraco de filmes de terror e suspense.

    Infelizmente, o novo longa estrelado por Nic Cage ficou no quase, pois, pelo menos para nós, recebemos um balde de água fria em um terceiro ato bastante irregular e decepcionante.

    De fato, existem muitas qualidades no longa de Oz Perkins, que constrói uma narrativa tensa, sufocante e claustrofóbica, aliada a uma direção que trabalha bem no aspecto de deixar o espectador desconfortável e intrigado com o que vê.

    Ficamos atentos a tudo que cerca os personagens, principalmente as silhuetas que ficam ao fundo das cenas, assim como os fatos mais escabrosos em momentos de tensão que são trabalhados de forma satisfatória com uma trilha sonora arrepiante.

    As atuações são funcionais. Maika Monroe, no entanto, faz um trabalho excelente, pois tem uma missão espinhosa de dar vida à uma protagonista complexa, voltada mais às suas expressões e reações, mostrando mais do que dizendo.

    Lee transmite fragilidade e está aterrorizada com as situações terríveis da investigação, muito diferente do que estamos acostumados a ver, uma vez que, normalmente, assistimos a pessoas destemidas e preparadas para qualquer embate em papéis como este.

    Ao se deparar com as atrocidades cometidas pelo serial killer Longlegs (Nicolas Cage), ela sente arrepios e Perkins se aproveita do bom trabalho da atriz para lhe dar destaque com planos mais fechados e usar cada detalhe do que ela faz em tela para nos apresentar o tamanho real da ameaça.

    Falando da grande estrela do filme, Nicolas Cage está em um local bastante seguro, o que é uma faca de dois gumes para quem conhece o ator.

    Por um lado, temos uma imponência de voz e fisicalidade, por outro, uma caricatura visual e os momentos “cageados” que misturam calmaria com segundos de histeria que traz risos involuntários ao espectador.

    É inegável que a carreira irregular de Cage nos leva a ver ele com uma comicidade quase que onipresente, visto que suas atuações sempre são 8 ou 80.

    Os dois primeiros atos são administrados de forma inteligente, criando várias teorias na cabeça do espectador.

    Existiam diversas possibilidades por conta de uma construção concisa pautada em fatos reais como a seita de Charlie Manson e outras referências da ficção como Psicose, Zodíaco e Silêncio dos Inocentes que são uma base sólida para a narrativa.

    Entretanto, o terceiro ato joga fora as escolhas certas e fica com um misto de mais do mesmo, contando com o famoso flashback de explicação, e uma ideia original que é mais absurda do que envolvente.

    O sentimento que fica é de que Longlegs: Vínculo mortal tinha potencial para ir muito mais longe, mas tremeu na base na hora de finalizar a obra, uma pena para um projeto que tinha tudo para ser espetacular.

    Veredito

    Longlegs: Vínculo Mortal é menos do que se imagina, mas longe de ser um projeto ruim.

    Se você entrar no cinema com uma expectativa mais baixa, com certeza vai se intrigar bem mais com a história contada sob as lentes de Oz Perkins.

    Nossa nota

    3.8/5.0

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    Confira o trailer:

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